Quando a gravadora Island Records convidou Tom Jones recentemente a fazer um álbum natalino, ele rejeitou a ideia, optando por um caminho diferente, mais espiritual.

No 36o álbum gravado em estúdio por Jones, “Praise & Blame”, com lançamento previsto para a próxima semana, o cantor de 70 anos retorna a suas raízes de infância, com baladas gospel com toque gótico e canções rockabilly.

“Eu vinha querendo fazer isso há anos”, disse Jones à Reuters. “Às vezes as canções não precisam ser musicalmente fantásticas. Quanto mais simples, melhor.”

Não que Jones não tenha feito música de raízes antes –nos anos 1980, numa tentativa de injetar ânimo novo em sua carreira, ele lançou alguns álbuns country, mas estes não alcançaram o sucesso comercial que ele já tinha tido antes.

Em “Praise & Blame”, Tom Jones trabalhou com o produtor Ethan Johns (Kings of Leon, Ryan Adams), que ajudou a montar os arranjos e a banda de backing de Jones.

Além de covers tradicionais, Jones canta “What Good Am I?”, de Bob Dylan, “Burning Hell”, de John Lee Hooker, e “If I Give My Soul”, de Billy Joe Shaver.

Mudar as coisas musicalmente não é um conceito novo para Jones. Nos últimos anos ele vem tendo sucesso, experimentando formas e colaborações diferentes.

Em “Reload” (1999), ele trabalhou com vários artistas contemporâneos, como Tthe Cardigans, Robbie Williams e Portishead. O disco vendeu 5 milhões de cópias, mas nunca foi disponibilizado nos Estados Unidos.

“Mr. Jones” (2002) foi outra direção totalmente diferente, em que Tom Jones juntou-se a Wyclef Jean para apresentar um álbum de R&B moderno.

Comparado com esses lançamentos recentes, “Praise & Blame” é simples e enxuto. Tom Jones disse que testou sua voz em registros diferentes para descobrir qual soava mais natural.

Reinvenções enxutas e espiritualizadas de cantores envelhecidos não são necessariamente uma tendência nova. O cantor country Johnny Cash fez sucesso tarde em sua carreira com sua série “American Recordings” cantando principalmente com violão.

Em 2005, Neil Diamond lançou “12 Songs”, uma coletânea de originais gravados com simplicidade e que acabou sendo um dos álbuns mais aclamados de sua carreira.

[b]Fonte: Reuters[/b]

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