Uma pesquisa recente da Food and Drug Administration (FDA, agência federal norte-americana que regulamenta e fiscaliza alimentos e remédios), mostra que os casos de suicídio entre os jovens dos Estados Unidos, provavelmente, é o mais elevado do mundo.

O órgão afirmou que o problema representa a terceira causa de morte entre crianças (10 a 14 anos), adolescentes (15 a 19) e jovens adultos (20 a 24) no país.

Entre as principais causas que levam ao ato está a depressão, causada em decorrência da ausência dos pais. Outro agente são os próprios antidepressivos que os jovens utilizam com freqüência. De acordo com a própria FDA, estudos clínicos mostraram a probabilidade de que os antidepressivos produzidos para adultos são capazes de aumentar o impulso suicida entre os jovens.

No entanto, se os antidepressivos causam ou não sérios problemas psicológicos nas crianças, adolescentes e jovens, o fato é que os casos de depressão não se originam neles. Há um conflito maior por detrás, que encontra reflexo na sociedade atual. Não é à toa que, mesmo em escala menor em comparação a norte-americana, a curva ascendente também já começa a incomodar no Brasil.

É o que afirma o psiquiatra Carlos Felipe Almeida, que em 2006 iniciou um trabalho denominado Diretrizes Nacionais de Prevenção do Suicídio, junto ao Ministério da Saúde. Ele explica que, na média geral (incluindo jovens, adultos e idosos), o índice observado no Brasil é baixo.

Mas um olhar mais atento sobre algumas regiões mostram taxas semelhantes a de países que lideram a taxa mundial. É o caso, por exemplo, do Rio Grande do Sul, onde ocorrem 16,6 caos a cada 100 mil habitantes.

Entre os jovens brasileiros, Almeida confirma: “há um aumento nas populações mais jovens. Esse é um fenômeno mundial, que não está acontecendo apenas aqui. No país, o que tem aumentado são as taxas que envolvem as faixas etárias entre 15 e 29 anos, o que é preocupante, porque essas pessoas são o futuro da nação”, afirma.

O pastor Pedrão da igreja Comunidade Batista da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, salienta que, na verdade, essas taxas mostram o vazio espiritual e a desestrutura familiar. “Esses índices mostram, claramente, a falta que Deus faz na vida das pessoas. A sociedade de hoje é um lugar onde todos são muito cobrados. Quando eu era criança, lembro que as férias escolares duravam mais, não víamos a necessidade de fazer vários cursos ao mesmo tempo e isso não acontece hoje. O que vemos são cobranças de todos os tipos. Exemplo: ‘se você não estiver preparado não terá sucesso na vida, se não começar agora, depois não dá mais tempo’. Enfim, é a mulher que trabalha com mais intensidade e coloca o filho no judô para ter mais disciplina. Já os filhos, muitas vezes, são criados pelas babás e por creches. Enfim, há todo um jogo, uma pressão, que torna a vida das pessoas mais corridas sem que o vazio da alma seja preenchido por Jesus Cristo”, afirma.

Ele lembra ainda que o fato mostra um efeito da vida atual, que rejeita as determinações bíblicas. “Isso não é algo que acontece somente nos EUA, mas em vários lugares do mundo. E nessa correria quem se torna referência para as crianças? É a creche? O coleguinha? A televisão? Há então uma desestrutura familiar, um padrão que foge do que a Bíblia determinou. A conseqüência é esse caos. A culpa não é tão somente da internet, da televisão ou antidepressivos, mas da rejeição das coisas de Deus e uma cobrança exagerada sobre os jovens”, destaca.

Como uma solução clara, ele aponta para o amor dentro de casa. “Em primeiro lugar, deve existir o amor. Se não tem muito tempo para ficar com os filhos é importante mostrar a intensidade do amor no momento em que se está com eles. Ora, os filhos têm que se sentir amados e não rejeitados. É nessa brecha que entra a busca exagerada por amigos virtuais na internet, muito tempo gasto no computador etc. O dia que inventarem uma mãe virtual será um sucesso. Serão muitas pessoas que irão entrar para se consolarem e chorar. Quando o filho se sente amado, não chegará ao ponto de cometer um suicídio”.

O pastor Pedrão ainda deixou uma mensagem para os jovens que se sentem mal amados pelos pais. “Uma verdade que também não pode ficar esquecida para o jovem é que, mesmo se os pais dele não demonstram tanto carinho, é importante que ele saiba que o Senhor o ama. E o alento verdadeiro é Jesus Cristo e a transformação na vida dela irá impactar a vida de seus familiares. Não seja um cristão que só cobra dos pais, mas que consiga demonstrar o amor de Deus. Nós temos em Cristo todas as nossas necessidades e frustrações sanadas e saradas. A promessa do Senhor diz que Ele restituirá os anos consumidos pelo gafanhoto. Então, se o seu pai ou sua mãe não lhe deram amor, saiba que tudo isso você pode encontrar em Jesus”, afirma.

Fonte: Elnet

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