Um padre jesuíta condenado no ano passado por abuso sexual praticado contra adolescentes cerca de 40 anos atrás está enfrentando novas acusações por delitos semelhantes.

Ainda que as acusações originais contra o Padre Donald McGuire remontem ao final dos anos 60, as novas alegações, apresentadas em um processo civil aberto na terça-feira no tribunal distrital do condado de Cook, descrevem abusos praticados entre 1999 e 2003.

O processo alega que McGuire, 77 anos, praticou abusos contra o queixoso, identificado como John Doe 116, quando ele primeiro foi viver sob a guarda do padre, em uma casa jesuíta em Evanston, Illinois, aos 13 anos de idade. O processo alega igualmente que McGuire praticou abusos contra o menino em 13 Estados norte-americanos e seis países estrangeiros.

O processo também inclui entre os acusados a ordem jesuíta, formalmente identificada como a Província de Chicago da Sociedade de Jesus, e alega que os superiores da ordem “sabiam ou deveriam ter sabido” do comportamento de McGuire, e não o fiscalizaram devidamente.

Advogados do queixoso disseram também que os jesuítas não denunciaram McGuire às autoridades locais quando primeiro notificados das acusações, em janeiro de 2007. Mas um porta-voz dos jesuítas de Chicago afirmou na terça-feira que dirigentes da ordem haviam notificado o promotor chefe da divisão de crimes sexuais do condado uma semana depois de informados sobre as principais queixas contra McGuire. “Quando uma queixa de qualquer tipo é apresentada, tentamos atender à pessoa o mais rápido possível, e acreditamos que tenhamos agido assim nesse caso”, disse o porta-voz, Jeremy Langford.

Uma porta-voz da procuradoria do condado de Cook, Tandra Simonton, disse, porém, que o promotor só havia sido informado das acusações contra McGuire na terça-feira. Ela informou que a promotoria estava estudando as informações sobre o caso.

O processo afirma que o relacionamento entre McGuire e o queixoso se encerrou em 2003, quando queixas civis foram apresentadas contra o padre por dois homens que alegavam terem sofrido abusos sexuais da parte dele no final dos anos 60, período em que ambos eram alunos de uma escola jesuíta de segundo grau, perto de Chicago, na qual McGuire lecionava.

Depois disso, surgiram acusações criminais no Wisconsin, em 2005, e em 2006 McGuire foi condenado por cinco acusações de comportamento indecente com crianças, derivadas de seus abusos contra os dois meninos, em viagens escolares a Wisconsin no final dos anos 60. (O nome do padre foi excluído do processo civil quando o processo criminal foi aberto. A ação civil contra os jesuítas foi encerrada por acordo este ano.)

McGuire foi sentenciado a sete anos de prisão por acusação, mas servirá as sentenças simultaneamente; ele está aguardando em liberdade o julgamento de sua apelação, mas já está servindo uma sentença de 20 anos de liberdade vigiada. Desde 2003, McGuire foi removido das fileiras ativas do clero, e não pode mais trabalhar como sacerdote, segundo Langford. Ele teve de se registrar junto às autoridades como criminoso sexual, e vive em um subúrbio ao sul de Chicago.

Fonte: The New York Times

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