A professora britânica Gillian Gibbons voltou a Londres nesta terça-feira, após ter ficado oito dias detida no Sudão por permitir que seus alunos pusessem o nome de Maomé em um urso de pelúcia. Ela foi condenada a quinze dias de prisão por insultar o islã.

Ontem, Gibbons recebeu o perdão do presidente sudanês, Omar al-Bashir, após um encontro entre ele e dois parlamentares britânicos –o trabalhista Nazir Ahmed e a baronesa Sayeeda Hussain Warsi (conservadora)– que solicitaram sua liberação.

De acordo com a imprensa britânica, a professora chegou ao aeroporto internacional de Heathrow por volta das 7h do horário local (5h em Brasília).

“Sou apenas uma professora primária de meia-idade. Eu fui para lá [Sudão] para ter um pouco de aventura, e tive um pouco mais do que eu procurava”, disse Gibbons em uma curta entrevista coletiva. “Estou ansiosa para rever minha família e amigos e para ter um pouco de descanso”, acrescentou.

Gibbons afirmou ter sido bem tratada enquanto esteve na prisão e disse lamentar o fato de deixar o Sudão.

“Foram todos muito gentis comigo. Passei um tempo maravilhoso no Sudão. Espero que o que ocorreu não leve as pessoas a deixar de ir para lá”, afirmou.

A professora britânica foi recebida no aeroporto pelo seu filho John e sua filha Jessica.

“Quero agradecer ao governo por tudo o que foi feito, o trabalho de bastidores, e especialmente aos dois amigos [Ahmed e Warsi] que foram para lá”, disse John Gibbons.

O ministro de Relações Exteriores britânico, David Miliband, convocou em duas ocasiões o embaixador sudanês em Londres, Omer Mohammed Ahmed Siddig, para protestar e exigir a libertação de Gibbons, 54, nascida em Liverpool.

Miliband afirmou que a professora cometeu um “erro inocente” e manifestou sua esperança de que o “bom senso” pudesse prevalecer.

Após o indulto presidencial, a professora disse que lamentava as ofensas eventualmente causadas e afirmou que tem um grande respeito pelo islã. O presidente do Sudão afirmou acreditar que a sentença de 15 dias de prisão foi justa, embora tenha concordado com sua libertação.

Gibbons estava cautelosa ao comentar sobre o caso. Perguntada sobre o que achou da condenação, disse que a questão “era muito delicada”, “muito difícil” e que não saberia comentar. “Fiquei muito triste por imaginar que eu possa ter ofendido alguém.”

Fonte: Folha Online

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