A túnica que teria sido usada por Jesus Cristo antes de ser crucificado foi recentemente restaurada na França e está sendo excepcionalmente exibida na basílica Saint-Denys de Argenteuil, nos arredores de Paris, atraindo milhares de visitantes.

[img align=left width=300]https://p2.trrsf.com/image/fget/cf/620/0/images.terra.com/2016/04/04/160404002849tunicacristo624x624basilicadesaintdenysdeargenteuilnocredit.jpg[/img]A peça de roupa é considerada pela Igreja Católica uma das maiores relíquias do cristianismo, ao lado do sudário de Oviedo e do lençol de Turim, que teria envolvido o corpo de Jesus no sepulcro.

A Santa Túnica, como é chamada a vestimenta que teria sido usada por Cristo no caminho para a cruz, pertence a França há 1,2 mil anos.

A imperatriz Irene de Constantinopla (atual Istambul, na Turquia) teria oferecido, no início do século 9, a peça de presente ao rei francês Carlos Magno, que a doou ao clero de Argenteuil.

A Santa Túnica só é exibida ao público (cerimônia conhecida como “ostentação”) a cada 50 anos.

Após ter sido mostrada em 1984, a próxima vez seria apenas em 2034. Mas, em razão do recente restauro da peça e das comemorações dos 150 anos da basílica de Argenteuil, a Igreja decidiu antecipar o evento.

Em tempos normais, ela é conservada enrolada em um relicário. Apenas um pequeno pedaço de tecido pode ser visto através de um vidro.

A vestimenta é composta por mais de 20 fragmentos de tecido marrom. Em um restauro anterior, eles haviam sido costurados em um suporte de cetim claro que estava muito deteriorado.

O restauro atual consistiu em retirar os fragmentos da peça original e recosturá-los sobre um tecido mais escuro e mais grosso.

“Constatamos que, com um fundo mais escuro, os buracos da roupa ficam menos visíveis. Dessa maneira, foi possível dar maior coerência, em termos visuais, à túnica”, afirma a restauradora de antiguidades Claire Beugnot, que já restaurou várias peças de tecidos para o museu do Louvre.

[b]Autenticidade contestada[/b]

Como outras grandes relíquias do cristianismo, a Santa Túnica também tem sua autenticidade contestada por alguns.

Segundo a Igreja, que se baseia em estudos científicos, a túnica pertencente à basílica de Argenteuil é a que foi usada por Jesus antes de ser crucificado.

Desde o século 19, inúmeros pesquisadores científicos analisaram a vestimenta. Foi demonstrado que o material (lã de carneiro), o método de coloração e o processo de tecelagem correspondem às práticas utilizadas na Palestina e na Síria no início da era cristã.

Análises também permitiram identificar a presença de sangue nas costas e nos ombros da túnica, nos locais onde Jesus teria apoiado a cruz para carregá-la.

Um outro exame revelou que o sangue encontrado na vestimenta é do tipo AB, o mesmo presente no sudário de Oviedo e no lençol de Turim.

Mas um teste de Carbono 14, para determinar a idade de tecidos orgânicos, realizado em 2004, revelou que a túnica teria sido feita entre os anos de 530 e 640, ou seja, pelo menos cinco séculos depois da morte de Jesus.

[b]Fonte: Terra[/b]

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