Na terça-feira (30) um homem foi expulso da câmara municipal de Piracicaba, interior de São Paulo, por se recusar a ficar em pé durante a leitura da Bíblia.

O presidente da Câmara, João Manuel dos Santos (PTB), pediu para que todos se levantassem para leitura de um trecho da Bíblia, ato comum nas sessões da câmara, porém um funcionário do Ministério Público Federal, Regis Montero, permaneceu sentado.

“Eu gostaria que o cidadão, não querendo ficar de pé, por favor se retire do plenário porque não vou permitir a leitura enquanto todos não obedecerem a questão regimental”, afirmou o presidente da câmara.

Ao perceber que Regis permanecia sentado com os braços cruzados, João Manuel pediu para que policiais civis e militares retirem Regis da sala por desrespeito as regras da casa, dando início a uma discussão.

“Por que estou sendo retirado da Casa, presidente? É pela leitura da Bíblia?”, questiona Regis. “Por desrespeitar o regimento interno”, afirma o vereador. “O senhor pode se retirar e voltar depois que terminar a leitura”.

Regis chegou a ficar em pé por alguns momentos, porém com o afastamento dos policiais tornou a sentar, novamente João Manoel paralisou a sessão até que o homem fosse retirado do local.

De acordo com publicação Folha, Regis comentou que considera “inapropriada” a exigência de leitura do trecho biblico em um órgão público.

“Eu não quis participar de um ato religioso em um órgão publico. A Câmara não pode ter uma religião oficial ou só permitir a participação de quem tenha as mesmas crenças”, afirmou. “Eu não fui desrespeitoso por me negar a participar do ato, pelo contrário, respeito todas as opções religiosas.”

Ainda de acordo com publicação, Robson Soares, diretor jurídico da Câmara, comentou que as regras da casa preveem a leitura e que a expulsão ocorreu devido a atitude agressiva de incitação a tumulto.

“Nada impede que alguém faça manifestações religiosas na Câmara. Mas se o cidadão reage de forma violenta, como dizer que funcionários são vagabundos”, ato que não foi confirmado. “esse tipo de desordem a gente tem que tomar alguma providência”, disse Robson.

De acordo com Odinei Assarisse, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Piracicaba, Odinei Assarisse, houve “exagero” se a retirada ocorreu apenas por conta da negativa de ficar em pé. Sendo o estado laico o regimento da Casa desrespeitar esse princípio, devendo ser revisado.

[b]Fonte: The Christian Post[/b]

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