O juiz Joaquín Billard condenou três policiais pelo homicídio qualificado do padre Gerardo Poblete, morto por espancamento na viatura em que foi detido em outubro de 1973, um mês depois do golpe militar no Chile.

Billard condenou Blas Barraza e Froilán Mondaca a dez anos e um dia de prisão pelo assassinato do padre, enquanto Enzo Meniconi foi sentenciado a três anos e um dia, como cúmplice ao encobrir o crime.

Meniconi recebeu o benefício da liberdade vigiada, enquanto os outros dois sentenciados deverão cumprir pena pelo crime cometido em 21 de outubro de 1973, em Iquique, 1.800 quilômetros ao norte de Santiago. Os três policiais condenados atualmente estão aposentados.

Segundo consta na decisão judicial, o religioso foi preso nesse dia junto com o seminarista Ricardo Salgado Torres, no colégio Dom Bosco.

A prisão foi realizada por policiais que, sem exibir ordem legal alguma, acusaram o padre de espionar as instalações e os movimentos de tropas do Regimento Carampangue.

Durante o interrogatório, o sacerdote Poblete foi golpeado com tal violência que levou a sua morte e depois os criminosos tentaram encobrir o homicídio como “um acidente de trânsito”, dizendo que Poblete tinha caído da viatura policial.

A versão oficial da morte do religioso, publicada em notícia do jornal “El Tarapacá”, em 25 de outubro de 1973, destacava que “no dormitório do padre Poblete foi encontrada numerosa literatura marxista, armas e um pouco de munição”.

A reportagem também afirmava que “ao descer da viatura que os conduzia, o padre Poblete, escorregou, caindo pesadamente no chão, sem seqüelas iniciais aparentes, motivo pelo qual foi levado ao interior da delegacia, onde foi mantido em um calabouço enquanto Salgado era interrogado”.

Fonte: Folha Online

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