A mineradora Vale do Rio Doce rebateu as críticas de movimentos sociais ao apoio dado pela empresa durante o lançamento da Campanha da Fraternidade 2007, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Em nota oficial, a Vale do Rio Doce afirmou que o apoio à campanha está em linha com a política social e ambiental da mineradora.

Segundo o comunicado, a Vale ajuda a promover o desenvolvimento sustentável das comunidades que vivem próximas às áreas de mineração. A companhia ressaltou que pretende aplicar R$ 300 milhões na área social e R$ 400 milhões no meio ambiente somente este ano.

Na última quarta-feira (21), nove pastorais sociais e entidades eclesiais condenaram o patrocínio da Vale ao lançamento da campanha, na capital paraense. Em manifesto, as entidades sociais afirmaram que o apoio dado pela empresa à transmissão da cerimônia de abertura pela televisão vai contra o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, que é a preservação da Amazônia. Para os movimentos populares, as atividades da Vale do Rio Doce devastam a floresta e prejudicam o meio ambiente.

O manifesto também questionou o impasse da empresa com os índios Xikrin, no sul do Pará. Em dezembro, a companhia foi obrigada pela Justiça Federal a retomar o repasse mensal de R$ 430 mil para a comunidade indígena. Os recursos haviam sido suspensos em outubro, depois que os índios ocuparam um pátio da companhia em Marabá, em outubro do ano passado.

Na nota divulgada, a Vale destacou que o caso está na Justiça. De acordo com a companhia, o próprio juiz do processo teria identificado a utilização irregular pelos índios do dinheiro enviado pela empresa. A ajuda serve como forma de compensação à comunidade Xikrin pela exploração do minério de ferro na Serra dos Carajás.

Em Brasília, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Odílio Scherer afirmou que as dioceses são livres para discordar do apoio da Vale do Rio Doce. Ele salientou, no entanto, que a empresa não está patrocinando a Campanha da Fraternidade. “A Vale só deu apoio ao evento de abertura”, ressaltou Scherer. “A campanha é uma atividade da Igreja e envolve toda a sociedade.”

O manifesto contra o apoio da Vale do Rio Doce foi assinado pela Articulação Nacional da Pastoral da Mulher Marginalizada, a Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil, o Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), o Grito dos Excluídos e o Grito dos Excluídos Continental. Também assinaram o documento as seguintes pastorais: do Menor, dos Migrantes, da Juventude Rural e a Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Fonte: Imirante

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