As acusações contra o papa Pio XII são totalmente falsas “do ponto de vista histórico e moral”, é o que afirma o historiador Giuseppe Sale sobre o pontífice, acusado de ter se mantido em silêncio durante o regime nazista.
“Não há nada mais falso do ponto de vista histórico e moral” que essa acusação, publicou o historiador Sale na revista dos jesuítas italianos “La Civiltà Cattolica”.
Em artigo, o historiador diz que Eugenio Pacelli, nome de batismo de Pio XII, salvou muitos judeus e ofereceu refúgio e proteção para membros do partido antifascista italiano Comitê de Libertação Nacional e para maçons na “cidadela da clandestinidade” do Vaticano.
“Pio XII, Papa diplomático e sábio, ao invés de denunciar ou proclamar apoio a alguma das partes envolvidas na guerra – como ambas pediam por motivo de propaganda política -, preferiu concentrar as forças da Igreja na ajuda humanitária, ou seja, ajudar os necessitados”, disse.
O Pontificado de Pio XII, exercido durante a Segunda Guerra Mundial, é alvo de polêmicas e acusações. Com seu processo de canonização e beatificação em andamento, Pacelli voltou a ser acusado de ter fechado os olhos diante do Holocausto, sendo inclusive considerado por comunidades judaicas como o “Papa de Hitler”.
Recentemente diversos expoentes do mundo judeu declararam sua oposição à beatificação de Pio XII, entre eles o rabino chefe da cidade de Haifa, Shear Yesuv Cohen, que afirmou que o Pontífice não deveria “ser considerado um modelo” pois “não levantou sua voz” contra os horrores do nazismo.
O secretário de Estado do Vaticano, Tarcicio Bertone, por sua vez, disse que a associação entre o papa Pio XII e o nazismo seria “uma lenda negra”, que “pinta falsamente o papa Pacelli com indulgente com o nazismo e insensível com o destino das vítimas das perseguições”.
Fonte: Estadão