O sobrado de três andares que desabou ontem à noite em Marechal Hermes, na zona norte do Rio, estava interditado desde março passado pela Defesa Civil Municipal, conforme o engenheiro e coordenador técnico do órgão, Luis André Moreira Alves. No acidente, duas meninas morreram.

Segundo o engenheiro, o imóvel estava fechado por causa de uma irregularidade nas obras de expansão –o proprietário, o pastor Gilberto Cavalcante, construía mais um andar e uma piscina na cobertura. “Parece que o responsável [pelo sobrado], além de não respeitar a interdição, ainda continuou executando as obras.”

O engenheiro afirmou que, ainda nesta sexta-feira, a Defesa Civil irá vistoriar os escombros do prédio para determinar se ele oferece riscos aos imóveis vizinhos.

O desabamento ocorreu por volta das 19h30 de ontem e matou Sara Santos Cavalcante, 12, filha do pastor, e Rafaela Lucena, 8. Mais sete pessoas ficaram feridas. Entre elas está uma mulher identificada como Rosângela, que seria casada com o pastor.

De acordo com moradores e comerciantes da rua Navarro da Costa –local do acidente–, Rosângela era professora e dava aulas particulares de reforço a crianças de 8 anos a 14 anos no início da noite –horário em que ocorreu o acidente. No sobrado funcionava ainda a igreja Metodista da Fé.

Ontem, alguns moradores da região afirmavam acreditar que o deslocamento de ar provocado por um pequeno avião da FAB que passara muito perto do sobrado teria ocasionado o desabamento. A rua, residencial e com algum comércio, fica próxima à cabeceira da pista da base aérea militar de Campo dos Afonsos. A Aeronáutica, no entanto, afirmou desconhecer qualquer situação de vôo fora da normalidade de seus aviões na região.

Fonte: Folha Online

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