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Vitória: Igreja pede que eleitor não vote em “fariseu”

A capital capixaba, Vitória, é uma das cidades com menor número de candidatos nas eleições municipais em todo o País. Apenas três candidatos disputam a prefeitura.

Mas enquanto a Justiça Eleitoral no Espírito Santo afirma que só poderá divulgar nomes de candidatos com “ficha suja” se houver uma resolução do TSE regulando o assunto, a cúpula da Igreja Católica no Estado decidiu partir para o ataque. A arquidiocese de Vitória lançou uma cartilha sobre as eleições, na qual pede aos fiéis que não votem em “candidato fariseu”, numa referência a políticos considerados dissimulados e hipócritas.

A cartilha “Construindo a Democracia – Eleições 2008” foi lançada pelo arcebispo de Vitória, d. Luiz Mancilha Vilela. “A Igreja não defende partidos nem ideologias, mas explica o que se espera de um candidato. A cartilha tem orientações para que o cidadão possa escolher bem seu representante. Em resumo, orientamos as pessoas a votar naqueles que defendem a dignidade da pessoa humana”, explica o arcebispo.

Com tiragem de 50 mil exemplares, a cartilha foi elaborada pela equipe de Material Político da Arquidiocese de Vitória e será distribuída em todo o Estado.

Fonte: Terra

Religiosa, Uganda usa moralismo contra a Aids

Estratégia “ABC” aposta em abstinência, fidelidade e, em terceiro lugar, camisinha. Governo diz que campanha levou taxa de contaminação de 30% nos anos 1980 a 7% hoje; poderio das igrejas e dinheiro dos EUA são armas. Jovens celebram “contratos” de abstinência com pastor pop.

A missa na minúscula igreja com telhado de zinco e meia dúzia de bancos de madeira numa rua de terra em Campala está começando, e Louis Kermu, 27, sobe ao púlpito improvisado para dar seu testemunho. “Agradeço a Deus por me ajudar a continuar sexualmente puro. Não é fácil. Onde eu moro, as pessoas da minha idade ouvem músicas com referências sexuais que me tentam. Mas eu sigo acreditando.” Seguem-se aplausos.

Todos os dias em Uganda, discursos como esse fazem apologia da abstinência sexual, uma estratégia abraçada pelo governo com ajuda das igrejas e financiamento do governo norte-americano e elevada a carro-chefe da política anti-Aids.

Nos últimos 20 anos, o país de 30 milhões de habitantes no centro da África conseguiu diminuir significativamente a incidência da doença, de uma maneira que passa longe da abordagem tradicional.
As estatísticas oficiais falam em uma redução de 30% da população contaminada no final dos anos 80 para pouco mais de 7% atualmente. O percentual ainda é alto para padrões internacionais, e chegou a apresentar uma leve alta nos últimos anos, mas é um caso raro no continente mais afetado pela doença no mundo.

Países como África do Sul, Suazilândia, Botsuana, Zâmbia e Zimbábue, entre outros, há anos tentam em vão reduzir índices de contaminação que chegam a quase 40%.

A abordagem ugandense é polêmica e assumidamente moralista. Em vez de massificar o uso de camisinhas, método adotado por vários países e o preferido das organizações internacionais, investe-se na mudança de comportamento.

A estratégia surgiu nos anos 80 em círculos cristãos norte-americanos, mas foi em Uganda que ela adquiriu proporções de política de Estado.

Desde 1986, o governo adota a política batizada de ABC: A de abstinência, dirigida aos jovens solteiros; B de “be faithful” (seja fiel), para os casados; C de “condom”, camisinha, para quem não seguir as anteriores.

Mas, como explica James Kigozi, diretor de Comunicação da Comissão de Aids de Uganda, órgão oficial que trata da epidemia, as letras têm peso diferente. “A ordem em que elas estão é importante. Nossa estratégia é um pacote em que as camisinhas são apenas a terceira escolha”, afirma ele.

Segundo as estatísticas oficiais, apenas 25% da população sexualmente ativa nas áreas urbanas usa com regularidade a camisinha. Nas áreas rurais, onde vivem 80% das pessoas, o índice cai para perto de zero.

O governo não faz questão nenhuma de elevar esses números. Tanto que a previsão do Programa da ONU para o Desenvolvimento em Uganda é de que faltarão preservativos no país para distribuição gratuita a partir de outubro, devido a cortes no orçamento para importação das camisinhas.

Pelas ruas de Campala e pelas estradas do país, grandes outdoors patrocinados pelo governo divulgam o enfoque moralizador. Uma peça mostra três garotas vestidas para uma formatura universitária, dizendo: “Só chegamos tão longe porque nos abstivemos”.

Outra é destinada a combater o sexo entre garotas e homens mais velhos, uma grande fonte de disseminação da Aids, segundo o governo. “Você deixaria este homem ficar com sua filha adolescente?”, diz o cartaz, ao lado da foto de um senhor de meia idade. “Então, por que você está com a dele?”.

Pulsão religiosa

A política do ABC sobrevive há mais de duas décadas em grande parte porque foi encampada com entusiasmo pelas igrejas. Em Uganda, 42% da população é católica, e percentual igual é evangélico.

O presidente, Yoweri Museveni, no poder desde 1986, é um ex-guerrilheiro marxista que se diz um “renascido cristão”, assim como seu colega norte-americano, George Bush. A primeira-dama, Janeth, tem uma ONG que promove a abstinência. O dinheiro dos EUA, US$ 2 bilhões nos últimos dez anos, vem com a condição de ser usado para promover abstinência.

“O governo sabe que as igrejas são uma força moral poderosa em Uganda, quase invencível, e decidiu trabalhar com elas”, afirma Paddy Musana, estudioso de questões religiosas da Universidade Makerere. Não por acaso, o presidente da comissão oficial de combate à Aids, que inclui representantes da sociedade, é um bispo católico aposentado.

O governo usa também como argumento o que chama de “fatores culturais” do povo de Uganda. “A sociedade africana tem uma tradição de poligamia. É socialmente aceito”, diz Kigozi. Por isso, diz ele, a letra B na tríade do ABC também é valorizada. Para muçulmanos (12% da população), há uma peculiaridade. O recado é: “seja fiel a todas as suas mulheres”.

Além disso, segundo o governo, o ugandense nas áreas rurais, onde vive a maioria da população, tem pouca informação e acesso à camisinha.

“Eles não sabem usar e não têm dinheiro para comprar. As pessoas bebem, se divertem e esquecem de usar a camisinha”, afirma Kigozi.

Jovens celebram “contratos” de abstinência com pastor pop

Casado e com cinco filhos, o pastor Martin Ssempa, 40, é uma das vozes mais estridentes da política do governo de Uganda de “terceirizar” parte da promoção da abstinência sexual para as igrejas. “Nossa visão não é a dos europeus e americanos, que diz que você pode ter sexo com quem escolher”, diz.

A cada sábado, Ssempa reúne em sua igreja grupos de jovens para celebrar “contratos de abstinência”. Pequenos cartões que podem ser carregados na carteira são assinados por jovens. “Faço uma comunhão com Deus, comigo, minha família, meus amigos, minha nação, meu futuro cônjuge e meus futuros filhos de ser abstêmio desse dia até o dia em que eu entrar num casamento monogâmico e para a vida toda”, diz o “contrato”. Ssempa diz que chega a reunir 3.000 jovens em alguns desses eventos.

Sua agressiva estratégia de marketing lembra a dos televangelistas americanos. Ele distribui um “business card” em que se apresenta como “uma voz fervorosa na luta global contra HIV/Aids”. Gosta de se apresentar não apenas como pastor, mas como “CEO” de um conglomerado de ONGs que promovem a abstinência.

Ssempa tem website, programas de rádio e é figura fácil na TV, em passeatas e seminários, locais e internacionais. Na América Latina, esteve no México, mas nunca no Brasil.

Um ajudante confidencia que ele sonha levar Kaká, jogador do Milan e da seleção brasileira conhecido pelo fervor religioso, para visitar Uganda.

O pastor é um aliado do presidente Yoweri Museveni, e seu desprezo pela camisinha é assumido. “Quando as pessoas têm muito acesso à camisinha, se tornam promíscuas”, afirma.

Há alguns anos, Ssempa fez questão de ser filmado queimando um lote de preservativos. “Eram camisinhas defeituosas.” É um grande admirador do presidente dos EUA, George W. Bush. Mas espreita inimigos e ameaças em todos os cantos, principalmente entre feministas e as ONGs internacionais que atuam no país.

“Para nós, o que você faz na privacidade do seu quarto não é só da sua conta. É da conta de todos. Aqui todos pertencemos a clãs. Quando um está doente, estamos todos doentes.”

Para ONG, ação faz garotas entrarem em uniões de risco

A política anti-Aids do governo de Uganda atenta contra os direitos humanos e pode colocar vidas em risco. Este é o veredicto de um relatório de 2005 da Human Rights Watch (HRW), respeitada ONG baseada nos EUA. “Amplamente considerada líder na prevenção da Aids, Uganda está redirecionando sua estratégia de métodos cientificamente comprovados para programas de caráter ideológico”, disse a ONG.

Segundo o relatório, que defende a promoção da camisinha, “o efeito é o de substituir estratégias de saúde pública consistentes por mensagens não comprovadas e que podem ameaçar a vida, impedindo a realização do direito humano da informação”.

A HRW aponta uma brecha no programa de abstinência que algumas ONGs locais também percebem: geralmente, quem segue a orientação são as mulheres. “Garotas de menos de 18 anos em sua maioria se casam com homens que há anos são ativos sexualmente e não usam camisinha.”

Algo parecido diz Syahuka Hannington, diretor-executivo da Rede de Organizações de Aids de Uganda, que reúne cerca de mil ONGs. “Abstinência não é tão simples assim. Faz sentido se abster para depois casar com um homem infectado com o HIV?”

A opinião de Hannington deve ser vista, no entanto, mais como um reparo no que é no geral uma opinião favorável da estratégia do governo. Na sua ofensiva anti-Aids, que já dura duas décadas, o governo foi bem-sucedido em cooptar as ONGs locais. “Há praticamente um consenso nacional em torno do tema”, diz Hannington.

Segundo os estudos da ONG, 99% da população hoje sabe o que é a Aids, mas apenas 42% se protege da doença.

Francis Nahamya, presidente de outra ONG ugandense, o Centro de Informações da Aids, aprova a mensagem propagada pelo governo. “O que nós dizemos aos jovens é: você ainda é novo, você pode esperar.” Sua ONG destina-se a oferecer informação e aconselhamento, com oito escritórios no país e 170 funcionários. Um dos doadores é o governo dos EUA.

O preservativo é, segundo Nahamya, defendido como uma válvula de escape. “Camisinha é uma opção para os que não podem se abster ou serem fiéis. Nesse caso, pelo menos use a camisinha”, afirma.

Fonte: Folha de São Paulo

Centro Clínico Evangélico aguarda aprovação da vigilância

O Centro Clínico do Hospital Evangélico Bom Pastor, da Igreja Assembléia de Deus de Corumbá, está apenas esperando a aprovação de alguns papéis da vigilância sanitária do município para começar a funcionar.

Segundo o Pastor João Martins, para a inauguração do Hospital só faltam alguns papeis burocráticos, que devem ficar prontos ainda esta semana e que se consigam alguns parceiros, “precisamos de alguns parceiros tanto na parte de médica como na parte financeira”.

“Alguns médicos da cidade já se disponibilizaram a fazer um trabalho voluntário no hospital, teremos também alguns contratos. Mas o quadro clínico ainda está aberto”, avisa o pastor Martins aos médicos que queiram participar desse projeto.

O hospital ficou aberto durante uma semana e contou com a visita de alguns médicos dos Estados Unidos que atenderam gratuitamente 1787 pessoas de Corumbá, Ladário, Bolívia, Albuquerque, Jacadigo, entre outros municípios dos arredores, afirmou Martins.

Quando aberto o hospital já funcionará com um médico clínico geral, um pediatra, um dentista e um ginecologista, onde primeiramente o atendimento será gratuito, mas segundo o pastor Martins, se não houver parceria com nenhuma empresa será cobrada uma taxa mínima.

O centro clínico foi recém construído e as obras do setor custaram R$ 800 mil, dos quais 250 mil foram repassados pelo governo do Estado e tem um alicerce de 1.800 metros.

“O centro possui 60 leitos, três centros cirúrgicos e na dependência ao lado será construída uma maternidade, sendo que posteriormente haverá até uma clínica para dependentes químicos, além da instalação de aparelhos de raio-X, endoscopia e eletrocardiograma”, afirmou Martins.

O Centro Clínico do Hospital Evangélico Bom Pastor está localizado na rua Santa Teresinha, no bairro Potiguar II, próximo ao portal da entrada de Corumbá, em uma travessa da estrada de Ladário.

Fonte: Corumbá On-line

Papa vai falar sobre abusos em visita à Austrália

O papa Bento XVI deverá expressar arrependimento pelos abusos sexuais cometidos por clérigos da Igreja Católica Romana, quando visitar a Austrália na próxima semana.

A informação foi divulgada nesta segunda-feira pelo cardeal George Pell, o clérigo mais graduado da Igreja Católica na Austrália.

Pell disse que o papa falou sobre os escândalos de abusos sexuais cometidos por religiosos católicos, durante uma visita aos Estados Unidos no começo deste ano, e deverá fazer um pronunciamento semelhante quando for a Sydney para comemorar o festival do Dia Mundial da Juventude, entre 15 e 20 de julho.

Durante a visita de seis dias aos EUA, Bento XVI voltou ao tema várias vezes em comentários públicos e encontrou-se com grupos de vítimas dos abusos, aos quais pediu perdão. Ele definiu a crise como causa de uma “profunda vergonha,” para a Igreja e afirmou que os pedófilos precisam ser afastados.

Fonte: UAI

Padre celebra missas e procura misses no interior paulista

Jovens encontradas por padre Sílvio dos Santos, de Votuporanga, venceram vários concursos de beleza. Antes da ordenação, em 1970, o padre foi modelo e cantor na Europa; o primeiro desfile organizado por ele no país ocorreu em 1980. Padre diz que já foi questionado pela CNBB

Todos os dias, quando começa a missa na igreja de Santa Luzia, o padre Sílvio Roberto dos Santos dá início a uma atividade paralela. Com um olho no peixe e outro no gato, ele fica atento ao público. Não para saber quais fiéis seguem a liturgia, mas para praticar uma segunda vocação: a de olheiro de modelos. Além das missas, o padre também tem talento para produzir misses.

Da paróquia de Votuporanga, cidadezinha de 77 mil habitantes a 521 km de São Paulo, saíram vencedoras de concursos como Miss Brasil Internacional, Miss Brasil Mundo, Miss Beleza Brasil e várias edições do Miss São Paulo, todas descobertas pelo padre entre um pastel na quermesse ou uma partida de bingo no bazar beneficente das beatas da igreja.

Com a graça do padre, a cidade tornou-se a Venezuela brasileira dos concursos de beleza: a presença de candidatas locais nas seleções de misses é quase certa – e sempre temida.

A história do padre Sílvio com a passarela vem do próprio passado. Antes da ordenação, na década de 1970, ele foi modelo e cantor na Europa. E foi daí que surgiu o gosto assumido pelos palcos, mantido desde 1980, quando organizou o primeiro desfile.

O interesse pelos concursos de modelo é justificado na arrecadação de fundos e na promoção de obras assistenciais, como uma oficina profissionalizante para mães e uma fazenda para recuperação de dependentes químicos. Apesar da estranheza, segundo o padre, as carreiras parecem ser divinamente complementares.

Fama

“A igreja está presente na cultura para evangelizar. Esse meio é sujo, há muita prostituição por trás disso. Não faço coisas para aparecer. Em nenhum momento me passou pela cabeça ter fama”, diz, para em seguida reconhecer que é “famoso”.

“Já apareci no programa do “Clodovil”, na “Hebe”, no “Ratinho” e no “Alô, Christina'”, contabiliza nos dedos o padre.

Num passeio pela rua do comércio de Votuporanga, um tal Valdir diz: “Sílvio, descobri uma miss linda, que veio de Goiás. Alta, loira, tem 1,82 m.”

E o padre não deixa as meninas ao deus-dará. Para não fazer feio ao desfilar por aí e para aquelas que não têm traquejo com o negócio, ele dá as dicas.

“O segredo é treinar essas meninas desde a infância: ensinar passarela, inglês, dança, [elas] têm de traquejar”, diz. “Tenho uma bagagem de miss, com alfinete, band-aid, fita crepe, despertador para acordar cedo e se produzir”, completa.

Atual Mister Brasil Mundo, Vinícius Ribeiro, 26, diz que foi o único a levar óleo corporal ao concurso, orientação do padre.

“Ele diz para eu mostrar segurança e dá muitos conselhos”, afirma Ariadne Mariotti, 18, primeiro lugar num concurso de beleza de Votuporanga na semana passada.

Num vídeo que circula pela internet, padre Sílvio ensina a parada na passarela (de lado, para não parecer gorda na foto), a boa postura (projetando o queixo para frente), como posar para os fotógrafos e para os jurados (com sorriso), a virada (olhando sempre para frente, mesmo depois de dar as costas) e o detalhe do pezinho (quebrando o corpo na planta do pé direito, com joelho flexionado).

“Em vez do xis, as mulheres falam pênis; os homens, xereca. Fica uma coisa alegre. Outra coisa é o quadril para frente, nunca para trás, senão fica parecendo tanajura”, ensina.

Hoje, o padre é dono da franquia nacional do concurso Miss Estudantil. Por seis anos ele dirigiu o Miss São Paulo, do qual teve de se afastar por incompatibilidade com as atividades paroquiais. E também gerencia a carreira das novatas, indicando qual o melhor concurso para o perfil de cada uma.

Depois de uma visita do padre Sílvio à Venezuela, conhecido celeiro de misses universo, Votuporanga venceu por dois anos consecutivos os concursos de Miss Beleza São Paulo e de Mister Brasil Mundo.

Vaidoso até o último fio de seda de sua batina, o padre tinge os cabelos brancos, usa dois cremes anti-rugas -um pela manhã, outro à noite- e faz aplicações de laser contra rugas e manchas na pele.

E a vaidade não é pecado? “Considero isso uma arte. Todo ser humano busca beleza”, diz.

Padre pelo avesso

A diferença do padre Sílvio é notada até na igreja, projetada por ele mesmo. Em vez da cruz tradicional cristã, o símbolo da paróquia é um tridente, em alusão à santíssima trindade, com um furo no meio para representar a eucaristia.

“Não fui feito para ser pároco, para coordenar a paróquia. Sou um missionário. De certa forma, sou um padre pelo avesso”, ele ri.

“Pelo avesso” explica a sua simpatia por “sapatões”, o que surpreendeu até o bispo, o sindicato gay, grupo de homossexuais que reúne para reflexões bíblicas, e as visitas às zonas de prostituição da cidade. Depois de um desentendimento com a cafetina porque as meninas estavam se casando, foi obrigado a parar a catequização.

Um sorriso, padre, pede o fotógrafo. “É o que sei fazer. Desconheço o que é o sofrer. A beleza é a minha alegria.”

Padre diz que já foi questionado pela CNBB

A vocação do padre Sílvio Roberto de descobrir e agenciar misses e modelos no interior de São Paulo, diz o próprio, já foi questionada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

“Mas perceberam a boa intenção. Não faço da batina um meio para conseguir as coisas”, diz o padre.

Procurado pela Folha, dom Paulo Mendes Peixoto, bispo da diocese de São José do Rio Preto -a quem o padre Sílvio está subordinado- não se pronunciou “por estar há pouco tempo na região e não conhecer a fundo o trabalho com as modelos”.

Por meio de seu porta-voz, o bispo disse apenas que o trabalho “é uma forma de evangelização”. “A igreja não tem uma posição em relação a isso”, informou a diocese.

Na paróquia de Santa Luzia, fiéis dizem entender o trabalho extra-oficial do padre. “Se enquanto ele estiver aqui rezando a missa fizer bem-feito, tudo bem”, afirma a beata Adelaide Bruno

Fonte: Folha de São Paulo

Música Gospel é o segundo estilo mais vendido no mercado musical brasileiro

O segmento da música gospel fica atrás apenas do pop-rock. Segundo a professora Magali Cunha, da Universidade Metodista de São Paulo, nos últimos dez anos, houve um aumento significativo no número de bandas existentes no Brasil.

O termo Gospel tem as suas origens na língua inglesa, e deriva de “God-spell”, que significa “boas novas”. A expressão é uma alusão à chegada de Cristo ao mundo, e disseminou-se na comunidade protestante negra americana, no começo do século passado. A origem deste estilo musical está nas músicas carregadas de tristeza cantadas por escravos negros norte-americanos ainda no século XIX. O estilo ganhou força entre os membros de igrejas protestantes negras nos EUA, no começo do século XX.

Cem anos depois, o termo abrange numerosos gêneros musicais cuja característica comum é o conteúdo das letras, que tratam de temas religiosos que engrandecem o nome de Deus, sob a óptica cristã protestante. Segundo a professora Magali Cunha, da Universidade Metodista de São Paulo, “nos anos 2000, a música Gospel, nos EUA e no Brasil, passa a ser sinônimo de música contemporânea cantada nas igrejas”.

A professora diz que, nos últimos dez anos, houve um aumento significativo no número de bandas existentes no Brasil. Os gêneros musicais usados pelos grupos também se diversificaram.

Segundo ela, esta expansão acontece por duas razões: “Por um lado, houve um aumento significativo do controle de meios de comunicação por parte de grupos evangélicos. Por outro, nos últimos quinze anos, os cristãos se tornaram um segmento de mercado, que atraiu numerosas empresas, entre elas, várias do mercado fonográfico, que no Brasil é o mais aquecido”, explica.

Atualmente, o segmento da música gospel é o segundo que mais vende no Brasil, atrás apenas do pop-rock, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Disco (APBD), que reúne as maiores companhias fonográficas brasileiras.

Em 2005, último ano em que há dados disponíveis, as vendas de discos gospel movimentaram cerca de 15 milhões de euros, quase oito por cento do total de 224,8 milhões de euros gerados pela venda de discos no país. Em 2006, segundo a mesma associação, a venda em geral caiu quase 28% no país, por causa da pirataria. No entanto, acredita-se, que o mercado gospel tenha sido o menos afetado.

Fonte: Elnet

Metodistas lembram 125 anos de presença da igreja na Amazônia

Professor de inglês nos dias úteis da semana, pastor aos domingos, o missionário estadunidense Justus Nelson foi o primeiro pastor metodista a pregar na Amazônia. No dia 27 de junho de 1880, ele começou as pregações, ainda em inglês, num armazém subalugado. Dois anos depois, já pregava em português, e em 1883 fundou a Igreja Metodista Episcopal do Pará.

“Da mesma forma que Paulo em Corinto, eu no Pará nunca recebi remuneração do meu serviço de pastor”, disse Justus ao se despedir dos paraenses, em novembro de 1925, quando regressou aos Estados Unidos.

“Como não temos membros endinheirados na igreja, durante estes últimos anos a maior parte das reduzidas despesas da nossa igreja foi paga com dinheiro meu, ganho por mim nas aulas de língua”, agregou.

Vida, trajetória de Justus e desenvolvimento da Igreja Metodista Episcopal foram pesquisados pelo Grupo de Estudos do Metodismo na Amazônia (Gema). Justus era casado com Fannie Nelson. Em 1881, abriu uma escola em Belém, o Colégio Americano, que teve que ser fechado no ano seguinte por causa da febre amarela, que matou o irmão do pastor, uma cunhada e professora.

Gema descobriu, nas pesquisas, que o pastor Justus esteve preso, de janeiro a abril de 1893, no Presídio São José, hoje um pólo turístico, por “ultraje à religião católica”, infringindo o artigo 185 do Código Penal da República.

Justus também fundou, motivado pelo aquecimento econômico da borracha, o jornal “Apologista Christão Brazileiro”, que se apresentava como um “jornal religioso semanal, para famílias, dedicado à propaganda da verdade evangélica”. O jornal era semanal, passou depois a quinzenal, mensal, e sobreviveu até 1925, ano da despedida da família Nelson de Belém.

Foram mais de quatro décadas de missão na Amazônia. Com o fechamento da missão, ocorrido por causa da saída do pastor, metodistas de Belém foram encaminhados para outras igrejas evangélicas. Nos Estados Unidos, Justus trabalhou em Portland, onde editou jornais e pregou em língua portuguesa para brasileiros que viviam na cidade.

Fonte: ALC

Propostas polêmicas sobre aborto e símbolos religiosos

O Governo espanhol prepara-se para avançar com reformas legislativas que prometem gerar polêmica, como a retirada de símbolos religiosos dos locais públicos e regras mais liberais para o aborto.

O Primeiro-ministro, Rodriguez Zapatero, pretende passar a lei as propostas aprovadas no congresso do PSOE do passado fim-de-semana, que defendem a consolidação do caráter laico do Estado.

Uma sugestão de suprimir as exéquias religiosas de Estado foi anulada durante o congresso pelo próprio Zapatero, argumentando que em caso de tragédia são as próprias famílias das vítimas que desejam despedir-se dos entes queridos com cerimônias religiosas.

O Governo de Espanha garante, no entanto, que os acordos celebrados com o Vaticano não estão em causa.

Outra medida prevê que os imigrantes extra-comunitários com residência fixa em território espanhol possam exercer o direito ao voto a partir das eleições autárquicas de 2011.

O direito a uma morte digna é um direito que o Executivo de Zapatero vai abordar com várias medidas, a começar pelo lançamento de um amplo debate para conseguir que os profissionais do sector da saúde tenham uma intervenção mais ativa.

Sobre a questão do aborto, ficou estabelecido o compromisso de elaborar uma nova lei que entrará em vigor em 2010 e que se inspirará nas experiências mais avançadas e inovadoras das leis européias relativamente aos prazos para a interrupção voluntária da gravidez.

Como primeiro passo neste capítulo, o Conselho de Ministros aprovará ainda este mês um decreto que estabelecerá a confidencialidade dos dados das mulheres que abortem legalmente e dos médicos que participem nessas intervenções.

Enquanto os socialistas justificam estas medidas com o argumento de serem um partido moderno e que pensa no futuro, o Partido Popular, na oposição, diz que é uma falta de respeito para com os cidadãos abordar temas que não os preocupam, deixando de lado questões tão graves como a crise econômica que assola o país.

Na opinião do diretor de Informação da Renascença, Francisco Sarsfield Cabral, estas propostas permitem ao Primeiro-ministro espanhol desviar atenções do fraco crescimento da economia e de uma taxa de desemprego a rondar os 10%.

“Estas medidas, a concretizarem-se, indicam que o Governo espanhol continua empenhado numa defesa ideológica não de um Estado laico separado da Igreja, mas de um Estado ativamente e agressivamente laicistas (….), que não tem nada a ver com um Estado neutro perante as religiões, mas com um Estado que quer impor uma determinada ideologia ao seu povo”, sublinha Francisco Sarsfield Cabral.

Fonte: Rádio Renascença

Inglês lamenta situação de muçulmanos

O primeiro muçulmano a ocupar um cargo de ministro na Grã-Bretanha afirma que a cultura de hostilidade contra os seguidores da religião islâmica está em alta no país (e também no resto do continente europeu).

De acordo com Shahid Malik, ministro do Departamento de Desenvolvimento Internacional, está cada vez mais aceitável provocar, isolar e atacar os muçulmanos. Ele próprio foi vítima de ataques motivados por suas crenças.

Malik teve seu carro incendiado e foi perseguido depois de sair de um posto de gasolina. Segundo ele, casos como esses fazem com que os muçulmanos sintam-se como “estrangeiros em seu próprio país”. “Se você perguntar aos muçulmanos como eles se sentem, muitos dirão que sentem-se como os judeus da Europa”, comparou ele, em referência às perseguições sofridas pelos judeus no mundo todo, especialmente antes da II Guerra.

“Não quero comparar essa situação com o Holocausto, mas sim com a forma pela qual se tornou quase legítimo atacar os judeus, assim como os muçulmanos.” Para ele, “corre por aí a mensagem de que é OK atacar as pessoas, desde que elas sejam muçulmanas”. As declarações do ministro foram divulgadas na edição de sexta-feira do jornal “The Independent”. Elas fazem parte de uma entrevista que exibida na segunda-feira.

A entrevista, gravada pelo Channel 4 britânico, marca o terceiro aniversário dos atentados terroristas praticados por jovens muçulmanos em Londres. Uma pesquisa feita por ocasião da data confirma as preocupações do ministro. A sondagem mostrou que metade da população do país culpa o Islã pelos ataques de 2005, enquanto um quarto da população muçulmana acredita que os valores islâmicos não sejam compatíveis com os britânicos.

Fonte: Veja Online

Igreja católica portuguesa apóia reserva indígena no Brasil

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, manifestou seu apoio à causa dos índios da reserva da Raposa Serra do Sol, em Roraima, que têm visto o seu território invadido por fazendeiros.

Em mensagem lida neste domingo, em Fátima, durante uma cerimônia na nova Igreja da Santíssima Trindade, D. Jorge Ortiga manifestou o “apoio à causa do povo indígena da Raposa Serra do Sol”, criticando os que tentam eliminar a reserva indígena.

Atualmente, está em apreciação no Supremo Tribunal Federal do Brasil um recurso contra o decreto de homologação daquele território, cuja criação foi assinada em 2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Agora, diante da contestação dos fazendeiros, o arcebispo de Braga espera que a justiça brasileira confirme a decisão do governo federal, que criou um santuário para os índios, no estado de Roraima.

“Que a anulação da homologação nunca aconteça”, disse o bispo católico, assinando assim um apelo da campanha “Anna Pata Anna Yan” (Nossa Terra, Nossa Mãe), uma iniciativa que junta missionários, índios e defensores das causas indígenas pelo direito daqueles povos a gerir parte do território.

No decreto que criou a reserva, foi dado um prazo de um ano para a saída de todos os não-indígenas da área, mediante contrapartidas do governo federal, mas existem ainda muitos fazendeiros que se recusam a sair e continuam a ocupar grandes áreas do território.

Esta cerimônia religiosa contou com a presença de líderes indígenas e de vários participantes de institutos missionários católicos.

Fonte: Lusa

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