A recente morte de dois bispos chineses volta a ameaçar as tentativas de aproximação entre a China e o Vaticano, já que seus sucessores poderão ser escolhidos sem o consentimento do Papa, analisou hoje a imprensa independente chinesa.

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Zheng Changcheng, bispo de Fuzhou (sudeste), morreu aos 94 anos, vítima de um câncer. Em Baoding (norte), Su Changshan morreu de um ataque cardíaco, aos 80 anos, confirmou hoje à Efe Liu Bainian, porta-voz e vice-presidente da Igreja Católica Patriótica (desligada do Vaticano e subordinada ao Estado).

“Este ano morreram nove bispos. É uma grande perda para nós”, disse Liu, acrescentando que as dioceses ainda não prepararam a nomeação dos novos bispos.

Este ano, as tentativas de restaurar as relações diplomáticas entre a China e o Vaticano, rompidas em 1951, aumentaram com a nomeação do bispo de Hong Kong, Joseph Zen, como cardeal.

Zen é visto como o mediador do Papa Bento XVI, que fixou como um dos principais objetivos de seu pontificado a “recuperação” dos mais de 12 milhões de católicos chineses.

A nomeação de bispos, no entanto, mina os esforços diplomáticos.

Em maio, dois deles, nomeados pelo Governo chinês sem autorização da Igreja Católica Romana foram excomungados.

Em alguns casos, Roma considera que os bispos nomeados pelo Estado não apresentam formação religiosa suficiente e estão muito próximos das doutrinas do Partido Comunista.

O problema se agrava com a aposentadoria de bispos formados ou nomeados antes da década de 50, quando a igreja chinesa ainda obedecia à romana. Eles costumam ser substituídos por religiosos leais ao regime comunista.

A China tem 97 dioceses, mais de 40 delas sem bispos.

Nas últimas semanas a imprensa chinesa informou que Roma poderia pedir ao bispo de Macau, José Lai Hung-seng, que também atue como intermediário na reaproximação.

Para o restabelecimento de relações diplomáticas, a China exige que o Vaticano rompa seus laços com Taiwan e não intervenha nos assuntos internos do país asiático, inclusive a escolha de bispos.

Fonte: EFE

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