Início Site Página 2837

Obama venceu, mas igualdade racial segue assunto delicado nos EUA

A eleição de Barack Obama como o primeiro presidente negro dos Estados Unidos foi saudada com uma explosão de alegria pelos afro-americanos, mas uma igualdade racial de fato ainda parece distante da realidade do país.

A vitória de Obama é “um acontecimento histórico para derrubar as barreiras raciais nos Estados Unidos”, estima Conrad Worrill, co-fundador do movimento National Black United Front (Frente Nacional Unida Negra) e professor da Northeastern Illinois University.

Falta saber ainda, no entanto, se “este momento da história nos levará realmente a mudar nossa atitude e a maneira como nos comportamos uns com os outros”.

O professor afirma que cabe à comunidade negra extingüir as conseqüências sociais herdadas da escravidão e da segregação.

“Esta vitória não constitui, em si mesma, a mudança que esperamos”, advertiu o próprio Barack Obama no discurso que fez na noite da eleição.

A mudança “não poderá acontecer se deixarmos as coisas como têm sido até agora. Não poderá acontecer sem vocês”, insistiu Obama, diante das 240.000 pessoas que se reuniram em Chicago para ouvi-lo e comemorar sua vitória nas urnas.

Para Ron Hilson, morador negro de Chicago, esta eleição serve como fonte de esperança, mas apenas se a comunidade negra conservar o otimismo.

“Espero que isso perdure além de hoje, de amanhã e da semana que vem”, disse Hilson à AFP, afirmando ser testemunha, em sua comunidade, dos danos provocados pela droga e pelas gangues de rua, além do sucateamento das escolas, depois que os brancos se mudaram para os subúrbios.

Ainda que seja verdade que cada um deve fazer um esforço para mudar sua própria vida e comunidade, é necessário atacar os problemas estruturais, indica por sua vez Mark Sawyer, do Centro de Estudos Raciais, Étnicos e Políticos da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).

A questão fundamental é ver se Barack Obama “conseguirá estabelecer uma política que possa responder aos imensos problemas de desigualdade” que existem, disse Sawyer à AFP.

O risco da presidência de Obama é, paradoxalmente, o fato de que sua chegada ao poder nos Estados Unidos corre o risco de ocultar a persistência da desigualdade racial, destacou James Rucker, fundador do grupo de defesa dos direitos cívicos Color of Change (Cor da Mudança).

“Agora que temos um negro no posto mais alto e mais simbólico, acho que para muitos americanos brancos parecerá que os americanos negros têm menos razões para protestar”, explicou.

“O problema é que continua havendo discriminação dentro das casas e na educação; há crimes racistas e uma alta porcentagem dos presidiários do país é de negros. Tudo isso não desaparece por causa de uma eleição”, estima Rucker.

“O tema, agora, já não é o racismo na forma de um homem usando um capuz branco (símbolo da organização racista Klu Klux Klan). O tema são as desigualdades e a chegada de um mudança pela qual votamos”, resumiu o pastor Al Sharpton, uma das mais conhecidas caras do movimento pelos direitos cívicos nos Estados Unidos.

“Com um Congresso solidamente democrata e um presidente negro, se não aprovarmos as leis para reparar o sistema educacional e o sistema penitenciário, seremos simplesmente incompetentes”, concluiu Sharpton.

Fonte: AFP

Gene Robinson, o polêmico bispo homossexual fala sobre Barack Obama

Barack Obama, o primeiro presidente negro eleito nos Estados Unidos, consultou Gene Robinson, o polêmico bispo homossexual, durante a campanha eleitoral, segundo informações do site inglês The Times, que fez uma entrevista com Robinson, o primeiro bispo homossexual, sobre o presidente eleito dos EUA.

Obama foi muito elogiado pelo bispo, que disse – Ele é impressionante, é esperto e um ótimo ouvinte. Isso pode ser muito bom, já que passamos oito anos com alguém que não ouvia quase ninguém.

Segundo Robinson, os dois falaram passaram mais tempo falando sobre religião, política e economia do que sobre questões gays.

Confira alguns pontos da entrevista do pastor:

Crise econômica:

Eu espero que os Estados Unidos não fujam de suas responsabilidades. Terão uma luta dura, não só Obama, mas todos os poderes de Washington.

Religião:

Acho que Deus nos dá os nossos valores e, em seguida, para aqueles que argumentam com base na Constituição e no cuidado dos nossos vizinhos. E eu acho que a administração Bush ficou muito perto da linha se não passou por cima dela em termos de oferta de apoio aos grupos de base religiosa que estavam usando serviços sociais para converter, evangelizar, o que acho pouco apropriado.

A fé de Obama:

Acho extraordinário Obama falar de sua fé, não só por ser um político, mas um democrata. Durante anos, só os republicanos falavam sobre sua religião.

Fonte: JB Online

Ministro descarta descriminação do aborto no Brasil no curto prazo

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que a descriminação do aborto – aprovada na quarta-feira da semana passada pela Câmara dos Deputados do Uruguai – é um “fenômeno mundial”, mas afirmou que “não existe nenhuma hipótese” de o Brasil seguir esse caminho no curto prazo.

“O Uruguai deu um passo importante”, disse Temporão em entrevista à BBC Brasil. “Isso é um fenômeno mundial. Na Europa, apenas quatro países não aprovam, do ponto de vista legal, o aborto.”

“O Congresso brasileiro acabou de rejeitar um projeto de lei, então não existe nenhuma hipótese no horizonte curto de que essa questão esteja resolvida na sociedade brasileira.”

Temporão ressaltou que “cada país tem o seu processo” e exige “uma discussão muito profunda e delicada” da sociedade.

Em julho, a Comissão de Justiça e de Cidadania, da Câmara dos Deputados, rejeitou o projeto de lei 1.135/91, que permitiria o aborto no Brasil. A proposta foi considerada inconstitucional por ferir o direito à vida.

Temporão ressaltou, no entanto, que o Brasil obteve uma “histórica vitória” no Supremo Tribunal Federal ao conseguir aprovar a autorização da realização da pesquisa com células embrionárias.

Na União Européia, apenas Portugal, República Checa, Espanha e Irlanda restringem a permissão de aborto aos casos em que há ameaça à vida ou à saúde da mãe. Nos demais países do bloco, o aborto é totalmente liberado ou permitido por motivos econômicos e sociais.
No Uruguai, um projeto de lei que permite o aborto de fetos de até 12 semanas de gestação foi aprovado nesta semana pela Câmara, mas ainda depende de aprovação do Senado. O presidente do país, Tabaré Vazquez, avisou que pretende vetar a permissão ao aborto, caso o Senado a aprove.

Crise financeira e dengue

O ministro descartou o impacto da crise financeira mundial no orçamento da Saúde.

Nesta semana, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que o orçamento do governo vai sofrer um corte de R$ 15 bilhões no próximo ano, devido ao menor crescimento da economia brasileira – que estaria sofrendo com a crise global.

“Felizmente o orçamento do ministério da Saúde está blindado pela emenda 29. O orçamento do ministério da Saúde tem que ser obrigatoriamente corrigido pela variação nominal do PIB”, disse Temporão.

“Como o crescimento econômico esse ano com certeza vai ser acima de 5% – se é que nós vamos ter crise, mas isso é uma outra discussão – e a inflação vai ficar em torno de 5%, o meu orçamento vai aumentar em 10%. Isso não há o que fazer. É uma determinação constitucional.”

O maior problema da Saúde é que qualquer aumento do orçamento acima do previsto pela emenda 29 pode tornar-se mais difícil diante da crise financeira e da queda da arrecadação do governo.

Temporão ressalta que, mesmo com o possível aumento de 10% no orçamento da Saúde em 2009, o montante “está totalmente distante das necessidades” da pasta.

Uma das necessidades será o combate à dengue. O governo federal está em alerta para um possível surto de dengue no verão em 12 Estados brasileiros.

O ministro da Saúde alerta que a situação mais grave é na Baixada Fluminense, onde pode haver uma nova epidemia de dengue.

Temporão está em Londres onde apresenta nesta sexta-feira um relatório a uma comissão formada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre os diferentes fatores sociais que determinam o padrão de saúde do Brasil.

Segundo o ministro, no caso brasileiro, a forte desigualdade de renda é um dos principais fatores sociais que afeta a saúde.

Fonte: BBC Brasil

Vítimas do Holocausto pedem suspensão da beatificação de Pio 12

Um dos mais influentes grupos de sobreviventes do Holocausto acusou na segunda-feira o papa Pio 12 de ter ficado “calado diante do mal absoluto” e pediu que o Vaticano suspenda seu processo de beatificação.

A entidade Encontro Americano dos Sobreviventes do Holocausto Judeu e Seus Descendentes anunciou que fará uma campanha global junto a núncios apostólicos (embaixadores dos Vaticano) contra a beatificação de Pio 12.

“O que nós, sobreviventes e seus filhos, buscamos transmitir aos nossos amigos no Vaticano é a nossa angústia moral e nossa profunda dor neste momento”, disse nota assinada por Elan Steinberg, vice-presidente do grupo.

“Houve muitos indivíduos e representantes da Igreja cujo brilhante heroísmo durante os terríveis anos do Holocausto deveriam ser reconhecidos, mas o papa Pio 12 simplesmente não estava entre eles”, acrescentou Steinberg, que é também diretor-emérito do Congresso Mundial Judaico.

Alguns judeus acusam Pio 12, que pontificou de 1939 a 1958, de ter feito vista grossa ao Holocausto, e o Vaticano alega que ele agiu nos bastidores para salvar muitos judeus.

O Encontro Americano, com cerca de 60.000l membros, vai solicitar audiências com o núncio apostólico em Washington, e outras entidades judaicas devem fazer o mesmo em dezenas de países.

“Durante a Segunda Guerra Mundial, apesar dos apelos e relatos de outros líderes eclesiásticos e aliados, o papa Pio 12 nem uma só vez denunciou de forma pública e explícita os crimes nazistas contra os judeus”, disse Steinberg.

Esse assunto dificulta as relações entre judeus e católicos. Alguns grupos judaicos pedem que o Vaticano suspenda o processo de beatificação durante sete anos, até que sejam abertos os arquivos daquele período.

A Congregação da Causa dos Santos já aprovou as chamadas “virtudes heróicas” de Pio 12, o que o qualifica a ser beato da Igreja, mas o papa Bento 16 ainda não assinou um decreto nesse sentido.

Steinberg disse que o Vaticano deveria olhar para o papa João 23 (1958-1963), que ajudou a salvar judeus e informou o Vaticano sobre os planos nazistas de exterminar os judeus quando era bispo na Turquia.

“Para os sobreviventes, João foi um santo”, disse Steinberg.

Fonte: Reuters

Ministério Público quer padre condenado por desobediência

O Ministério Público (MP) de Portugal pediu esta segunda-feira a condenação de um padre acusado do crime de desobediência, por não ter cumprido uma ordem da Guarda Nacional Republicana (GNR).

O sacerdote octogenário reconheceu em tribunal o descumprimento da ordem dada, argumentando que desrespeitou “por não ter alternativa”.

O caso remonta a 6 de novembro de 2005, quando o padre João Bastos, residente em Mozelos, Santa Maria da Feira, se dirigia no seu automóvel para celebrar uma missa na igreja de Argoncilhe.

Depois de ter visto que a estrada em que seguia estava cortada devido à realização de uma prova de atletismo, o argüido decidiu prosseguir em marcha lenta, ainda que a GNR o tenha advertido para que parasse.

Segundo as declarações do padre, pouco mais de dois metros depois, a força policial impediu-lhe a passagem e transportou-o para o posto da GNR de Lourosa.

“Tiraram-me à força – como um carneiro – e meteram-me no carro deles aos encontrões”, afirmou o sacerdote que garante não ter acatado a ordem policial por ter os seus fiéis à espera na igreja.

Foram ouvidas algumas testemunhas no início do julgamento e, feitas as alegações finais, a procuradora afirmou que o argüido poderia ter optado por outra via, mas desobedeceu à ordem da GNR de forma consciente.

A leitura da sentença será feita no dia 19 de Novembro, pelas 14h00, no Tribunal de Santa Maria.

Fonte: Correio da Manhã – Portugal

Ulbra busca alternativas para enfrentar pior crise da sua história

Auditores da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) vão se reunir, amanhã, na capital gaúcha, com o procurador da Fazenda Nacional no Rio Grande do Sul, Dr. Diogo da Silva, para tentar fechar acordo quanto à dívida fiscal da instituição, anunciada em 2 bilhões de reais (cerca de 909 milhões de dólares), dos quais a reitoria reconhece apenas 350 milhões de reais.

Em 36 anos de história, essa é a pior crise que a Ulbra enfrenta, com uma dívida contraída junto a bancos nacionais e estrangeiros de 270 milhões de reais (122 milhões de dólares), que consomem 20 milhões de reais (9 milhões de dólares) por mês a título de juros e amortizações. A universidade tem uma receita mensal de 60 milhões de reais para uma despesa de 70 milhões de reais.

“A crise financeira internacional nos surpreendeu”, disse para a ALC o advogado tributarista Reginaldo Bacci, coordenador do Comitê de Reestruturação e Gestão Financeira da Ulbra, reportando-se à rolagem da dívida bancária, que “de um momento a outro ela não conseguiu mais fazer”. A Ulbra, disse, não tem um problema econômico, mas financeiro, de fluxo de caixa.

Mesmo que o problema da instituição seja complexo, admitiu Bacci, uma vez renegociada a dívida e acertado o fluxo de caixa “o resto se arruma em seis meses”, afirmou. O patrimônio da Ulbra, subavaliado, é de 2,2 bilhões (1 bilhão de dólares), mas deve alcançar, depois de nova avaliação solicitada à Caixa Econômica Federal, 2,5 bilhões a 3 bilhões de reais, apontou o advogado.

Com o alongamento da dívida a Ulbra espera reduzir o pagamento de juros e amortizações de 20 milhões de reais para 6 milhões de reais por mês. Bacci revelou ao jornal Valor Econômico que cerca de 70% dos débitos, que tinham vencimentos previstos para 15 a 16 meses, foram alongados para 60 meses, com taxas semelhantes às praticadas nos contratos originais.

Embora não pudesse dar detalhes da transação porque “o momento não é bom”, Bacci adiantou que a instituição fechou um grande negócio e que deverá vender, ainda, terra e imóveis que sequer estão sendo utilizados. As áreas de educação e saúde da Ulbra vão passar por reestruturação, buscando a diminuição em 20% do montante das despesas, informou o advogado.

A Ulbra chegou nesse estágio, disse Bacci para a ALC, porque “fez investimentos demais” e não se dava conta do volume de dinheiro investido em projetos sociais, culturais e na filantropia. “Chegamos a uma conta de 40 milhões de reais por ano em projetos sociais”, revelou, garantindo que a instituição não deixará de alocar recursos para a filantropia, que é uma de suas características.

Mantida pela Comunidade Evangélica Luterana São Paulo, de Canoas (na região Metropolitana de Porto Alegre), a Ulbra tem nove campi no Rio Grande do Sul (Canoas, Cachoeira do Sul, Carazinho, Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, São Jerônimo, Santa Maria e Torres) e seis campi nos Estados do Amazonas, Goiás, Pará, Tocantins e Rondônia, somando 152 mil alunos matriculados, dos quais 143 na educação superior e nove mil na educação básica. A inadimplência na Educação Superior da instituição está em torno de 30%.

Hoje à noite, os 1,9 mil docentes da Ulbra locados nos nove campi do Rio Grande do Sul estarão reunidos em assembléia para decidir os próximos movimentos. “Existe um forte indicativo de greve”, informou o diretor Adjunto de Políticas Sociais, Serviços, Esportes e Lazer, Ângelo Estevão Prando, do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Sinpro-RS).

A Ulbra está com salários dos professores atrasados. Depositou apenas um quinto da folha de setembro, a folha de outubro está em aberto e não foi pago a metade do décimo terceiro salário de docentes. O Sinpro ingressou com ação na Justiça para garantir esse pagamento. A folha, de 16 milhões de reais (7,27 milhões de dólares), líquida, foi depositada com atraso em quatro meses deste ano, de acordo com o jornal Valor Econômico.

“Tem professor que está desesperado, sem condições, sequer, de ir ao trabalho, pois estão com o cheque especial estourado, e solicitaram dinheiro emprestado a parentes e amigos”, revelou Prando.

Embora sem qualquer ingerência administrativa na Ulbra, a direção da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) “vê a situação com muita preocupação”, disse à ALC o presidente da denominação, pastor Paulo Moisés Nerbas. A IELB estendeu ao reitor da Ulbra o seu apoio e “ora pedindo para que, de fato, possa ser encontrada uma solução”.

Nerbas lembrou a importância da Ulbra para o trabalho da igreja, seja na formação teológica dos seus pastores, na Pastoral Universitária e na ampliação da missão, uma vez que surgem novas congregações onde a instituição educacional está presente.

Além da educação, seu foco principal, e do Ulbra Saúde, a instituição tem investimentos na Basa Participações, fabricante de soros em Caxias do Sul, na área esportiva (futebol e vôlei) e cultural.

Fonte: ALC

Padre casado diz que mulher ‘deixa o homem muito mais santo’

O celibato, obrigatório na Igreja Católica, ganhou ares de polêmica em Goiânia. De um lado o padre Osiel Luiz dos Santos, que mantém uma rotina de celebração mesmo sendo casado há 20 anos.

Do outro lado, o Tribunal Eclesiático da Igreja, que determinou a ilegalidade das pregações. A arquidiocese também divulgou uma nota para todas as igrejas determinando a obrigatoriedade de o comunicado ser afixado no painel de cada paróquia por três meses e lido em todas as missas durante três domingos consecutivos.

“Eu entendo que celibato é uma exigência muito mais econômica do que religiosa. A mulher não contamina o homem. Muito pelo contrário. Ela deixa o homem muito mais santo, muito mais forte”, avalia o padre na sala simples de uma casa localizada no Parque Amazônia, um bairro de classe média baixa de Goiânia.

A notícia de exposição de sua condição perante a igreja não assusta o padre, que além de ministrar casamentos e batizados, mantém algumas tradições típicas entre os líderes católicos. Ao receber a reportagem do UOL, ele estava com uma camisa de mangas longas simples, mas com o clégico (aquele tipo de gola especial dos padres). “Não temo. Por que não creio que esteja fazendo nada de errado. O que faço é honesto. Não engano ninguém”, ressalta o padre, de 62 anos.

Até o fim da década de 80, ele tinha o comando de uma paróquia na capital. Mas acabou se apaixonando por Cledma Maria de Castro, na época com 19 anos. “Não menti, não enganei. Fui ao arcebispo, contei a situação, entreguei a igreja. Ele me disse que me daria força e pediu que eu enviasse uma carta ao papa renunciando. Me recusei a fazer isso por acreditar que o casamento não inviabiliza o sacerdócio”, ressalta. Do casamento surgiram cinco filhas.

Apesar da situação em comum, ele defende o celibato, mas de uma maneira mais democrática. “Luto há mais de 20 anos pelo celibato opcional. Seria a solução para muitos dos escândalos que existem hoje na igreja. Por conta dessa imposição, muitos padres mantêm relacionamento às escondidas, às vezes com filhos. Quando a Igreja sabe, faz é piorar as coisas. O transfere de cidade, o isola em outro local”, avalia.

Apesar das idéias renovadoras com relação ao celibato, Osiel mantém tradições conservadoras quando o assunto é homossexualismo. “Não me sinto preparado, hoje, para celebrar uma união homossexual, por exemplo. Talvez um dia amadureça a esse ponto, mas na minha concepção ainda é de que essa prática vai contra a lei natural de Deus”.

Sobre a existência de padres homossexuais, ele até admite que seja proporcionada a ordenação, mas ressalta que, nesses casos, o celibato seria uma alternativa. “Sou contra a relação de homem com homem ou de mulher com mulher. Acho que pode ter padre gay, mas nesse caso precisa ser celibatário”, diz, e volta a criticar padres que usam a força e poder da igreja em casos extremos, como pedofilia. “Para mim, isso é uma doença. Precisa é de tratamento”.

Calmo e medindo cada palavra ele confessa ter sofrido muito ao longo das últimas décadas, mas garante que o que ele considera como pressão da igreja não mudará sua forma de trabalho. Inclusive, tem casamentos marcados para esse mês.

“Não fico surpreso. Não pude celebrar a minha última missa, porque queriam apedrejar a minha mulher. Mas o que alguns não entendem é que o sacramento não é da igreja, é de Jesus Cristo”. Ele fez questão de afirmar que não foi a igreja que o demitiu. “É vergonhoso o que estão dizendo. Eu me demiti da igreja. Mas me desliguei da igreja, não de Nosso Senhor”.

A reportagem do UOL entrou em contato com a Arquidiocese de Goiânia, mas a assessoria de imprensa informou que o pronunciamento seria feito apenas através de notas. Tanto para a imprensa como para a comunidade em geral. A seguir, a íntegra da nota.

Arquidiocese comunica demissão de ordens de Osiel Luiz dos Santos

A Arquidiocese de Goiânia comunica demissão de ordens de Osiel Luiz dos Santos. Ele foi suspenso do ministério sacerdotal desde que se casou, em 27 de setembro de 1988. Ainda assim, de forma canonicamente ilegal, insiste em exercer funções como celebrar a missa, administrar sacramentos, o que ocorre de forma ilícita e até inválida.

Foi instaurado, pela Arquidiocese de Goiânia, um processo e o tribunal Eclesiástico que analisou, investigou, julgou e pronunciou a sentença imputando-lhe penda de demissão judicial das ordens. O comunicado oficial sobre essa demissão será lido em todas as capelas, comunidades e paróquias da Arquidiocese durante as missas nos próximos três domingos, bem como será afixado no painel de avisos de um desses lugares.

Segue o a integra do comunicado:

Aos Párocos, Administradores paroquiais, Vigários paroquiais e Fiéis todos da Arquidiocese de Goiânia

Queridos irmãos,

em 6 de maio de 2008, Osiel Luiz dos Santos, padre suspenso do ministério sacerdotal que continua a exercitar, foi demitido das Ordens. Ele é absolutamente impedido de celebrar a Missa e administrar qualquer sacramento.

A justiça da Igreja, diante do arbitrário, ilegítimo e ilícito comportamento de Osiel Luiz dos Santos de persistente escândalo e de gravíssima ofensa a Deus, quer exercer responsavelmente sua função pastoral: formação das consciências, ação paciente e firme em tutela da santidade dos sacramentos, em defesa da moralidade cristã e pela reta formação dos fiéis.

Portanto, confirmando que é gravemente ilegítimo e injusto que Osiel Luiz dos Santos engane tanto quem recebe o sacramento como a comunidade a respeito do mesmo sacramento,

Publicamos em todas as Paróquias da Arquidiocese de Goiânia esta carta, que torna notório e conhecido quanto foi disposto com a sentença.

Seja afixada no painel dos avisos de toda Paróquia, Comunidade ou Capela da Arquidiocese de Goiânia por três meses e lida em cada missa por três domingos consecutivos.

Dada em Goiânia, na sede da Cúria Metropolitana, em 30 de outubro de 2008.

Dom Washington Cruz, CP
Arcebispo Metropolitano de Goiânia

Fonte: UOL

Autor das charges de Maomé lança livro com novas caricaturas

O caricaturista Kurt Westergaard, 73, autor de uma das famosas charges de Maomé no jornal dinamarquês “Jyllands-Posten”, que causou irritação na comunidade muçulmana, ilustrou um novo livro de sátiras que inclui vinhetas de políticos e mulás, e que será publicado em 1º de dezembro.

Westergaard, ameaçado de morte, desenhou 26 charges “tão desrespeitosas e satíricas como sempre”, disse hoje Lars Hedegaard, presidente da Associação de Liberdade de Imprensa da Dinamarca.

“Se alguém tinha achado que a ‘crise das caricaturas’ e os planos de assassinato tinham conseguido deter sua pluma, este livro prova o contrário”, afirmou Hedegaard, autor da obra, intitulada “Groft Sagt”.

O caricaturista e a esposa já mudaram várias vezes de residência nos últimos meses por causa das ameaças recebidas.

Fonte: Folha Online

Com o fim da guerra civil, Aids é a principal ameaça em Angola

Os 27 anos de guerra civil em Angola provocaram muito derramamento de sangue e destruição, mas também serviram como proteção contra o mortal vírus da Aids, que agora ameaça disseminar-se por esse país africano, afirmou o ministro angolano da Saúde, José Van-Dunem.

Van-Dunem afirmou temer que a reconstrução de estradas e pontes destruídas acabe por ajudar na disseminação do vírus através da locomoção de pessoas pelos países vizinhos.

Segundo estimativas do governo, cerca de apenas 2,1 por cento dos 16,5 milhões de angolanos acusaram a presença do vírus HIV (da Aids).

Essa cifra é pequena se comparada com a taxa de contaminação registrada na maior parte dos vizinhos de Angola. Na Namíbia, por exemplo, um quinto da população é portadora do HIV.

“As fronteiras estão abertas, há uma movimentação de pessoas de ambos os lados da fronteira, o que aumenta as chances de surgirem novos casos de Aids”, disse Van-Dunem em entrevista à Reuters.

“A luta contra a Aids é a maior das nossas prioridades.”

O governo recém-eleito de Angola prometeu gastar mais de um terço do Orçamento de 2009 (um total de 42 bilhões de dólares) com a saúde, a educação e a luta contra a pobreza.

As autoridades realizam também uma campanha de conscientização a fim de alertar os angolanos sobre os perigos da doença e prover exames e tratamento gratuitos.

“Se você analisar nosso Orçamento, perceberá o quão seriamente encaramos esse problema.”

Surto

Porém, na Província de Cunene (sul), na fronteira com a Namíbia, já acontece um surto de Aids. Estima-se que 16 por cento dos moradores dali estejam ficando doentes em virtude do HIV, revelou a Rede Angolana de Organizações de Combate à Aids.

“Cunene apresenta a maior taxa de contaminação pelo HIV do país. Combateremos a disseminação da doença lá e em outras províncias da fronteira. O número de portadores do vírus nos países vizinhos é muito maior do que aqui”, afirmou o ministro.

Outras províncias do norte, na fronteira com a República Democrática do Congo, como Uige, também registram um aumento constante na quantidade de casos de Aids.

Isso alimentou temores de que o imenso esforço de reconstrução da infra-estrutura empreendido em Angola desde o fim da guerra civil, em 2002, continuará a fazer crescer a população das maiores cidades angolanas, como Luanda, e disseminará ainda mais a doença.

Não obstante ter reconhecido os perigos da Aids no país, Van-Dunem disse que os esforços do governo para contê-la estavam sendo bem-sucedidos.

“O que está acontecendo hoje é que as pessoas mostram-se mais abertas a respeito da Aids porque têm agora mais acesso ao tratamento.”

A África subsaariana continua a ser a região do mundo mais afetada pelo HIV, com 22,5 milhões de pessoas portadoras do vírus no final de 2007, ou dois terços do número global de casos, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

Fonte: UOL

Britânica de 13 anos ganha direito de morrer

Uma menina britânica de 13 anos em estado de saúde terminal conquistou o direito de morrer depois que o hospital onde ela está internada desistiu de obrigá-la a se submeter a uma operação cardíaca.

O Herefordshire Primary Care Trust, que administra o hospital no condado inglês de Herefordshire, desistiu do caso na Suprema Corte da Grã-Bretanha depois que um assistente social atestou que Hannah Jones estava segura na sua decisão de não ser operada.

Hannah, da cidade de Marden, recusou-se a ser operada do coração porque a cirurgia tinha poucas chances de sucesso e, mesmo se bem-sucedida, exigiria cuidados médicos intensivos. A menina disse que preferia morrer com dignidade.

O hospital chegou a entrar com um processo em um tribunal em fevereiro para obrigá-la a ser operada. Mas a instituição mudou idéia quando ela foi entrevistada por um assistente social. Hannah disse que quer interromper seu tratamento e passar o resto da vida em casa.

Quando mais jovem, Hannah sofreu de leucemia e seu coração foi enfraquecido por remédios fortes que ela tomou desde os cinco anos de idade.

Os pais de Hannah disseram que apóiam a filha e que estão muito orgulhosos dela.

“É revoltante que as pessoas do hospital possam presumir que nós não pensamos no que é melhor para a nossa filha”, disse o pai de Hannah, Andrew, ao jornal britâncio The Daily Telegraph.

“Hannah já passou pelo suficiente e mais uma audiência jurídica ou sendo forçadamente levada ao hospital seria humilhante.”

Fonte: BBC Brasil

Ads
- Publicidade -
-Publicidade-