Uma corte da Tanzânia condenou nesta sexta-feira quatro pessoas à pena de morte pelo assassinato de um homem albino para utilizar partes de seu corpo que teriam poderes especiais, informa reportagem da rede de TV CNN.

Os quatro foram condenados pela morte de um albino de 50 anos na região de Shinyanga para a remoção de partes de seu corpo, disse Lucas Haule, comissário assistente de polícia, citado pela TV americana. A pena é de morte por enforcamento.

Partes dos corpos de albinos –doença genética que deixa a pessoa com pouca ou nenhuma pigmentação na pele, cabelo e olhos– são vendidas em algumas regiões da Tanzânia e outros países africanos por trazerem sorte e riqueza e para serem usadas em atos de feitiçaria.

Outros três homens foram condenados à morte no fim de setembro passado na mesma cidade pela morte de Matatizo Dunia, um albino de 13 anos que teve as pernas cortadas e vendidas a praticantes de magia negra.

Os assassinatos de albinos cresceram na Tanzânia, que tem 200 mil albinos, segundo estimativas do Centro Albino da Tanzânia.

Desde dezembro de 2007, ao menos 53 albinos foram mortos no país e tiveram pedaços dos corpos usados em feitiçaria. Os homicídios, conforme as autoridades, foram motivados por crenças supersticiosas.

De acordo com testemunhas, na Tanzânia, quem mata albinos consegue vender os órgãos internos, extremidades e outras partes dos corpos por até 10 milhões de xelins tanzanianos (quase R$ 14 mil). Os compradores são feiticeiros, que utilizam os restos humanos na elaboração de “poções mágicas”.

O governo da Tanzânia já abriu investigações referentes a ao menos 15 casos de assassinatos de albinos. Mais de 90 pessoas, incluindo quatro policiais, já foram presas sob acusação de envolvimento nos crimes.

Fonte: Folha Online

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