Cadeia
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A Pastoral Carcerária, órgão da igreja católica que presta assistência a pessoas presas e suas famílias, lançou na tarde desta sexta-feira (23) um relatório denunciando as dificuldades que seus agentes enfrentam para entrar nos presídios brasileiros.

Duzentos e trinta e cinco agentes que atuam em 26 estados responderam as perguntas. Mais da metade afirma que as visitas da Pastoral aos presos costumam ser suspensas sem aviso prévio como forma, por exemplo, de punir os presos ou impedir assistência médica.

A Pastoral afirma que a situação é pior em presídios administrados pela iniciativa privada, como explica Dom Leonardo Steiner, secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “As dificuldades tem aumentado devido a vários fatores. Não só a esse encarceramento exagerado que existe, mas também à privatização das nossas prisões, que tem ajudado a dificultar o nosso serviço como igreja”.

Alguns agentes relatam que perdem tanto tempo sendo revistados, que restam poucos minutos para ter contato com as pessoas encarceradas. Quarenta porcento dos agentes reclamam do tempo reduzido, menos de uma hora por semana.

As celas de castigo são as mais difíceis de visitar. Trinta e cinco porcento dos agentes são proibidos de vistoriar esses espaços. Segundo eles, os presos nesses locais são os mais vulneráveis à tortura.

Outra violação apontada pelo relatório da Pastoral é que a direção dos presídios seleciona os presos que podem receber atendimento religioso, o que contraria a legislação brasileira. Vinte e seis porcento dos agentes relataram essa situação.

O documento é uma maneira de pressionar o governo para garantir que os religiosos continuem atuando nos presídios.

O trabalho da pastoral envolve aconselhamento religioso, assistência médica e ajuda humanitária com gêneros de necessidade básica. Atualmente no Brasil, seis mil agentes prestam o atendimento voluntário.

O Ministério da Justiça não respondeu a reportagem da EBC até o fechamento da edição.

Fonte: EBC

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