Embora não existam estatísticas conclusivas a respeito, estimativas indicam que a cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil e quatro em cada dez mulheres afirmam já ter presenciado algum ato de violência contra outras mulheres, 80% dos casos envolvendo violência física.

A violência é crime, além de se constituir num insulto a Deus e pecado contra o outro. A admoestação consta no roteiro de oficinas para igrejas “Superando a violência familiar contra a mulher”, editado pelo Programa de Apoio à Ação Diaconal (PAADI) da organização humanitária Diaconia, que tem sede no Recife.

A cartilha da Diaconia menciona dados do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, mostrando que em cada cinco dias de falta ao trabalho registrado no mundo, um é causado pela violência sofrida pelas mulheres dentro de suas casas. A cada cinco anos, a mulher que sofre violência familiar perde um ano de vida saudável.

Diaconia parte do princípio de que a realidade social é fruto da ação humana e bem por isso, pela ação humana – coletiva e solidária – a realidade pode ser modificada. “Entendemos que a superação da violência enquanto construção coletiva é o ideal a ser alcançado. Refletir sobre a crescente onda de violência deve nos levar, necessariamente, a um posicionamento diante da questão”, diz o texto.

Essa é a proposta da cartilha, que inicia com uma oficina de sensibilização, denominada “Um projeto para a paz”. Diaconia entende que a paz se aprende e que a cultura de paz é um conjunto de valores, atitudes, comportamentos e estilos de vida baseados, entre outros, no respeito à vida, no fim da violência e na promoção da não-violência.

Uma terceira oficina de sensibilização, desenvolvida na cartilha, pergunta o que é violência e o que é paz? A primeira oficina de capacitação da cartilha aborda o “Compromisso com a paz”, enquanto a terceira oficina de capacitação aborda os tipos de violência, desde a violência física, sexual, psicológica e o abandono.

Na apresentação da cartilha, o diretor executivo da Diaconia, reverendo Arnuldo Barbosa, diz que o roteiro de oficinas está disponível para a sensibilização e a capacitação de homens e mulheres comprometidos com suas comunidades locais e os desafios da realidade onde vivem.

A abordagem do tema, assinala Diaconia, não pode ser fatalista nem simplista, mas urgentemente realista, sem mascarar as dores da violência real, mantendo acesa a esperança de que é possível fazer diferente.

O texto admite que a violência contra a mulher, contra a criança e o adolescente, ocorre dentro de um padrão cultural que propicia a naturalização da violência, fato que aparece, muitas vezes, como assunto invisível e silencioso.

A Diaconia é uma organização social sem fins lucrativos, de inspiração cristã, que tem por missão estar a serviço dos excluídos e participar da construção solidária da cidadania. Sua área de atuação preferencial é o Nordeste brasileiro.

Fonte: ALC

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