Os cristãos são o maior grupo religioso perseguido no mundo e suas condições continuam piorando em muitos dos países em que há tempos enfrentam graves limites à liberdade religiosa. É o que afirma o Relatório sobre a liberdade religiosa, publicado pela fundação católica “Ajuda à Igreja que Sofre” (AIS).

Publicado desde 1999, de edição em edição o Relatório da AIS continua denunciando a dramática tendência.

Para sensibilizar mais a opinião pública ao tema da perseguição, esta sexta-feira (29/04) a AIS iluminará a “Fontana di Trevi” de vermelho, simbolizando o sangue dos mártires cristãos mortos hoje por ódio à fé (considerada uma das mais célebres do mundo, a “Fontana de Trevi” é a maior fonte luminosa de Roma, ndr).

Estima-se que os cristãos perseguidos no mundo inteiro são cerca de 200 milhões. E em muitas áreas as condições deles continuam piorando.

Na África, onde grupos jihadistas como Boko Haram e al Shabab ganham sempre mais terreno. Na Ásia, onde aos fundamentalismos islâmico, hindu e budista se soma a perseguição perpetrada por regimes totalitários como o norte-coreano.

Entre os cenários mais difíceis, obviamente, o do Oriente Médio. No Iraque, onde de 2002 até hoje a população cristã passou de um milhão para menos de 300 mil, com uma impressionante média de 60/100 mil que deixaram o país a cada ano. Se a tendência continuar, em apenas cinco anos a comunidade cristã deixará de existir no País do Golfo.

Também o Patriarca caldeu de Bagdá, Dom Louis Raphael I Sako, aderiu à iniciativa da AIS. “Na sexta-feira à noite nos uniremos a vocês em oração. De tal modo, teremos a alegria de estar em comunhão e unidade com todo o mundo cristão”.

O Patriarca ressalta a necessidade de crescer na opinião pública a consciência do martírio. “Infelizmente, perseguir os cristãos tornou-se um fenômeno difuso. Não somente no Iraque, mas em muitas partes do mundo e até no Ocidente, onde os fiéis são discriminados.”

Além disso, ele recorda o valor do testemunho dos mártires cristãos: “Um modelo de amor total, fidelidade e sacrifício que deve levar todos a refletir. Nós, cristãos iraquianos, adquirimos força do testemunho de fé deles e temos a convicção de que o sangue dos mártires nos dará muita esperança e conseguirá mudar a situação atual”.

Na noite desta sexta-feira, diante da “Fontana di Trevi”, falará o bispo caldeu de Aleppo, Dom Antoine Audo, estes dias na Itália convidado da AIS para testemunhar o drama dos cristãos na Síria.

Também a Síria corre hoje o risco de acabar sem a presença de cristãos. Segundo Dom Audo, de um milhão e meio de cristãos que viviam no país antes da guerra, restaram apenas 500 mil. O símbolo do êxodo de fiéis da Síria é a cidade-mártir de Aleppo, até 2011 reduto do cristianismo na Síria e casa de 160 mil fiéis. Hoje restam apenas 40 mil. (RL)

[b]Fonte: Rádio Vaticano
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