O Vaticano anunciou nesta segunda-feira a promulgação da Constituição Apostólica que permite a conversão coletiva ao catolicismo dos anglicanos tradicionalistas decepcionados com a visão progressista de sua igreja.

A Constituição Apostólica autoriza o nascimento de uma “estrutura canônica” específica para os novos anglicanos católicos, que poderão manter algumas das suas tradições.

“Se responde assim aos numerosos pedidos feitos à Santa Sé por grupos de sacerdotes e fiéis anglicanos de diferentes locais do mundo”, diz o comunicado do Vaticano.

Este foi talvez o passo mais claro e ousado do Vaticano em receber anglicanos descontentes desde que o rei Henrique 8º, da Inglaterra, rompeu com o papa e se proclamou chefe da Igreja Anglicana, no século 16.

Essa nova estrutura prevê a ordenação de clérigos anglicanos não casados como bispos que supervisionarão comunidades de ex-anglicanos convertidos católicos que reconhecem o papa como líder.

Já os clérigos anglicanos casados terão seus casos avaliados individualmente. Eles poderão ser ordenados sacerdotes católicos e permanecer casados, mas jamais poderão ser bispos. As novas regras não afetam a proibição do Catolicismo de que seus próprios sacerdotes se casem.

A Igreja Católica quer atrair assim os anglicanos contrários à evolução da doutrina em questões como a homossexualidade e a ordenação de mulheres como bispas –que geraram profundas divisões internas.

Os anglicanos que desejam entrar para a Igreja Católica devem manifestar “por escrito” sua vontade de aderir à nova doutrina.

O último anglicano famoso a se converter ao Catolicismo foi o ex-premiê britânico Tony Blair (1997-2007), que o fez após deixar o cargo.

Fonte: Folha Online

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