O Ministério Público Estadual exigirá da Prefeitura de São Paulo a realização de vistoria nas 99 unidades da igreja Renascer em Cristo na capital para análise da segurança dos prédios ocupados.

A vistoria foi anunciada ontem pelos promotores Mabel Tucunduva (Habitação) e Ricardo Antonio Andreucci (Criminal) entre as medidas que serão tomadas por conta do acidente que matou nove pessoas anteontem, na sede da igreja, no Cambuci (centro).

Outra providência anunciada é a investigação de todos os laudos utilizados pela igreja para a liberação do funcionamento da unidade. A apuração será estendida aos papéis apresentados desde 1998, quando o prédio foi interditado por problemas de segurança -entre eles, no teto. A liberação só ocorreu após a reforma do local.

Na época, segundo Mabel, a interdição ocorreu após vistorias do município em templos religiosos na capital. Esse “pente-fino” começou após a queda de parte do teto da igreja Universal do Reino de Deus, em Osasco (Grande SP), que matou 25 pessoas e feriu cerca de 400.

Segundo os promotores, na lista de documentos que serão analisados há um relatório produzido pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), em 2000, que atestava as condições de segurança do prédio, principal peça para a liberação. “Estou surpresa, houve uma recomendação [da Promotoria] para a troca do telhado e foram apresentados documentos dizendo que estava tudo em ordem. Se todas as obras foram feitas, não era para ter desabado.”, disse Mabel.

A Promotoria disse que também vai investigar qual empresa foi responsável pela reforma e, inclusive, se essa obra foi de fato realizada.

Andreucci informou que até mesmo o casal Estevam e Sônia Hernandes poderão ser ouvidos na apuração, já que a direção da igreja sabia das condições do prédio e assinou termos de compromisso para liberação do funcionamento em 1998. Segundo o promotor, a investigação será feita por homicídio culposo (sem intenção), lesão corporal culposa, desabamento e periclitação de vida.

Fonte: Folha de São Paulo

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