O premier britânico, Gordon Brown, está avaliando a abolição da lei inglesa que impede que um católico possa ascender à Coroa britânica, uma medida que poderia significar o fim da tradicional união entre a Igreja Anglicana e a família real.

Segundo informou nesta quinta-feira o jornal Daily Telegraph, Brown poderá abolir a lei de 1701 por ser uma norma “antiquada” que discrimina toda uma parcela da sociedade, ao proibir monarcas britânicos de se casarem com católicos ou se converterem a essa religião, com o objetivo de manter o protestantismo como crença oficial do país.

A proposta surgiu durante um debate parlamentar sobre a reforma constitucional, que irá reduzir os poderes do premier britânico para decidir o envolvimento do país em uma guerra ou nomear funcionários-chave do governo.

Governos anteriores mantiveram-se afastados do debate devido às implicações da medida para a Igreja Anglicana e pela complexidade da lei.

Em 2001, o então premier britânico Tony Blair, que se converteu ao catolicismo, prometeu reexaminar a lei, mas não a modificou. A lei vem sendo criticada por líderes da Igreja Católica e por parlamentares que acreditam que a mesma favorece a discriminação religiosa.

O cardeal Cormac Murphy-O’Connor, arcebispo de Westminster e líder da Igreja Católica na Inglaterra e País de Gales, declarou que a lei “é claramente discriminatória contra os católicos”.

No ano passado, foi anunciado que Peter Phillips, neto mais velho da rainha Elizabeth II e décimo primeiro na linha de sucessão ao trono, deverá abandonar seu lugar na família real devido a sua intenção de casar-se com Autumn Kelly, uma jovem canadense católica.

Especialistas em direito declararam ao Telegraph que qualquer mudança deve ser discutida com o resto dos países do Commonwealth (conjunto das ex-colônias britânicas) antes de ser aplicada.

Fonte: Ansa

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