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Bispo basco pede à ETA que não empunhe novamente as armas

O bispo de San Sebástian, Espanha, Dom Juan María Uriarte Goiricelaya, disse, neste domingo, que é preciso dizer “um “não” categórico à possibilidade de um retorno do grupo separatista basco, ETA, às armas”.

O grupo ETA (Pátria Basca e Liberdade) reiterou ontem, sua ameaça de voltar a atacar, em todas as frentes, até que a Espanha aceite um referendo sobre a independência do País Basco.

O prelado fez essa afirmação ontem, durante a missa que presidiu no santuário de Arantzazu (Aránzazu), por ocasião da festa da Virgem desse santuário, padroeira de Gipuzkoa (Guipúscoa), no País Basco.

“Aliviar o múltiplo sofrimento causado a tantos cidadãos, por esse desumano confronto, clamar publicamente pela paz, e rechaçar, categoricamente, um eventual retorno da ETA às armas são algumas das tarefas às quais não devemos renunciar” _ exortou o bispo. A passividade e o silêncio não são dignos de cidadãos responsáveis, nem de fiéis coerentes com sua fé” _ acrescentou Dom Juan María Uriarte Goiricelaya.

O bispo assinalou ainda, que a Igreja pretende “anunciar, incansavelmente, perante uma sociedade tentada pelo pessimismo, que a paz e a reconciliação são possíveis”. Da mesma forma, continuará “defendendo todos os direitos humanos e, sobretudo, o direito à vida, à segurança, à integridade e à dignidade das pessoas”.

Fonte: Rádio Vaticano

“O cristianismo irrita muita gente”,diz teólogo Hans Küng

Para Hans Küng, a religião hoje é novamente um fator de poder. Existe uma grande afluência ao islã e ao budismo, mas não ao cristianismo. Em entrevista ao jornal DW-World, o polêmico teólogo suíço aponta os motivos.

O teólogo católico e crítico da Igreja, Hans Küng, ganhou fama como um precursor do diálogo entre as religiões e como fundador do projeto Etos Mundial. Em 1979, o Vaticano cassou-lhe a licença para lecionar Teologia por ter colocado em dúvida a infalibilidade do papa. Em 2005, ele foi recebido por Bento 16 para uma conversa.

Confira a entrevista abaixo:

Temas religiosos novamente despertam um enorme interesse das pessoas, não só na Alemanha. Pode-se falar de um retorno das religiões?

Retorno das religiões – isso é uma expressão ambivalente. A religião nunca havia sumido. Como a música, a religião é algo que permanece, mesmo que por um certo tempo seja suplantada. É certo que, desde o ressurgimento do islã, desde a fundação da República Islâmica do Irã em 1979, os europeus se conscientizaram de que não determinam o mundo sozinhos. Durante muito tempo, a Europa secularizada não percebeu que é um caso especial e que a religião em outros lugares é um poder.

“Não haverá paz entre as nações sem paz entre as religiões! Não haverá paz entre as religiões sem diálogo entre as religiões”. Essas são duas frases centrais o princípio do etos mundial, elaborado pelo senhor. Na era da globalização, há possibilidades inimagináveis de comunicação via internet. Esse desenvolvimento pode melhorar o diálogo entre as religiões?

Em princípio, eu diria que sim, mesmo que isso implique uma série de problemas. É positivo que hoje possamos estar bem informados sobre outras religiões. Uma outra questão naturalmente é se se pretende estar informado. Há pessoas que não o querem, que já sabem tudo antes, sem que tenham estudado o islã.

Quem não quer saber isso?

Por um lado, são os cristãos fundamentalistas, que seguem literalmente a Bíblia e dizem que não precisam das outras religiões. Mas podem ser também pessoas muito secularizadas, dogmáticos do laicismo. Estes já coram quando simplesmente se fala a palavra religião, e acham que sobre isso não se precisa falar na escola. Eles têm dificuldade com o fato de que a religião novamente representa um fator de poder na história mundial.

De acordo com uma pesquisa representativa, o cristianismo não é mais a religião mais simpática aos alemães e, sim, o budismo. Como o senhor interpreta isso?

O budismo é visto no Ocidente como uma religião livre de dogmas, sem muitas prescrições. Trata-se de uma religião voltada para dentro, que dá importância à meditação, que não tem uma imagem demasiado antropomorfa, concreta, da última realidade. O outro fato é que o cristianismo, com sua concentração de poder, irrita muita gente.
Quando temos um papa que aparece o tempo todo, que, como senhor espiritual do mundo, tem a pretensão de que só quem está com ele é um cristão verdadeiro, que somente sua Igreja Católica Romana é a verdadeira igreja, então isso irrita muitas pessoas. E, mesmo que não protestem publicamente, elas se afastam e dizem que não querem ter nada a ver com isso.

Voltemos ao islã. Na pergunta sobre a “religião mais pacífica”, o budismo lidera com 43% contra 41% do cristianismo. O islã fica com apenas 11% nesse ranking. O islã é uma imagem do inimigo no Ocidente?

Sim, o islã representa sem dúvida uma imagem do inimigo no Ocidente, visto que o Ocidente só se concentra em determinados pontos do islã. Isso já vale para a história. Os europeus o vêem sob o ponto de vista do avanço do islã do norte da África até a Espanha entre os séculos 8º e 15 e do domínio otomano nos Bálcãs. Mas não se vê nesse contexto que os cristãos não só realizaram as cruzadas, como também colonizaram todo o mundo islâmico, do Marrocos até as ilhas da Indonésia, no século 19.

Daí surgem tensões, muitas das quais o Ocidente não resolveu até hoje. Isso vale sobretudo para as relações entre os palestinos e Israel. Se tivesse sido feito um acordo de paz após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, nunca teria surgido um Bin Laden, nem teriam ocorrido os ataques ao World Trade Center em 2001.
Em vez disso, propagou-se a sensação de que os ocidentais se fixam inclusive na santa Arábia, se instalam no Afeganistão, avançam em todo lugar, de modo que se formam resistências. Obviamente temos de condenar homens-bomba e atentados. Mas é preciso refletir por que tantos jovens estão tão desesperados a ponto de se colocarem à disposição para tais atentados.

A Igreja Católica poderia contribuir mais para a solução desses conflitos e para o diálogo entre as religiões?

É preciso dizer que João Paulo 2º rejeitou claramente a guerra no Iraque, como também o fizeram o patriarca de Moscou, o arcebisto de Canterbury, o Conselho Mundial das Igrejas e o Conselho das Igrejas Norte-Americanas. Não é mais tão fácil entusiasmar as Igrejas para a guerra como era antigamente. Obviamente poderia ser feito mais, sobretudo em termos de esclarecimento.

Se o papa quis classificar o islã como religião violenta, em seu discurso em Regensburg, então ele mesmo notou que esse é o caminho errado. É preciso pensar nos rastros de sangue que os cristãos deixaram na história. Daí se será modesto e não se dirá, “nós temos a religião do amor e eles uma religião do ódio”. Também a maioria dos muçulmanos no Egito, no Marrocos e no Afeganistão ou Paquistão quer paz, como eu e você.

O senhor acredita que o papa vê o discurso que fez em Regensburg como um erro? Não se tem necessariamente a impressão de que ele tenha se distanciado claramente do que disse.

Ele notou sim que foi um erro e teve de engolir muita crítica. Ele corrigiu seu discurso diversas vezes. Naturalmente é muito difícil para os romanos, e também para o bispo de Roma, o papa, admitir um erro. Quando se tem uma ideologia da infalibilidade também se comete erros infalíveis, que naturalmente não se pode corrigir. Mas foi evidente que o papa, em sua viagem à Turquia, fez um grande esforço para apagar a má imagem que obteve com o discurso de Regensburg.

Mesmo que o islã na Europa seja visto com ceticismo, mundialmente ele tem uma grande atratividade para muitas pessoas, principalmente para os jovens. Há 1,3 bilhão de muçulmanos e a tendência é que esse número aumente. De Rabat (capital do Marrocos) a Damasco há grupos políticos islâmicos que se tornam cada vez mais fortes. A que se deve isso? Os motivos são religiosos ou sociais?

Ambos. São grupos religiosos que se empenham pelas pessoas. Muitos muçulmanos nesses países têm a sensação de que as elites governantes têm uma vida própria e pouco se importam com o povo. Os grupos fundamentalistas islâmicos – ou como se queira chamá-los – se esforçam muito para fazer algo pelas pessoas. Eles providenciam escolas e educação, dão roupa e alimentação.

Por que o Hamas venceu as eleições? Porque ele se empenhou pelas pessoas. Uma das maiores tolices da política ocidental – aliás, corroborada pela política alemã – foi não reconhecer essas eleições democráticas. Em vez disso, se adverte: vocês precisam reconhecer Israel! Diga isso a pessoas que há décadas são terrorizadas por uma potência de ocupação. Não é dessa forma que se resolvem problemas. Deve-se reconhecer que há partidos que, sob determinadas circunstâncias, têm o islã como base, mas se empenham pelas pessoas.

Um exemplo melhor é o partido do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, na Turquia. Por que eles venceram? Porque eles se empenharam pelas pessoas. Apesar de todas as fraquezas que eles têm, mostraram que conseguiram avanços enormes para o país e de forma alguma criaram um Estado islâmico como o Irã. Eles querem uma democracia, mas também não querem degradar o islã unicamente à esfera pessoal, como aconteceu sob [Mustafá Kemal] Atatürk, fundador do país.

O senhor certa vez classificou a Turquia como “laboratório da democracia”. É possível conciliar fé, religião com democracia?

A religião pode conviver com a democracia. Os principais arquitetos da unificação européia, de Charles de Gaulle e Konrad Adenauer a Robert Schuman e Alcide de Gasperi, eram cristãos praticantes. O fato de o islã no momento ter mais problemas com a democracia do que com o cristianismo, se deve a que, no islã, ao contrário do que ocorreu no cristianismo e no judaísmo, não houve reforma e iluminismo – à exceção de alguns círculos. Quem pretende ajudar ali precisa apoiar as forças moderadas e isolar os radicais. A maior tolice é enfrentar essa gente com exércitos. Isso é tão estúpido quanto seria enfrentar a máfia com aviões de combate.

Até que ponto deveria ir então a disposição para negociar com as forças radicais? Seria necessário negociar também com o Talibã e a Al Qaeda?

Com a Al Qaeda você não pode negociar. Isso é uma organização terrorista secreta, que só se pode exaurir. Mas o Ocidente os regou tanto que eles puderam brotar. Os serviços secretos norte-americanos admitiram recentemente, em documentos sigilosos, que a guerra no Iraque ajudou a Al Qaeda. Antes não havia Al Qaeda no Iraque. Com o Talibã, com certeza, se poderia negociar. Eles não são todos loucos. Também lá há extremistas, mas, por outro lado, há entre eles os que advertiram a administração Bush para o 11 de Setembro. Não se levou isso a sério. Houve líderes de clãs no Afeganistão que advertiram contra uma intervenção militar no país.

Para concluir, uma pergunta pessoal: neste dia 12 de setembro, o senhor apresenta a sua autobiografia Umstrittene Wahrheit (Verdade Controversa). Fazendo um balanço do seu trabalho sobre etos mundial, o senhor ainda o vê com tanto otimismo como em 1990, quando escreveu o livro sobre o assunto?

Quando escrevi o livro em 1990 tinha-se naturalmente a esperança de que futuramente não se resolveriam problemas com meios militares, agressões, inimizades e guerra e, sim, através da compreensão mútua, da cooperação e da integração – como havia ocorrido no Leste e no oeste da Europa. Isso lamentavelmente foi transtornado pela política desvairada iniciada pela segunda administração Bush, com a ajuda de uma clique de intelectuais judeus ultraconservadores, os assim chamados neocons, e fundamentalistas protestantes.

Não sou inimigo e, sim, um amigo dos americanos. Espero que, apesar desse retrocesso resultante da política de Bush Jr., na América se lembre da grande tradição democrática do país e se tente ser potência líder no sentido da compreensão, da moderação e da paz mundial.

Doeu-lhe o fato de o papa Bento 16 não ter aceito sua idéia do etos mundial?

Em princípio, ele aceitou a idéia. Ele também entende que é preciso haver padrões éticos comuns. Ele admitiu na conversa comigo que estes padrões devem valer na mesma medida tanto para crentes quanto para não-crentes. Era de se esperar que ele pessoalmente encampasse de forma clara essa idéia. Mas, o que ainda não ocorreu, talvez ainda possa acontecer.

Fonte: DW World

Chechênia impõe vestimentas islâmicas a funcionárias públicas

Funcionárias públicas da Chechênia devem usar lenços islâmicos na cabeça ou serão demitidas, disse na terça-feira o presidente da região russa, num decreto que vai contra os interesses do governo russo, que apóia a administração local.

O Kremlin instalou Ramzan Kadyrov, 30 anos, como presidente da Chechênia para esmagar uma rebelião separatista iniciada há uma década, mas alguns observadores dizem que ele transformou a região em um feudo privado, onde as leis russas não valem.

A Constituição da Rússia separa Estado de religião e dá direitos iguais a homens e mulheres. Mas Kadyrov, que neste ano fez uma peregrinação religiosa à ultra-conservadora Arábia Saudita, disse que a Chechênia tem tradições diferentes.

“Eu sei que todo mundo vai dizer: ‘Ramzan declara a sharia (lei islâmica). Mas respondo que sou um muçulmano, respeito as tradições chechenas e me orgulho disso”, afirmou Kadyrov, filho de um clérigo muçulmano, em reunião com autoridades locais.

“Repito mais uma vez: as mulheres devem usar lenços na cabeça ou não devem trabalhar. Vocês podem dizer que eu faço declarações ilegais, mas não vou recuar.”

Kadyrov se disse “literalmente chocado por ver nossas jovens andando por aí de camisetas e minissaias em nossa cidade (Grozny, a capital).”

Kadyrov, que é pugilista amador e tem um leão de estimação, disse que as mulheres são a origem de todos os crimes cometidos na Chechênia, já que elas convidam os homens ao sexo.

Famílias muitas vezes se envolvem em sangrentas disputas quando acusam alguém de desonrar suas filhas. Em alguns casos, a moça é morta por ter envergonhado os parentes. “Isso só complica o trabalho da polícia”, disse Kadyrov.

Analistas dizem que o presidente checheno dificilmente será incomodado pelo Kremlin apesar de incomodar o governo central com suas políticas radicais e com o culto à personalidade que promove.

Fonte: Reuters

The New York Times: Garotos expulsos por polígamos encontram nova ajuda

DVDs e camisetas de mangas curtas são proibidos; membros da seita acreditam na salvação eterna para os homens com no mínimo três mulheres.

Woodrow Johnson tinha 15 anos e, pelas regras da seita poligâmica de sua família, ele tinha um vício que poderia condená-los ao inferno: ele gostava de assistir filmes.

Quando seus pais descobriram sua coleção secreta de DVDs, incluindo a série ‘Duro de Matar’ e comédias, eles os queimaram e lhe deram um ultimato. Pare de assistir filmes, eles disseram, ou deixe a família e a igreja para sempre.

Televisão e Internet são proibidas como iníquas, assim como camisetas de manga curta -um sinal de falta de pudor. Sem poder também olhar para garotas -sair com elas nem pensar-, Woodrow tomou a difícil decisão de partir. E há 10 meses, com apenas a sétima série concluída e uma mala de roupas, ele foi atirado em um mundo estranho que foi ensinado a temer.

Nos últimos seis anos, centenas de adolescentes foram expulsos ou se sentiram compelidos a partir da comunidade poligâmica que se espalha de Colorado City, Arizona, a Hildale, Utah.

A desobediência geralmente é o motivo dado para a expulsão, mas ex-membros da seita e autoridades estaduais disseram que o êxodo de jovens do sexo masculino -a expulsão de garotas é rara- também ajuda a compensar o enorme desequilíbrio no mercado de casamento. Os membros da seita acreditam que para atingirem a salvação eterna, os homens devem ter no mínimo três mulheres.

Autoridades legais dizem que os esforços para ajudá-los com abrigo, lares adotivos e outros serviços são frustrados pela desconfiança que os jovens nutrem pelo governo e temor de criarem problemas para seus pais.

Mas a ajuda para os adolescentes está melhorando. Em Saint George, cidade próxima onde muitos deles vão parar, dois grupos privados, com ajuda do Estado, abriram a primeira residência e centro para os garotos expulsos.

Ele oferecerá aconselhamento psicológico e orientações sobre outras coisas que nunca aprenderam, como preencher um cheque ou convidar educadamente uma garota para sair, assim como servirá como lar temporário para oito deles, que freqüentarão a escola e trabalharão por meio período.

A cidade é em grande parte controlada pela Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos do Último Dia e aliados de seu profeta encarcerado, Warren S. Jeffs, que está prestes a ser julgado por acusações de exploração sexual.

As autoridades de Utah dizem que perceberam apenas há quatro anos que centenas de garotos da seita estavam perambulando pelas ruas por conta própria e freqüentemente em dificuldades.

Fonte: The New York Times

Líder de seita poligâmica pode ter prisão perpétua decretada

Warren Jeffs (foto) foi detido há um ano, em Las Vegas, por suspeita de violação e esta sendo julgado por cumplicidade em estupro. Jeffs tem 40 mulheres, 60 filhos e já esteve na lista dos criminosos mais procurados pelo FBI. Mulher fala da fuga de seita polígama após 20 anos.

Um ano após ter sido preso perto de Las Vegas, Warren Jeffs começou ontem a ser julgado num tribunal de St. George, no estado do Utah, por suspeita de ofensas sexuais e violação.

Se for considerado culpado, o líder da Igreja Fundamentalista dos Santos dos Últimos Dias, a maior seita poligâmica dos EUA – com dez mil membros -, arrisca-se a uma pena de prisão perpétua.

O julgamento deste antigo professor de 51 anos promete trazer a público a questão da poligamia. Proibida nos EUA, esta prática raramente é punida. Segundo a BBC, as autoridades receiam a repetição do que aconteceu em 1993 quando o cerco ao rancho de uma seita poligâmica em Waco, Texas, fez 80 mortos.

Quanto a Jeffs, tornou-se líder – ou profeta – da Igreja Fundamentalista dos Santos dos Últimos Dias há quatro anos, sucedendo ao pai, Rulon. A seita, que se afastou dos mórmons há cem anos, quando estes baniram a poligamia, vive em comunidades isoladas, onde as mulheres usam roupas do século XIX. Os fiéis acreditam que têm de casar pelo menos três vezes para irem para o céu.

Acusado de ofensas sexuais por alegadamente organizar casamentos entre menores e homens mais velhos, Jeffs é procurado no Utah por cumplicidade num caso de violação. Durante dois anos, o líder religioso conseguiu fugir à polícia, tendo sido detido em Agosto de 2006, numa operação stop perto de Las Vegas. O homem, cuja captura valia uma recompensa de cem mil dólares, estava acompanhado pelo irmão e por uma das mulheres.

Jeffs, que as autoridades acreditam ter expulso da seita mais de mil rapazes para que os membros mais velhos tivessem menos concorrência no momento de escolher uma mulher, deverá explicar o seu comportamento perante um júri que nesta segunda-feira, 10, começou a ser escolhido.

Segundo o Salt Lake Tribune, a defesa apresentará 70 testemunhas, todas elas membros da seita. Em declarações ao mesmo jornal, Rod Parker, advogado que já trabalhou para a seita, explicou que os seus membros não vão “mudar de profeta” só porque Jeffs está preso.

Mulher fala da fuga de seita polígama após 20 anos

Sara Hammon, 34 anos, viu algumas de suas irmãs serem tiradas da escola para casar com homens que nem conheciam. Temendo o mesmo destino, ela fugiu de casa na cidade de Colorado, no Estado do Arizona, Estados Unidos, quando tinha ainda 14 anos.

Ela deixou para trás 19 mães, 74 irmãos e irmãs, assim como um pai que ela diz nunca lembrar de seu nome, mesmo tendo molestado-a freqüentemente. Sara, que foi a primeira jovem de 14 anos a abandonar a seita, também deixou para trás uma cultura que acredita ser opressora às mulheres.

Hammon relatou à rede de televisão CNN detalhes de sua vida dentro da seita polígama na qual vivia. Seu líder, Warren Jeffs, está preso na cadeia de Purgatory, no sul do Estado de Utah, e sendo julgado desde segunda-feira, 10 de setembro.

Ele está sendo acusado de cumplicidade em estupro, por sua interferência para forçar o casamento entre um de seus primos e uma menina de 14 anos. Além disso, deve enfrentar diversas outras acusações de delitos sexuais no Arizona.

“Provavelmente a pior parte dessa teologia é o tratamento dado à mulher, assim como os ensinamentos de que ela não é igual ao homem. Elas devem ter um marido para conseguir alcançar o mais elevado nível do céu. E não apenas um marido, porque elas devem permitir que ele tenha duas outras mulheres”, afirmou.

Hammon nasceu em Hilldale, no Estado de Utah, mas cresceu em Colorado City, onde seguidores dos Jeffs – presidente e profeta da Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (FLDS, sigla em inglês), que pratica a poligamia livremente.

Fonte: Redação Terra e Diário de Notícias – Portugal

Museu da História do Holocausto recebe Prêmio da Concórdia 2007

O Museu da História do Holocausto de Jerusalém (Yad Vashem) foi anunciado hoje como o vencedor do Prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia 2007, superando outras 46 candidaturas.

O júri que concedeu o prêmio definiu o Yad Vashem como “a lembrança viva de uma grande tragédia histórica”, e avaliou “seu tenaz trabalho para promover, entre as gerações atuais e futuras, e desde essa memória, a superação do ódio, do racismo e da intolerância”.

O museu foi inaugurado em 15 de março de 2005, coincidindo com o 60º aniversário do final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O acervo abriga objetos autênticos do conflito e da vida judaica antes e depois do Holocausto.

A candidatura do Yad Vashem foi proposta pela chanceler alemã, Angela Merkel.

Mantido pela Autoridade Nacional para a Lembrança dos Mártires e Heróis do Holocausto e mais conhecido como Museu da História do Holocausto de Jerusalém, o Yad Vashem é um complexo expositivo situado em Har Hazikaron, uma ladeira no oeste da cidade. O complexo recebe mais de 2 milhões de visitantes por ano.

Fonte: EFE

Anti-semitismo: a comunidade judaica alemã chama os muçulmanos a reagir

A comunidade judaica da Alemanha, insegura após as agressões sofridas por um rabino, na sexta-feira, por um jovem supostamente de origem árabe, convidou as organizações mulçumanas do país a combater com firmeza os problemas anti-semitas.

“A violência anti-semita aumentou muito nos últimos anos entre as comunidades árabes da Alemanha”, disse à AFP Solomon Korn, vice-presidente do Conselho Judaico da Alemanha e presidente da Comunidade Judaica de Frankfurt. A Alemanha conta, atualmente, com 3,4 milhões de mulçumanos em seu território.

Foi nessa cidade que o rabino Zalman Gurevitch foi atacado na noite de sexta-feira. A polícia divulgou o retrato falado de um homem com cerca de vinte anos, precisando que seria de origem árabe. O agressor, entretanto, ainda não foi identificado.

O rabino, de 42 anos, retornava da sinagoga com dois amigos quando foi atacado pelo suspeito. “Judeu de merda, eu vou te matar”, teria gritado o jovem antes de esfaquear a vítima no abdômen. Operado urgentemente, o religioso judeu ainda está hospitalizado, mas já se encontra fora de perigo.

“Os atos anti-semitas na Alemanha, durante muito tempo, foram realizados pela extrema direita, mas esta agressão representa (…) o indício de nova disposição à violência física (…)”, afirma Korn.

A presidente do Conselho central, Charlotte Knobloch, pediu que se realizem ações contra a radicalização crescente, de acordo com ela, dos jovens muçulmanos do país.

A agressão ao rabino ocorreu três dias após a prisão na Alemanha de três mulçumanos, um turco e dois alemães convertidos ao Islã, que preparavam atentados no país.

Atualmente, as escolas judaicas da Alemanha e todas as grandes sinagogas do país são protegidas pela polícia. Entradas com segurança reforçada são comuns nestes edifícios.

Fonte: AFP

Mulher diz ter sido agredida dentro da Igreja Universal no Rio

A diarista Janaína de Oliveira Alves, 38 anos, afirma ter sido espancada por quatro seguranças e um obreiro (membro da igreja universal que angaria novos fiéis) da Catedral Mundial da Fé, em Del Castilho, no Rio de Janeiro, no dia 26 de agosto.

Um dos seguranças ainda a teria ameaçado de morte. Janaína se diz fiel da Igreja Universal do Reino de Deus há 20 anos.

O caso está sendo investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) do centro do Rio.

A agressão teria sido motivada pelo fato de Janaína ter entrado no templo gritando e pedindo para falar com um bispo. Procurada, a Igreja Universal não se pronunciou sobre o assunto.

Fonte: O Dia

Projeto de lei que criminaliza homofobia será debatido no Senado nesta quinta-feira

Nessa próxima quinta-feira, dia 13 de setembro, acontece no Senado Federal uma audiência pública para debater o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, que tramita no Senado e criminaliza a homofobia em âmbito nacional.

O debate marca a continuidade das discussões na Comissão de Direitos Humanos do Senado sobre o PLC 122, relatado pela senadora Fátima Cleide (PT-RO) e que foi aprovado na Câmara dos Deputados em novembro passado sob o número do PL 5003/2001.

No tempo em que tramita no Senado o projeto sofre pressão por parte de religiosos conservadores. No debate desta quinta-feira estarão presentes o Pastor Silas Malafaia, o também evangélico Deputado Robson Lemos Rodovalho, entre outros líderes religiosos.

Para defender o PLC 122/06 participarão a Dra. Maria Berenice Dias, Desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, o Dr. Dálio Zippin, Advogado da Comissão de Direitos Humanos da OAB, entre outros.

O debate sobre o PLC 122/06 acontece nessa quinta, às 9h, no Senado Federal (Ala Senador Alexandre Costa – Sala 3).

Fonte: G online

Defensoria Pública pede apreensão de livro de pastor evangélico contra homossexuais

A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul propôs uma ação civil pública contra o livro “A maldição de Deus sobre o homossexual: O homossexual precisa conhecer a maldição divina que está sobre ele”, pedindo o recolhimento de todos os exemplares da obra, escrita pelo pastor evangélico Naurio Martins França.

Segundo a defensoria, a publicação tem conteúdo declarado preconceituoso homofóbico, transmite a idéia de que o homossexual é amaldiçoado por Deus. A ação civil pública foi enviada ontem para o juiz Dorival Moreira dos Santos, titular da Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande.

No documento a Defensoria pede liminar para obrigar o pastor Naurio França a fazer o recolhimento de todos os exemplares que foram distribuídos e ainda não comercializados – no prazo de 48 horas –, além de obrigar o autor a não fazer mais a publicação e a divulgação do livro.

Na ação civil também é solicitado mandado de busca e apreensão dos exemplares em poder do réu, em estoque na Gráfica Pantanal, localizada na Rua Orpheu Baís, n° 255 – local de impressão dos livros –, e ainda os que estiverem expostos ao público onde quer que encontrados, especialmente em bancas de livros e revistas da Capital.

Manifestação

No último dia 29 de agosto, um grupo formado por GLBTs (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) esteve na Assembléia Legislativa, fazendo uma manifestação de protesto para alertar sobre o aumento de crimes contra homossexuais no Estado. Estendendo um tapete preto na galeria da Assembléia, o grupo exibiu diversas faixas com frases como “Preconceito é Crime”, “Dignidade”, “Prostituição não é crime, mas perseguição policial sim”.

De janeiro a agosto deste ano, já foram registrados pela ATMS (Associação das Travestis de Mato Grosso do Sul) ao menos 7 assassinatos nas cidades de Campo Grande, Dourados e Ivinhema. O número já ultrapassa o de 2006, quando seis travestis foram mortas, cinco em Campo Grande e uma em Dourados.

Queima simbólica

Ainda no dia 29 de agosto, marcado pelos protestos da categoria, o grupo fez uma manifestação pacífica em frente a Igreja Internacional da Graça, localizada na Avenida Afonso Pena, contra o livro “A Maldição de Deus sobre o Homossexual”. Segundo a presidente da ATMS (Associação de Travestis de Mato Grosso do Sul), Cris Stephani, o livro é “preconceituoso e incita a prática de crimes contra homossexuais”.

Durante o protesto, o grupo queimou uma réplica do livro e foram colocadas 20 cruzes no canteiro central da Avenida Afonso Pena, em alusão as 20 mortes de homossexuais ocorridas em 2 anos na Capital. Cris Stephani destacou que o protesto pacífico foi realizado com intuito de chamar a atenção da população, que “deve ser contra qualquer tipo de homofobia”.

Fonte: Midiamax

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