As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) não confiam na Igreja Católica e se opõe à ideia de que o Vaticano atue como fiador internacional na recepção dos seis reféns que prometeu libertar, afirmou a congressista opositora Piedad Córdoba.

Em entrevista publicada ontem pelo jornal “El Espectador”, a senadora afirmou que ficou surpresa com o recente anúncio do Governo de autorizar o Vaticano de participar da missão humanitária de libertação dos seqüestrados.

A resposta “já a conheço, e é que as Farc são totalmente contrárias a esta idéia, pois não confiam na Igreja Católica”, declarou.

“Neste momento, este é um obstáculo que obviamente vai dilatar um pouco o processo”, acrescentou.

Além disso, disse que apesar de as partes terem flexibilizado suas posições iniciais, é difícil convencer o grupo sobre a participação da Igreja na missão e mais caso seja considerado que os contatos se dão “por um meio virtual”.

A congressista afirmou que a entrega dos seis reféns teria acontecido este mês se não fosse pelo ponto do fiador internacional que pedem as Farc e pela decisão do Governo de autorizar o Vaticano.

Córdoba acrescentou que está otimista com relação à possibilidade de as Farc e o presidente colombiano, Álvaro Uribe, iniciarem um diálogo de paz.

“Antes o ponto inegociável era a desmilitarização dos municípios de Florida e Pradera, agora dizem estar dispostos a dialogar. A isto é necessário colocar data, e penso que poderia ser antes da metade de ano”, declarou.

O Governo colombiano disse ontem que já fez o que lhe competia para facilitar a libertação dos seis reféns que as Farc propuseram libertar de forma unilateral.

O comissário de paz, Luis Carlos Restrepo, leu um comunicado no qual exigiu que os rebeldes cumpram sua palavra e informem de forma imediata o dia e o local da libertação e reiterou que o Governo dá as garantias para que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) possa cumprir sua tarefa.

Uribe aceitou na última segunda que uma pessoa ou instituição designada pelo Vaticano participe da missão humanitária para receber os dois políticos, três policiais e um soldado que serão libertados pelas Farc.

Esta aprovação responde à exigência do grupo que no comitê de recepção de reféns esteja uma personalidade democrática de um país irmão ou da comunidade internacional, por considerar “insuficiente” a garantia do CICV.

Fonte: G1

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