Em um caso raro de conflito entre duas comunidades religiosas minoritárias na Índia, muçulmanos em uma aldeia do Estado de Bengala Ocidental excluíram um casal por se converter do islã ao cristianismo.

Muçulmanos da aldeia de Badarpur, no distrito de Behrampur, bateram no último dia 28 de outubro em Johad Sahid e na esposa dele, Taslima. Ambos se converteram recentemente a Cristo.

O comitê local da aldeia ordenou a todos os aldeões, principalmente aos muçulmanos, que eles negassem o acesso ao casal das instalações comunitárias, como torneiras de água e banheiros, segundo o relato de um representante da Associação Legal Cristã ao Compass.

As relações têm sido geralmente amigáveis entre estas duas comunidades minoritárias da Índia, que são alvo de perseguição por parte de extremistas hindus.

De acordo com o Censo de 2001 da Índia, os cristãos constituem apenas 2,3% dos mais de 1 bilhão de habitantes do país e os muçulmanos estão perto dos 14%.

Minorias perseguidas

“Após a independência da Índia, muçulmanos e cristãos se tornaram minorias e ambos enfrentam problemas com os nacionalistas hindus”, disse o engenheiro Asghar Ali, um estudante muçulmano do Centro de Estudos Sociais e Secularidade.

O engenheiro disse que os muçulmanos têm sido alvo durante muito tempo dos extremistas hindus, com ataques que se intensificaram e em 1961 culminaram nas revoltas de Jabalpur, no Estado de Madhya Pradesh.

“Mas os cristãos recentemente estavam desfrutando de dias melhores”, disse o engenheiro. “As forças Hindutva (nacionalistas) começaram a atacar os cristãos no final do século 19º e desde então se tornaram mais violentos.”

A Hindutva é uma ideologia nacionalista hindu que defende como regra para todos os hindus a adoção da religião de seus antepassados, seja o hinduísmo ou suas vertentes.

Além disso, permite que minorias religiosas vivam no país desde que se submetam à comunidade majoritária.

O engenheiro afirmou que diferentemente do que ocorre em outros países, muçulmanos e cristãos não têm vivido nenhum incidente de tensão após a independência da Índia, mas ressaltou que “lamentavelmente” eles não se unem para combater problemas comuns e ao que parece a tolerância entre eles está diminuindo.

Fonte: Portas Abertas

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