O secretário regional do estado na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Filippo Santoro, criticou os governos por criarem um jogo de acusações em vez de se comprometerem a debelar a epidemia de dengue.

Santoro foi o representante da Igreja Católica na reunião desta sexta-feira, organizada pelo Estado no Maracanãzinho, para estudar novas medidas de prevenção à doença.

Ele leu uma carta das dioceses do Rio sobre as conseqüências da epidemia, que já atingiu 48.642 pessoas no município, com 50 mortes. E cobrou do poder público uma mudança de postura.

“É lamentável, porém, o espetáculo de recíprocas acusações dos vários poderes, municipal, estadual e federal, em lugar de assumirem a própria responsabilidade e comprometerem-se diretamente com a solução do problema tomando as devidas providências”, disse dom Filippo.

Ele lamentou o grande número de mortes e afirmou que é impossível não pensar no sofrimento daquelas pessoas que peregrinam pela cidade em busca de atendimento. Também aproveitou a oportunidade para alertar a população de que ela também tem responsabilidade no controle dos focos do mosquito:

“Reiteramos a importância de cada um e de todos na superação desta epidemia que ora nos atinge”.

Para que a doença não volte com a mesma força no ano que vem, o bispo afirmou que é fundamental criar programas duradouros de saúde pública e campanhas de educação da população.

A Igreja cobrou ainda dos governos medidas mais consistentes na prevenção e no combate à dengue.

“Impressiona-nos o fato de que, nos últimos anos, vimos nos deparando com surtos da doença, cujos números, em ritmo, exigiam atitude firme e imediata… Essa atitude, infelizmente, não foi assumida com a suficiente prontidão e eficiência. A dengue não faz distinção alguma ao atingir o ser humano. Os mais pobres são, todavia, os mais afetados, porque distantes das necessárias condições de moradia e saneamento e, mais ainda, incapazes de acessar os sistemas particulares de saúde.”

Como é ano de eleição, dom Filippo fez um apelo.

“Pedimos a cada pessoa que, neste ano eleitoral, ao discernir e apresentar seu voto, tenha no coração e na mente a dor dos que procuram inutilmente o atendimento médico.

Fonte: JB Online

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