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Fiéis de Florença denunciam abusos de menores e mulheres ao Papa

Os fiéis de uma paróquia de Florença,na Itália, pediram a intervenção do Papa Bento XVI após denunciarem os abusos cometidos contra menores e mulheres durante anos pelo pároco, agora afastado dessa igreja, publicou neste domingo o jornal “La Repubblica”.

Os fatos começam em 1975 e implicam o sacerdote, agora octogenário, Lelio Cantini, pároco de Reina da Paz, na periferia de Florença.

Também está envolvida uma “profeta” que dizia ter visões de Jesus, as quais serviam para a seleção “dos escolhidos”.

As imposições do “prior”, como se denominava o pároco, eram as “adesões totais com Deus”, que aconteciam através de relações sexuais, segundo as denúncias das vítimas.

As vítimas não apresentaram processos à Justiça, já que muitos dos supostos delitos já prescreveram, segundo os advogados, mas denunciaram o caso perante a cúria de Florença no final de 2004.

A resposta foi a mudança do sacerdote em 2005 “por motivos de saúde” a outra paróquia, segundo o “Repubblica”.

O castigo considerado insuficiente motivou um primeiro relatório ao Papa escrito pelas vítimas no qual se juntava a denúncia de vinte pessoas que tinham sofrido abusos do “prior”.

Após um processo eclesiástico administrativo, o sacerdote Cantini foi proibido de receber confissões, celebrar missas em público e assumir cargos religiosos em cinco anos.

Além disso, durante um ano deverá fazer um oferecimento caridoso e recitar a cada dia o salmo 51 ou a litania de Nossa Senhora, segundo a informação obtida pelo jornal.

As vítimas acham que essas punições são insuficientes e voltaram a escrever ao Vaticano para que abra “um processo penal judicial” e aplique todas as sanções previstas no ordenamento eclesiástico.

Fonte: EFE

Pena de morte não resolve criminalidade no país, diz presidente da OAB

O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cezar Britto, afirmou neste domingo (8/4) que a pena de morte não resolve a criminalidade no país.

“ A saída para o problema da violência no Brasil não está relacionado à redução da maioridade penal e nem diretamente ao endurecimento das penas, como, por exemplo, a aplicação da pena de morte”, afirmou Britto, em nota.

De acordo com a assessoria da Ordem, as declarações do presidente da entidade foram comentários sobre o resultado da Pesquisa Datafolha, publicada na Folha de S.Paulo deste domingo que aponta que 55% dos entrevistados se disseram favoráveis à pena de morte, enquanto 40% são contra a prática.

Para Britto, a solução passa pela existência de um Estado muito mais presente e participativo, fornecedor de saúde, educação e segurança e que iniba a sensação de impunidade, “hoje evidente no país.” Segundo o presidente da entidade, o problema da violência do país não está na legislação penal, mas na “ausência de anos e anos do Estado”. “Não é a dureza da pena que desestimula o bandido, é a sensação de impunidade que o estimula”,afirmou.

“É isso que temos no Brasil: uma enorme sensação de impunidade. E não só para crimes de violência imediata, mas também para os que causam danos ainda maiores, como os crimes de colarinho branco e de desvio de verba pública. Endurecer a pena não resolve, não desestimula o crime”, disse o presidente nacional da OAB.

Segundo ele, na época da ditadura militar a pena de morte chegou a ser implantada no país e os atos de subversão não diminuíram por isso. Para Brito, o Brasil não precisa de mais penas, “precisamos,sim, que se cumpram as penas que a legislação penal estabelece dentro do país, precisamos acabar com a impunidade”, concluiu.

Fonte: Última Instância

Maioria defende que lei sobre aborto não seja ampliada

Enquanto o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defende a realização de um plebiscito sobre a legalização do aborto, a maioria dos brasileiros se diz contra a mudança da lei atual, que só permite a interrupção da gravidez em casos de estupro e de risco de morte para a mãe.

É o que mostra a mais recente pesquisa Datafolha.

Segundo o levantamento realizado nos dias 19 e 20 de março, 65% dos entrevistados defendem que a legislação sobre aborto continue como está, sem ampliação. O índice é o maior já verificado desde quando a pesquisa começou a ser feita, em 1993. Desde então, o percentual dos favoráveis a deixar a lei como está tem crescido constantemente.

Há 14 anos, 23% dos brasileiros achavam que a interrupção da gravidez deveria ser permitida em mais situações além de estupro e risco de morte para a mãe. Hoje, 16% dizem isso.

No dia 28, o ministro Temporão defendeu que um plebiscito fosse realizado sobre a legalização do aborto. A mesma consulta foi feita em Portugal em fevereiro e culminou na aprovação da interrupção voluntária da gravidez até a décima semana.

A última pesquisa mostra que homens e mulheres têm opiniões quase iguais sobre o tema. Entre os homens, 64% são a favor de a lei continuar como está, pensamento de 66% das mulheres -a diferença está dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.

Na opinião de Jacira Melo, do Instituto Patrícia Galvão, ONG que desenvolve projetos sobre direitos da mulher, a pesquisa evidencia que os brasileiros ainda não têm a dimensão do “aborto inseguro”, praticado de forma ilegal longe dos cuidados médicos. “A pesquisa mostra a necessidade de um debate amplo e sério sobre a legalidade total do aborto”, diz ela.

Na Câmara, a discussão deve ser reiniciada na Comissão de Seguridade Social e Família. No último dia 3, foi desarquivado um dos projetos mais polêmicos sobre descriminalização do aborto, o 1135, de 1991.

Fonte: Folha de São Paulo

Arcebispo de York pede libertação de repórter da “BBC” seqüestrado em Gaza

O arcebispo de York, John Sentamu, utilizou neste domingo seu sermão de Páscoa para pedir a libertação de Alan Johnston, o correspondente da rede pública britânica “BBC” em Gaza, seqüestrado no dia 12 de março.

“Em nome de Deus, por favor, libertem Alan Johnston. Ele não é seu inimigo”, disse o arcebispo de York, segunda autoridade eclesiástica mais importante da Igreja da Inglaterra, depois do primaz anglicano e arcebispo de Canterbury, Rowan Williams.

Sentamu disse que o caso do repórter “é um símbolo para garantir que a liberdade de imprensa não é violada, um assunto com o qual os jornalistas palestinos estão muito familiarizados, já que enfrentam ataques, intimidação e detenções rotineiras”.

Os fiéis da paróquia de Argyll, região escocesa de onde o arcebispo é oriundo, também dedicaram hoje suas orações ao repórter.

O jornalista foi seqüestrado na Faixa de Gaza no dia 12 de março, mas até agora se desconhece seu paradeiro ou seu estado.

No dia do seqüestro, Jonhston viajava em um veículo alugado pela “BBC” por uma rua do centro de Gaza, quando foi detido por quatro homens encapuzados, que o obrigaram a abandonar seu carro e entrar em outro veículo.

Tanto a Autoridade Nacional Palestina (ANP) como as forças de segurança e o grupo islâmico Hamas condenaram o fato e instaram os seqüestradores a libertar Johnston, que trabalhou para a “BBC” em Gaza durante os últimos três anos.

No dia 2, grandes personalidades da mídia pediram, em carta publicada no jornal “The Guardian”, que sejam redobrados os esforços para conseguir a libertação de Johnston.

O repórter ingressou no Serviço Mundial da “BBC” em 1991, e passou oito dos últimos 16 anos como correspondente em vários países, entre eles o Uzbequistão e o Afeganistão.

Nos últimos anos, dezenas de jornalistas e trabalhadores de organizações estrangeiras com sede nos territórios palestinos foram seqüestrados por milicianos em Gaza e na Cisjordânia.

Fonte: EFE

Catedral holandesa expõe vitral com ataque de 11 de setembro

Um novo vitral de uma catedral holandesa que contém uma imagem dos ataques contra o World Trade Center, que mataram quase 3.000 pessoas, foi abençoado neste domingo por um bispo holandês.

O vitral, feito com cerca de vinte diferentes painéis com representações do céu e do inferno, tem uma placa do WTC na parte mais baixa, que mostra o “inferno na terra,” disse o seu autor, Marc Mulders.

O painel mostra um avião prestes a colidir com uma das Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001.

“Foi uma encomenda feita pela igreja para fazer um vitral que tivesse relação com o espírito do tempo atual”, disse Mulders, de 48 anos, no seu site. Ele acrescentou que considera os ataques contra o WTC como uma imagem que fala vivamente para todos os povos.

O vitral da catedral de Sint Jan, em Den Bosch, cidade do sul dos Países Baixos, atraiu a atenção da imprensa mundial devido à imagem das Torres Gêmeas, disse o pastor Geert Jan van Rossem.

Van Rossem disse esperar que o vitral faça as pessoas que o vêem refletirem. “Civis inocentes foram mortos e é chocante e faz as pessoas pensarem”, disse.

Uma pequena multidão aplaudiu e elogiou as cores vivas do vitral quando o bispo revelou a obra.

Fonte: Reuters

Nome do papa é ignorado por 51% dos brasileiros

Pesquisa Datafolha mostra que 51% dos brasileiros não sabem o nome do atual papa, Bento 16, que chega ao país no dia 9 de maio. O índice entre os que se declaram católicos não é muito diferente: 48%. Joseph Ratzinger, 79, completará seu segundo ano como pontífice no dia 19.

“Eu não saberia a que atribuir este desconhecimento”, afirma o teólogo Geraldo Hackmann, único brasileiro membro da Comissão Teológica Internacional, do Vaticano. “Hoje em dia há muita informação. Porém há muita gente desinformada em tudo, inclusive em religião. Ainda há as pessoas que acham que o nome do papa é papa”, afirma Hackmann.

Segundo o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, conhecimento sobre o nome do papa deve aumentar com a aproximação da visita, que será encerrada no dia 13 de maio. “A tendência é que toda a população seja atingida”, afirma ele.

A pesquisa ouviu 5.700 pessoas em 236 municípios de 25 Estados. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Questionados sobre o nome do papa, 48% disseram “Bento 16”, e 1% mencionou “Ratzinger”. Os demais disseram não saber ou responderam de maneira incorreta.
Os entrevistados espíritas mostraram maior conhecimento sobre o nome do papa do que os católicos (57% a 52%). “Um dos fatores que explicam esse resultado é que os espíritas têm escolaridade maior que a média”, diz Paulino.

O Sul, com 55% de respostas corretas, e o Sudeste, com 50%, são as regiões brasileiras onde mais pessoas acertaram o nome do atual papa.

Quanto à escolaridade, 73% das pessoas com ensino superior sabem o nome do líder da Igreja Católica, número que cai para 54% entre os que têm apenas o ensino médio e para 39% entre os que cursaram somente até o ensino fundamental.

Entre os entrevistados no levantamento, realizado em 19 e 20 de março com brasileiros acima de 16 anos, 69% disseram saber que o papa virá ao país. Esse número sobe para 72% entre os católicos e para 92% entre os espíritas.

O Datafolha também perguntou se o entrevistado pretende comparecer a algum evento da primeira visita deste papa ao Brasil; 18% têm essa intenção, número que sobe para 24% entre os católicos.

Se traduzida em um número absoluto em relação à população total do Brasil, a parcela de entrevistados que declarou ter intenção de ver o papa significaria um universo 34 milhões de pessoas -número muito maior que o esperado pela igreja católica durante a visita (1,5 milhão de pessoas na missa campal em São Paulo e 500 mil em Aparecida).

“Estes dados podem refletir um pouco de desconhecimento quanto à visita”, afirma Paulino, do Datafolha. “Muitas pessoas não sabem que o papa virá só a São Paulo, acham que ele vai passar por mais Estados. Por isso, afirmam que pretendem vê-lo.”

Fonte: Folha de São Paulo

Três bispos integram lista dos jurados de morte na Amazônia

Em meio aos preparativos para a visita do papa Bento XVI ao Brasil, marcada para maio, alguns setores da Igreja Católica estão preocupados com a questão do recrudescimento das ameaças de morte contra bispos, padres, freiras e agentes pastorais.

De acordo com levantamento feito pelo Estado, com base em informações da Secretaria Nacional de Direitos Humanos e de pastorais sociais, a lista tem dez nomes – todos da região amazônica, todos envolvidos com questões sociais e ambientais. Três deles são bispos.

O Pará, onde a irmã Dorothy Stang foi assassinada em 2005, é o Estado com maior número de ameaçados: cinco pessoas da lista são de lá. Rondônia aparece em segundo lugar, com três nomes; e Mato Grosso em terceiro, com dois.

Na prelazia paraense do Xingu, que engloba o município de Anapu, onde Dorothy vivia, o bispo Erwin Kräutler está sendo obrigado a fazer as visitas pastorais com um agente de segurança da Polícia Militar ao seu lado. O mesmo ocorre com o frade dominicano e advogado Henri des Roziers, que trabalha no escritório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Xinguara, também no Pará.

Em Alta Floresta, Mato Grosso, a freira Leonora Brunetto dispensou a segurança oferecida pelas autoridades federais. Justificou-se dizendo que só aceitaria o esquema de proteção se pudesse ser estendido às lideranças dos movimentos de sem-terra com os quais ela atua. “Não seria justo deixar essa gente no perigo e sair de lado”, explicou ao Estado. “Diante de Deus não seria nada bom.”

Com proteção especial, ela provavelmente se livraria de ameaças que ouve até quando caminha pelas ruas de Alta Floresta – cidade de 15 mil habitantes, a 720 quilômetros de Cuiabá e conturbada por conflitos em torno da posse da terra e da extração da madeira. “A gente não tem pressa”, disseram-lhe dias atrás. “Pode ser hoje ou amanhã, mas vai acontecer.” Pelo telefone, por cartas e até bilhetes jogados diante de sua casa, a freira de 61 anos já foi xingada várias vezes.

Em Anapu, o padre Amaro de Souza, que trabalhava com a irmã Dorothy, também dispensou o esquema de segurança, com dois PMs. Mas o motivo dele foi outro: “Disseram que o transporte, o alojamento e a alimentação dos seguranças ficariam por nossa conta. Não temos condições para isso.”

Temeroso, o padre mantém três cachorros no quintal de casa. “Eles me avisam quando qualquer estranho se aproxima. Preciso tomar cuidado, porque o consórcio de grileiros que encomendou a morte de Dorothy ainda está atuante.”

Além de d. Erwin, os bispos que receberam ameaças foram d. Geraldo Verdier, da Diocese de Guajará-Mirim, região de Rondônia localizada na fronteira do Brasil com a Bolívia; e d. Antonio Posamai, de Ji-Paraná, no mesmo Estado.

O primeiro, um francês naturalizado brasileiro, de 70 anos, dos quais 42 vividos aqui, foi ameaçado de morte porque tomou o partido de um assentado da reforma agrária que teve sua terra tomada por um grileiro. Depois teve problemas por ter denunciado casos de torturas, que teriam sido praticadas por policiais da cidade. “Uma vez me chamaram para socorrer um homem que estava sendo torturado. Encontrei-o no meio de uma poça de sangue”, contou ele.

Nenhum policial foi condenado. Por outro lado, o bispo, acusado por um dos policiais por danos morais, será julgado no próximo dia 15 de maio na sede de sua diocese.

Em Ji-Paraná, o bispo recebeu uma carta com ameaças de morte, no ano passado, após ter denunciado casos de corrupção que estariam ocorrendo no governo de Rondônia. No momento, o bispo também está sendo processado na Justiça.

A lista de ameaçados

D. Erwin Kräutler: bispo prelado de Xingu, PA. Anda acompanhado por seguranças

D. Geraldo Verdier: bispo de Guajará-Mirim, RO. Denunciou grilagem de terra e tortura policial

D. Antonio Possamai: bispo de Ji-Paraná, RO. Denunciou casos de corrupção

Frei Henri Burin des Roziers: da CPT de Xinguara, PA, atua no combate ao trabalho escravo

Irmã Leonora Bruneto: da CPT de Alta Floresta, MT. Apóia os sem-terra

Padre José Iborra Blans: de Guajará-Mirim, RO. Tem denunciado invasões de terras indígenas e de parques florestais

Padre José Amaro de Souza: trabalha em Anapu, PA, a cidade onde mataram Dorothy Stang

Padre Edilberto Sena: de Santarém, PA. Combate o avanço de soja na região amazônica

Padre Boing: de Santarém, PA. Conhecido pela defesa dos
direitos humanos

Agente pastoral do Cimi: pediu para não ser identificado

Fonte: Estadão

Movimento pela abstinência cresce com apoio de Bush nos EUA

Última tendência entre cristãos conservadores são “bailes da pureza”, em que jovens juram manter a virgindade. Recursos para programa de incentivo à castidade aumentaram 18% em 2007; ajuda a grupos religiosos é questionada na Justiça.

Lá estão as meninas nos seus vestidos de princesa, com direito a arranjo no cabelo e luvas três-quartos. Elas não conseguem disfarçar a ansiedade. Chega a hora da valsa com os pais, e em torno da pista de dança se colocam os outros membros da família, em traje de gala, emocionados.

Tudo muito parecido com um festa de debutantes de antigamente, não fosse um detalhe: no centro do salão, há uma grande cruz de madeira. Aos pés dela, uma a uma, em fila, as garotas lançam rosas brancas -e, nesse momento, prometem a Deus manterem-se virgens até o casamento.

Em troca, os pais, diante dos convidados, também assumem o compromisso de levar uma vida íntegra e honesta em todos os sentidos -especialmente no que diz respeito ao seu relacionamento com as mulheres.

A cerimônia, chamada “baile da pureza”, virou moda entre os cristãos conservadores dos EUA. Foi criada em 1998 pelo ministério religioso Generations of Light (Gerações de Luz); estima-se que, em 2006, tenham sido realizados cerca de 1.500 rituais do tipo em 48 Estados do país.

Pressão sexual

“Percebemos que as garotas atualmente se sentem pressionadas demais em relação à atividade sexual, o que leva à depressão e também está na raiz de tentativas de suicídio”, diz Randy Wilson, fundador do ministério. “No nosso entendimento, fortalecer o vínculo entre pai e filha ajuda a definir a identidade das meninas, para que elas saibam o seu valor e sejam respeitadas. Ademais, devemos fazer o que for necessário para apoiar a família, base da sociedade.”

Wilson vive com a mulher, Linda, e sete filhos -três mulheres e quatro homens- em Colorado Springs, Estado do Colorado. Para os interessados em organizar uma celebração como essa, a Generations of Light vende pela internet, por US$ 90, um kit com todas as informações necessárias.

Mas o “baile da pureza” representa apenas uma das faces do movimento pró-abstinência sexual nos EUA. Além de grupos religiosos, dos quais o True Love Waits (O Amor Verdadeiro Espera) e o Silver Ring Thing (Anel de Prata) são outros exemplos, também defendem essa causa organizações laicas como a Pure Love Alliance (Aliança do Amor Puro).

“Deixar para fazer sexo depois do casamento, em uma cultura que prega o contrário, significa a verdadeira liberdade. Eis aí a nossa mensagem”, afirma Leslee Unruh, diretora da Abstinence Clearinghouse (Câmara pela Abstinência). Mesmo quem já perdeu a virgindade pode se arrepender e decidir só voltar a ter relações após o matrimônio, diz ela.

E como convencer os jovens de que esse é o melhor jeito para eles viverem a sua sexualidade? “Bem, dizendo que, dessa maneira, evita-se a decepção, traumas emocionais difíceis de serem superados posteriormente e ainda a gravidez precoce e doenças sexualmente transmissíveis, conta Leslee.

Faz parte da estratégia frisar que a camisinha tem um índice de falha e mostrar, em palestras e panfletos, fotos de lesões cutâneas causadas por DSTs.

Assim, do terreno da fé passa-se ao do planejamento familiar e ao da saúde pública.

Escritório na Casa Branca

O governo de George W. Bush tem sido bastante criticado por privilegiar, na destinação de recursos públicos, as iniciativas que partem de grupos religiosos. Um processo em tramitação na Suprema Corte denuncia que, ao privilegiar grupos religiosos na distribuição de verbas, o governo está acabando com a separação entre Igreja e Estado.

“Se você é viciado em álcool e um programa religioso pode ajudá-lo a parar, devemos dizer aleluia e agradecer em nível federal”, disse Bush um ano atrás, ao defender mais fundos para as entidades do gênero -o que agrada em cheio a nova direita americana, sua principal base eleitoral.

A Casa Branca de Bush mantém um Escritório de Iniciativas Baseadas na Fé e Comunitárias para tratar dos projetos, para os quais foram reservados US$ 323 milhões em 2007, montante 37% superior ao do ano passado. Há escritórios semelhantes em departamentos (ministérios) como o da Educação e o da Saúde.

A campanha pela abstinência sexual está entre as prioridades de Bush e, por isso, tem orçamento próprio: US$ 191 milhões neste ano, contra US$ 163 milhões em 2006.

“Como Deus deseja”

Em janeiro deste ano, o contador Oscar Kornblat, que mora em Colorado Springs, participou do “baile da pureza” com sua filha mais velha, Hannah, 15 anos. Ele queria enfatizar o ideal de manter coração e mente limpos, “como Deus deseja”.

“E tem um outro motivo. Minhas duas filhas são adotadas. Suas mães as tiveram solteiras, com 17 anos, e elas por sua vez também eram filhas de mães solteiras. Isso vai parar nesta geração”, enuncia, firme.

Evangélicos têm motivação financeira e pragmática, diz especialista

Mark Regnerus é professor assistente de sociologia na Universidade do Texas e pesquisador do Núcleo Nacional de Estudos de Juventude e Religião, vinculado à Universidade da Carolina do Norte. Ele acabou de lançar o livro “Forbidden Fruit – Sex & Religion in the Lives of American Teenagers” [fruto proibido – sexo e religião nas vidas dos adolescentes americanos], no qual também analisa o apelo pela abstinência sexual que se faz aos jovens dos EUA atualmente.

No livro, ele apresenta estatísticas que relacionam a opção religiosa com a sexualidade dos adolescentes. Entre os evangélicos, 73,7% dizem que apóiam a idéia de esperar o casamento para ter relações; entre os fiéis de denominações protestantes tradicionais, o percentual é de 51,9%; entre os católicos, 51,2%. Judeus apresentam a menor porcentagem: 27%. Leia trechos da entrevista de Regnerus à Folha.

Por que os “bailes da pureza” têm apelo para certo público nos EUA?

Não vamos dizer que essa história está tomando conta da nação, isso não está acontecendo. Na verdade, eu vejo os bailes da pureza como uma extensão da campanha pela abstinência sexual, que faz parte da política doméstica do presidente Bush. Eles são dirigidos a um nicho de mercado muito restrito -suspeito que tenham mais apelo entre os evangélicos. Colorado Springs, onde eles começaram, justamente concentra evangélicos. O que eu vejo é um movimento geral de retrocesso [cultural], que prega contra a sexualização dos jovens.
Quem está desse lado quer dizer que está combatendo os valores alardeados por Hollywood e pela [revista] “Cosmopolitan”. Com os bailes, estão chamando a atenção das meninas. Aliás, a celebração pede o comprometimento dos pais também, ou seja, eles mostram para elas como vão tratar as suas mães porque esse é o modelo que elas devem buscar para si no futuro. É um símbolo do que a família quer que aconteça.

Mas, por trás dos religiosos, também há os objetivos práticos de evitar gravidez precoce e doenças…

Os evangélicos sempre foram muito pragmáticos. O movimento pró-abstinência é muito pragmático. Ele tenta abraçar esse ideal de os adolescentes e adultos “se guardarem” para o casamento ao mesmo tempo em que busca evitar tais problemas. Outros grupos usam argumentos diferentes. Morais, por exemplo, de dizer que o melhor é ir para a faculdade primeiro e adiar ao máximo o matrimônio.

Qual foi o papel do governo Bush nessa campanha?

Todas as organizações que participam recebem dinheiro do governo. A atual administração manda recursos para as escolas públicas que ensinem educação sexual do jeito que o presidente quer, com foco na abstinência. Não é que o governo tire dinheiro das escolas que não o fazem, mas estas não vão receber -e as escolas sempre precisam de fundos. O grupos religiosos, da mesma forma, também estão sempre buscando recursos. Como falei, eles são pragmáticos, então usam táticas pragmáticas para obtê-los.

Fonte: Estadão

Católicos no Brasil são 155 milhões, estima Vaticano

O Vaticano deve divulgar nesta semana sua estimativa oficial para o número de católicos do Brasil. Segundo as estatísticas da Santa Sé obtidas pela BBC Brasil, o país tinha em 2005 mais de 155,6 milhões de católicos – o equivalente a 84,5% da população daquele ano.

A estimativa contrasta com a do IBGE, que em seu censo de 2000 calculou que 73,8% dos brasileiros – cerca de 125 milhões de pessoas – eram católicas.

Mesmo dentro da igreja, já houve estimativas mais modestas que isto, como a do cardeal brasileiro Cláudio Hummes, atual prefeito da Congregação do Clero.

Citando uma pesquisa realizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizada em 2005 nas capitais dos Estados brasileiros, D. Cláudio disse que o país tinha 67% de católicos.

A estatística, que permanece igual à calculada no ano anterior, mantém o Brasil na condição de maior país católico do mundo. Existem 1,1 bilhão de católicos no planeta, segundo as estatísticas.

Pelos dados oficiais do Vaticano – que fazem do Brasil a maior nação católica do mundo – não houve mudança no percentual de católicos do Brasil, que permaneceu idêntico ao de 2004. Naquele ano, calcula o Vaticano, 84,5% dos 181,6 milhões dos brasileiros eram católicos.

Queda

O responsável pelo Centro de Estatísticas do Vaticano, Enrico Nenna, afirma que é difícil detectar grandes diferenças de um ano para outro, e isso explica a manutenção do percentual, apesar de a tendência existir quando se analisam números de uma ou duas décadas atrás.

“Em 1980, os católicos representavam 90,12% da população brasileira. Já em 1990, passaram para 87,7%. Hoje, temos 84,5%, portanto uma clara diminuição”, disse Nenna.

A disparidade dos dados se deve ao fato de que o Vaticano faz os cálculos com base no número de batizados, que recebe das dioceses de todo o mundo, junto com outras informações.

Os dados fornecem o número de católicos, bispos, sacerdotes, seminaristas e paróquias nos vários países , e são divulgados anualmente pelo escritório de estatísticas do Vaticano, servindo como fonte para outros institutos de pesquisa, alguns setores da Igreja Católica, escolas, políticos e meios de comunicação.

Questionamento

O critério, no entanto, é questionado. A Associação Italiana de Ateus considera que as estatísticas da Santa Sé não têm credibilidade.

“Nós chegamos a analisar três anuários estatísticos seguidos, e verificamos que às vezes o número de batizados é arredondado, e em outras é maior do que o número de crianças que nasceram naquele ano”, diz Raffaele Carcano, secretário da associação, que conta com expoentes do mundo científico italiano entre seus sócios.

O responsável pelas estatísticas do Vaticano rebateu as críticas, afirmando que a credibilidade é garantida, e aumenta ano a ano.

“Elaboramos as estatísticas desde 1970 e publicamos os dados apenas quando comprovamos que há uma coerência lógica e temporal”, garante Enrico Nenna.

Na opinião de Raffaele Carcano, no entanto, as cifras divulgadas pelo Vaticano não correspondem à adesão real das pessoas à Igreja, e não podem ser definidas como estatísticas porque não são fruto de um censo.

“As dioceses não funcionam como instituições municipais ou estaduais, que fornecem informações certificadas”, alega.

Outra crítica que a associação faz à divulgação das estatísticas da Santa Sé é que elas podem condicionar o mundo político.

“A publicação de cifras tão altas divulgadas pela Igreja pode influenciar o comportamento dos políticos no Parlamento”, afirmou Carcano, que lidera uma campanha para incentivar o “desbatismo”, isto é, que pessoas possam deixar oficialmente a Igreja Católica.

Fonte: BBC Brasil

Assalto à pastor da Igreja Universal termina em perseguição pelas ruas de Vitória

O pastor da Igreja Universal de Laranjeiras foi assaltado na tarde deste domingo. Por volta das 12h40, três homens armados renderam o pastor em Goiabeiras, Vitória, e levaram um celular, cartões de crédito e documentos.

Uma viatura que saia do DPJ de Vitória passou pelo pastor, que avisou os PMs sobre o assalto. Os policias perseguiram os bandidos pelas avenidas Reta da Penha, Leitão da Silva, conseguindo render os assaltantes em frente a Ufes. Junto dos três homens foram apreendidos um revólver calibre 38 com quatro munições intactas, uma chave mixa e o produto do roubo.

Os bandidos estavam em um Gol branco, placas MRV 8112, que havia sido roubado no dia 26 de fevereiro deste ano. Eles foram encaminhados para o DPJ de Vitória.

Fonte: Gazeta Online

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