Chega a 90% a taxa de brasileiros que declaram ir a igrejas, cultos ou serviços religiosos. O percentual de fiéis que costuma ir à Igreja, cultos ou serviços religiosos não difere muito, quando se trata da religião declarada: 94% dos católicos, 98% dos evangélicos pentecostais, 99% dos não pentecostais e 95% dos espíritas dizem ir.
Os umbandistas e os adeptos do candomblé costumam ir um pouco menos a serviços religiosos (82% e 84%, respectivamente). Quando se trata da freqüência, os evangélicos pentecostais se destacam: 60% deles dizem ir ao culto mais de uma vez por semana e 25% declaram presença pelo menos uma vez por semana. Entre os católicos essas taxas são de, respectivamente, 16% e 35%.
Um terço (30%) dos que declaram não ter religião ou que se declaram ateus dizem ir à igreja, a cultos, ou serviços religiosos.
Os entrevistados que costumam ir à igreja ou a cultos e serviços religiosos dizem que têm esse hábito porque, entre outros motivos, gostam de rezar ou de orar (21%), porque se sentem bem, fortalecidos ou em paz (19%), para pedir uma graça (13%), para escutar pregações ou sermões (12%), para se aproximar, cultuar e servir a Deus (10%) e para agradecer por graças obtidas (9%).
A pesquisa também mostra que 17% dos brasileiros costumam freqüentar cultos ou serviços religiosos de mais de uma religião.
Cerca de um quinto (19%) dos católicos admite ir a cerimônias de outras religiões: 13% vão a cultos em igrejas evangélicas pentecostais, 3% visitam denominações não pentecostais e 2% vão a serviços religiosos espíritas.
Por outro lado, 22% dos umbandistas, percentual idêntico de adeptos do candomblé e 20% de espíritas dizem também freqüentar cultos católicos. Entre os adeptos do candomblé, os que mais freqüentam outras religiões (48%), 22% também dizem ir a cultos evangélicos.
Os evangélicos são os mais fiéis à sua religião: entre os pentecostais, apenas 9% dizem freqüentar outras religiões, sendo que 4% freqüentam a Igreja Católica, mesmo percentual dos que vão a denominações não pentecostais. Entre os não pentecostais, 15% visitam templos de outras religiões, sendo que 8% vão a igrejas pentecostais e 6% a cerimônias católicas.
O percentual de brasileiros que declaram ter o costume de rezar ou orar atinge 94%, sendo que 70% deles dizem fazê-lo diariamente. Entre os evangélicos pentecostais o percentual dos que fazem orações todos os dias vai a 80% (é de 74% entre os não pentecostais). Os católicos estão dentro da média nacional: 71% afirmam rezar diariamente, mesma taxa verificada entre os espíritas. Mesmo os que não têm religião costumam fazer orações: 66% têm esse hábito, sendo que 34% o fazem todos os dias.
Os evangélicos são os que mais contribuem financeiramente com sua religião: dão contribuição financeira para a igreja que frequentam 89% dos pentecostais e 87% dos não pentecostais. Entre os católicos, 75% costumam contribuir financeiramente, sendo que 27% fazem isso sempre, 35% de vez em quando e 12% raramente. A maioria dos umbandistas (58%) e dos freqüentadores do candomblé (67%) também fazem contribuições em dinheiro. Já entre os espíritas, 56% não contribuem.
Aproximadamente um quinto (21%) dos entrevistados afirma já ter mudado algum hábito ou deixado de fazer alguma coisa por causa de sua religião.
A maioria (54%) dos evangélicos pentecostais já fez mudanças em sua vida diária por motivos religiosos. As mudanças mais citadas por esses entrevistados foram parar de beber ou diminuir o consumo de álcool (24%), deixar de ir a bailes, festas, de sair à noite (21%), parar de fumar ou reduzir a quantidade de cigarros consumidos (15%), mudanças no vestiário (7%), parar de usar maquiagem e adereços como brincos, por exemplo (6%).
A taxa dos que dizem já ter mudado seus hábitos por causa da religião também fica acima da média entre os evangélicos não pentecostais (45%), entre os adeptos do candomblé (47%) e entre os espíritas (29%). Entre os católicos, por outro lado, 90% dizem nunca ter mudado sua rotina por causa da religião; entre os umbandistas essa taxa é de 81%.
Chega a 85% a taxa de brasileiros que declaram ter sido batizados na Igreja Católica. Entre os católicos, 95% dizem ter passado pelo rito em sua Igreja. Essa taxa é de 91% entre os que são adeptos do candomblé e de 87% entre os espíritas. Ela fica abaixo da média entre os umbandistas (77%), entre os evangélicos pentecostais (65%) e entre os não pentecostais (51%). Entre os que, hoje, não professam qualquer religião, 71% foram batizados na Igreja Católica.
Passaram pela primeira comunhão 59%, e foram crismados, na Igreja Católica, 51% dos brasileiros. Um terço (30%) do total de entrevistados afirma ter casado na Igreja Católica (37% entre os católicos). Entre os casados atualmente, 45% dizem que sua união foi celebrada por um padre católico.
Do total de brasileiros entrevistados pelo Datafolha, 48% se declaram casados e 40% solteiros. Os divorciados são 6%, percentual idêntico ao de viúvos.
Entre os católicos, os percentuais são similares aos verificados entre o total da população (49% casados, 39% solteiros).
A pesquisa mostra ainda que afirmam viver com um companheiro ou companheira 8% dos que se declaram divorciados, 4% dos que se dizem solteiros e 5% dos viúvos.
Dos entrevistados casados ou que moram com um companheiro, 79% dizem que esta é a primeira vez que vivem essa situação. Afirmam que já foram casados mais de uma vez 21%, dos quais 14% já foram casados ou viveram com alguém duas vezes.
A maioria (67%) dos brasileiros nunca namorou nem casou com alguém de religião diferente da sua. Entre os católicos, essa taxa chega a 75%.
Um quarto (25%) diz ter namorado, mas não chegado a casar com alguém de religião diferente, e 8% declaram ter casado com alguém de fé diversa da sua.
Entre os espíritas, a taxa dos que nunca namoraram alguém de religião diferente da sua é de 48%, 19 pontos percentuais abaixo da média. Além disso, entre os adeptos dessa religião, o percentual dos que dizem ter namorado, mas não casado, com uma pessoa de outra religião, é de 37% (12 pontos acima da média) e a dos que afirmam ter casado com alguém de religião diferente é de 15% (sete pontos acima da média).
Entre os adeptos da umbanda, 43% dizem ter namorado, embora não tenham casado, com alguém de religião diferente, e 14% afirmam ter casado com alguém de outra religião.
Entre os que nunca namoraram nem casaram com pessoa de religião diferente, 65% dizem que namorariam e 60% que casariam. Desses entrevistados, e que se declaram católicos, 68% namorariam e 63% casariam com alguém de religião diferente da sua. Entre os evangélicos pentecostais, a taxa dos que dizem que não namorariam com alguém de religião diferente da sua chega a 47% (19 pontos acima da média) e a dos que não casariam com alguém de fé diferente é de 45% (16 pontos acima da média).
Mudar de religião para casar com alguém é uma hipótese rejeitada por 82% dos entrevistados, taxa que chega a 96% entre os adeptos do candomblé, a 91% entre os umbandistas e a 86% entre os evangélicos pentecostais. Entre os católicos, ela fica dentro da média (81%). Entre os que declaram não ter religião, um quarto (25%) admite a hipótese de passar a ter uma, para casar com alguém.
Fonte: Datafolha