Uma comissão teológica do Vaticano desfez nesta quinta-feira uma teoria que ajudou a propagar o antissemitismo no início do século passado. Segundo os teólogos da Igreja Católica, os judeus podem alcançar a salvação eterna sem ser cristãos — e eles exortaram os católicos a não procurar sua conversão.

Os teólogos afirmam no documento que a ruptura de crença não deve levar os judeus a serem convertidos. Eles vão ainda mais longe do que o papa emérito Bento XVI, que se opôs abertamente em um livro publicado em 2011 que pregava todos os esforços possíveis para converter os judeus.

“Mesmo que os judeus não acreditem que Jesus Cristo é o Redentor universal, podem participar da salvação”, diz a comissão.

A Igreja acredita que a salvação é alcançada pela fé em Jesus, e exorta os cristãos a “espalhar a fé no mundo”. No entanto, os católicos consideram um diferente chamado para com os judeus. Cinquenta anos atrás, a histórica declaração “Nostra Aetate” exigiu aproximação e diálogo entre o cristianismo e o judaísmo, ajudando a acabar com séculos de desprezo para com os judeus.

“Devemos dar testemunho da fé diante deles com humildade e sensibilidade, reconhecendo que são portadores da palavra de Deus, e tendo em conta a grande tragédia do Holocausto nazista”, ressalta a comissão.

A referência ao Holocausto aponta um mea culpa da Igreja Católica na ajuda ao desenvolvimento do antissemitismo na Europa durante a primeira metade do século XX, que esteve lado a lado com a xenofobia e os movimentos fascistas.

[b]Fonte: Diário da Manhã[/b]

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