O turco Mehmet Ali Agca, que em 1981 atentou contra a vida do então papa João Paulo 2º, esteve neste sábado (27) no Vaticano para depositar dois ramos de rosas brancas no túmulo de Karol Wojtyla.

Ex-membro do grupo terrorista turco Lobos Cinzentos, Agca, indultado em 2000 pelo presidente italiano Carlo Azeglio Ciampi, foi ao túmulo do santo polonês no dia do 31º aniversário da visita que João Paulo 2º fez a seu algoz na prisão romana de Rebbibia, em 1983.

Após depositar as flores, Agca foi conduzido pela polícia italiana à delegacia romana de Cavour para ser interrogado e ali explicou que “sentia necessidade de realizar este gesto”.

O turco está em liberdade desde 2010, após ter permanecido preso em seu país, extraditado da Itália, por vários delitos.

Agca publicou uma autobiografia em 2013, na qual contava que, durante a conversa que teve com João Paulo 2º na prisão, confessou que o indutor do atentado tinha sido o aiatolá Khomeini e pediu ao pontífice que guardasse o segredo.

“Foi Khomeini e o governo iraniano os que me ordenaram a te matar”, escreveu em sua obra.

Essas revelações foram desmentidas posteriormente pelo porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

João Paulo 2º foi baleado em 13 de maio de 1981 quando, após uma audiência na praça São Pedro, cumprimentava os fiéis em um automóvel descoberto. O papa foi atingido por quatro balas, e Agca foi detido imediatamente.

Contra toda previsão, João Paulo 2º sobreviveu e depois ofereceu seu perdão ao delinquente turco pessoalmente.

Antes da publicação de sua autobiografia, Agca disse que por trás do atentado estava a “pista búlgara”, que conectava os serviços secretos de Sófia à máfia turca e aos terroristas dos Lobos Cinzentos.

Durante uma viagem a Bulgária em 2002, João Paulo 2º disse que jamais acreditou na “pista búlgara”.

Agca também disse em outras ocasiões que contou com ajuda do interior do Vaticano e em outras envolveu os países da Europa comunista.

Em recente entrevista concedida à agência de notícias italiana “Ansa”, Agca reconheceu que queria “realmente assassinar Wojtyla” e acrescentou que o fato de que o papa tenha se salvado “foi um milagre”.

[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]

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