O polígamo Warren Jeffs (foto), declarado cúmplice de um estupro de uma adolescente em 2001, afirmou à família e aos seus seguidores que Deus o considerava “malvado” pelos atos “imorais” que cometera.

Segundo documentos judiciais apresentados esta semana, Jeffs, de 51 anos, autoproclamado “profeta” de uma seita mórmon do sudoeste dos Estados Unidos, renunciou ao cargo durante uma série de conversas telefônicas ocorridas em janeiro.

Nas conversas ele admitiu que desde os 20 anos não voltou a exercer o sacerdócio na Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Além disso, teria mantido atitudes imorais com uma irmã e uma filha há algumas décadas.

Os advogados arquivaram os documentos em julho para não influenciar o julgamento que o acusado enfrentou em setembro, por ter realizado um casamento entre uma adolescente de 14 anos e o primo de 19.

O juiz James Shumate, que tornou o material público na terça-feira, aprovou a decisão dos advogados já que as gravações poderiam criar preconceitos contra o acusado.

Jeffs, antes de renunciar ao cargo de líder da seita, disse ao seu irmão que estava em jejum há três dias e não dormira nada na noite anterior.

Três dias depois, foi encaminhado a um hospital. Ele recebeu remédios para uma possível depressão. O acusado tinha perdido 13 quilos, estava desidratado e sofria de insônia, segundo os documentos judiciais.

No entanto, em fevereiro quando sua saúde já estava melhor, voltou atrás nas confissões anteriores. Ele alegou que havia “experimentado um grande teste espiritual”.

A publicação dos documentos deixou os advogados de Jeffs surpresos. Eles classificaram o fato como algo “incomum”.

“Não é normal que um juiz tome este tipo de decisão sem dar oportunidade de os advogados serem escutados”, disse Walter Bugden, um dos responsáveis pela defesa de Jeffs, segundo o jornal “The Salt Lake Tribune”.

Para Bugden, os documentos mostram referências “vagas” sobre atitudes anteriores de Jeffs.

O acusado saberá a sentença no dia 20 de novembro. Ele pode cumprir pena de entre cinco anos à prisão perpétua.

Fonte: EFE

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