“Vocês darão conta de que não entendo absolutamente nada de economia”, disse, com ironia, o arcebispo sul-africano Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz em 1984, ao destacar a necessidade de, segundo ele, aplicar à vida e à economia os valores humanos da dignidade, a generosidade e a solidariedade.

Ele quase não fez alusões políticas exceto quando, sem nomear nem Israel e Palestina, afirmou que “quando matas 300 crianças e civis inocentes, terás que prestar contas a Deus. Quando disparas foguetes aos civis, terás que responder a Deus”.

“Devemos aplicar ao mundo a ética da família… Na família não se dá a cada um na medida em que contribui ao orçamento, o bebê não contribui em nada, mas lhe damos tudo”, afirmou Tutu.

Por outro lado, “o que se passa no mundo? A obsessão é a competição”, disse, antes de seguir esclarecendo, por via das dúvidas, que “não estou atacando nada. Estou falando como um líder religioso”.

Em seguida, expressou que “em nossa cultura, o pior que lhe pode passar a alguém é que fracasse. Devemos ter sempre sucesso, a pressão é forte demais. E em seus países europeus, ser compassivo é desprezível, é preciso… grrr…ser ‘macho'”, disse, imitando um rugido, em meio a seu discurso.

Depois, continuou dizendo que, “gastamos bilhões em armas, quando sabemos que com uma pequena fração dessa quantidade poderíamos dar de comer a milhões de crianças famintas”.

Fonte: EFE

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