Um porta-voz do Vaticano negou nesta terça-feira que o papa Bento 16 tenha participado da Juventude Hitlerista quando era um jovem adolescente na Alemanha, na década de 40.

“O papa nunca esteve na juventude hitlerista, nunca, nunca, nunca”, disse Federico Lombardi, falando durante o segundo dia de visita do sumo pontífice à Terra Santa.

Lombardi procurou diferenciar a divisão antiaérea à qual o papa foi afiliado na época da 2° Guerra Mundial com a Juventude Hitlerista, classificada por ele como “uma corporação de fanáticos voluntários ideológicos do Nazismo”.

As declarações de Lombardi parecem contradizer as memórias de Bento 16, publicadas em 1997.

“Como seminarista, fui registrado na Juventude Hitlerista. Assim que saí do seminário, nunca voltei”, disse ele.

Holocausto

O correspondente da BBC em Jerusalém Tim Franks disse que o Vaticano parece estar trazendo à tona uma polêmica que já estava adormecida.

Políticos israelenses já vinham criticando Bento 16, acusando-o de não ter condenado o suficiente o Holocausto durante seu discurso na segunda-feira, o primeiro dia de visita à Israel e os territórios palestinos.

Nesta terça-feira em Jerusalém, o papa se tornou o primeiro pontífice a visitar o Domo da Rocha, que está entre os principais monumentos do Islamismo, do Judaísmo e do Cristianismo, e depois foi ao Muro das Lamentações, um dos locais mais sagrados para os judeus.

“Hoje tenho a oportunidade de repetir que a Igreja Católica está definitivamente comprometida com uma reconciliação genuína e duradoura entre cristãos e judeus”, disse ele.

Pouco depois, durante uma missa, o papa disse que o fato de que tantos cristãos deixaram a região é uma “realidade trágica”. “Na Terra Santa há lugar para todos”, disse ele.

Fonte: BBC Brasil

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