Em novo livro escrito por padre brasileiro, pontífice fala sobre o papel da mulher na Igreja e de sua devoção Maria.

No novo livro do padre brasileiro Alexandre Awi Mello, baseado em uma entrevista exclusiva com o papa Francisco, o pontífice refuta qualquer possibilidade de existir ordenação feminina. “Aquela porta está fechada”, diz citando um documento do, agora santo, João Paulo II.

No entanto, na obra Ela é minha mãe – Encontro do papa Francisco com Maria, lançada em junho, o Santo Padre também argumenta que é preciso aumentar o papel da mulher na Igreja e admite pela primeira vez que é possível nomeá-las para chefiarem dicastérios, que compõem a Cúria Romana. “[Nomear mulheres] É algo que se deve fazer, porque são mais inteligentes que os homens, isto está claro.”

[img align=left width=300]http://s2.glbimg.com/aagVpIb_HGSKXkwe5mtlwSUY2HY=/300×300/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2014/07/24/papa_matertone_01.jpg[/img]A publicação investiga a devoção mariana do papa. Para isso, Mello, doutorando em mariologia (estudo teológico sobre Maria) e que foi intérprete de Francisco durante a Jornada Mundial da Juventudo no Rio de Janeiro em 2013, fez uma entrevista exclusiva em que o religioso explora a origem de sua fé. Mais do que isso, o pontífice revela também uma espiritualidade popular que muito se assemelha à do povo latino-americano.

O autor conta que durante a entrevista, o papa começou a abrir os botões da batina e mostrou uma pequena bolsa que sempre leva junto ao peito. Antes, carregava no bolso da camisa, mas desde que se tornou padre e passou a usar somente as vestes brancas, teve que mudar o local.

Dentro do pequeno relicário, Francisco leva uma cruz “roubada do padre mais santo que conheceu” (seu antigo confessor), uma relíquia de Santa Teresinha e um purificador [pano branco utilizado para limpar o cálice durante a missa]. Devoto da Virgem de Luján, padroeira argentina com história similar à de Nossa Senhora Aparecida, o paninho fora usado para limpar a imagem original em sua troca anual de manto. Mostrando uma fé singela e piedosa, nem sempre bem vista por estudiosos da teologia.

O autor acha que esse fato pode ter relação com sua popularidade. “Por isso, talvez, ele tenha essa empatia tão grande com o povo, porque ele se comporta como o povo em sua fé e devoção.”

Outra expressão desta fé popular de Francisco aconteceu logo após o fim da entrevista para o livro. Mello diz que quando finalizaram a conversa na Casa Santa Marta, onde o papa vive, e estavam saindo para o Angelus, Francisco fez questão de deixar alguns papéis debaixo de uma estátua de São José dormindo, que está na entrada do quarto.“Todas as intenções importantes eu deixo aqui com São José.”

A prática parece ser reccorrente. Meses após a entrevista, que ocorreu em dezembro de 2013, um padre argentino visitou Francisco por ocasião da canonização dos papas João Paulo II e João XXIII e publicou imagens do quarto 201. Assim como descrito pelo padre Alexandre, algumas intenções continuavam sob proteção de São José.

[b]Fonte: Revista Época online[/b]

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