O presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, dom Gianfranco Ravasi, questionou os critérios utilizados para a concessão do título de Patrimônio da Humanidade, citando como exemplo negativo o carnaval do Rio de Janeiro.

O religioso afirmou que são “muito discutíveis” os requisitos utilizados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e comentou que a Igreja Católica, que possui “um baú extinto” de tesouros, vê com perplexidade certos reconhecimentos.

“Respeitamos o trabalho da Unesco, mas também estamos prontos para defender que não é o Baedeker [famoso guia turístico europeu, ndr.] o manual para estabelecer o estado da arte e da beleza no nosso planeta”, ratificou Ravasi.

Ao recordar algumas proclamações de Patrimônio da Humanidade, o presidente do Pontifício Conselho para a Cultura citou, como positivo, a “tradicional peregrinação hindu” e, aludindo no sentido negativo, o carnaval do Rio de Janeiro, comentando que o título foi concedido “com um tanto de exagero”.

O religioso também alertou para os interesses econômicos nas concessões, visto que “as candidaturas nascem sob pressão, interesses, cálculos [estratégicos, ndr.]”. “Imagina o quanto significa para um Estado ser reconhecido como um bem da Humanidade?”, questionou.

Fonte: Ansa

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