O papa Bento XVI disse hoje que os povos da América Latina “aspiram a viver em paz, livres da pobreza e exercendo livremente seus direitos fundamentais”, e comemorou o acordo entre a Santa Sé e o Governo brasileiro, que firmou o estatuto jurídico da Igreja Católica no Brasil.

Em discurso de felicitações para o novo ano ao corpo diplomático credenciado na Santa Sé, Bento XVI pediu aos emigrantes da América Latina que as legislações levem em conta as necessidades dos que emigram e facilitem o reagrupamento familiar “conciliando as legítimas exigências de segurança com as do respeito inviolável da pessoa”.

O papa falou também de desarmamento e da não-proliferação nuclear, da fome que se agrava pela crise econômica, a qual disse que é preciso sanar e que isso só poderá se alcançar criando uma nova confiança “através de uma ética fundada na dignidade inata da pessoa humana”.

Joseph Ratzinger louvou também o compromisso prioritário de certos Governos “para restabelecer a legalidade e empreender uma luta sem quartel contra o tráfico trânsito de entorpecentes e a corrupção”, sem citar nominalmente Colômbia, que, após conseguir reduzir a força do tráfico, enfrentou neste ano um escândalo de pirâmides financeiras.

O papa disse estar contente de que “30 anos depois do começo da mediação pontifícia sobre o litígio entre Argentina e Chile, relativo à zona austral, os dois países tenham selado sua vontade de paz erguendo um monumento a meu venerado antecessor, o papa João Paulo II”.

Segundo Bento XVI, a Igreja acompanha há cinco séculos os povos da América Latina, “compartilhando suas esperanças e suas preocupações”.

“Seus pastores sabem que, para promover o progresso autêntico da sociedade, precisam iluminar as consciências e formar leigos capazes de intervir fervorosamente nas realidades temporárias, colocando-se a serviço do bem comum”, concluiu.

Sobre o Brasil, o papa declarou desejar que “o acordo (entre a Santa Sé e o Governo) facilite o livre exercício da missão evangelizadora da Igreja e reforce ainda mais sua colaboração com as instituições civis para o desenvolvimento integral da pessoa”.

O texto do acordo fixa as personalidades jurídicas não só da Igreja Católica como um todo, mas também de suas instituições, como paróquias, dioceses e congregações.

Fonte: EFE

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