O Senado instaurou nesta quinta-feira sindicância para investigar viagem realizada pelo senador evangélico Magno Malta (PR-ES) à Índia e Dubai (Emirados Árabes), no final do ano passado, com recursos da Casa Legislativa.

Presidente da CPI da Pedofilia do Senado, Malta viajou à Índia para participar de um evento contra a pornografia infantil, mas é acusado de “esticar” a viagem até Dubai para fazer turismo.

O diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo, designou três servidores da Casa para investigar viagens realizadas por servidores do Senado a pedido da CPI da Pedofilia –o que inclui o evento a Índia e Dubai.

Segundo reportagem do jornal “Correio Braziliense”, publicada nesta quarta-feira, o senador e o assessor José Augusto Santana passaram quatro dias de folga em Dubai, numa viagem oficial autorizada apenas para a Índia, em dezembro.

O evento sobre combate à pedofilia ocorreu entre 3 e 6 daquele mês na Índia, mas o senador e o servidor conseguiram autorização para receber diárias de 1 a 8 de dezembro no valor de R$ 7.200, para cada um. Os dois teriam passado quatro dias em Dubai sem compromissos oficiais.

A sindicância também vai apurar viagens realizadas pelo assessor Glaucio Ribeiro de Pinho, que realizou uma série de viagens a pedido da CPI para o Brasil e exterior. Só em viagens para a Suíça e os Estados Unidos, o Senado pagou mais de R$ 34 mil em diárias aos dois servidores.

Segundo o jornal, Santana gastou R$ 4.000 em ligações com telefone celular corporativo ao longo da viagem entre a Índia e os Emirados Árabes –inclusive no período em que esteve em Dubai. Gazineo determinou que o servidor devolva o valor aos cofres do Senado, uma vez que há suspeitas de que a viagem não ocorreu oficialmente.

Diárias

Documentos obtidos pela Folha Online mostram que os gastos de Santana na viagem à Índia e Dubai somaram R$ 7.250 em diárias –mesmo valor pago a Malta entre os dias 1 e 8 de dezembro. A CPI da Pedofilia já gastou o total de R$ 140.237 desde que começou as suas atividades, no início de 2008.

O Senado gastou o total de R$ 34.124 com despesas de passagens para Santana, e outros R$ 27.925 para Pinho ao longo das investigações. Tradicionalmente, servidores do Senado não são designados para acompanhar parlamentares em viagens internacionais oficiais.

Os gastos com Malta somam R$ 34.124, entre viagens nacionais e internacionais realizadas em investigações da CPI. O relator da comissão, Demóstenes Torres (DEM-GO), somou no mesmo período gastos de R$ 2.950 com passagens aéreas.

Procurados pela Folha Online, o senador e os assessores não foram encontrados para comentar as denúncias.

Fonte: Folha Online

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