A inexistência de alma imortal ou a impossibilidade de intercessão pelos mortos são os argumentos de adventistas e evangélicos para justificar a recusa de práticas religiosas em torno da memória dos fiéis defuntos.

Ao contrário de católicos, judeus, muçulmanos, hindus, ortodoxos, e budistas, os fiéis daqueles credos não têm a tradição de rezar
pela alma dos defuntos, o que não quer dizer que não respeitem a dor da separação.

É o que defende a Igreja Adventista do Sétimo Dia, onde se “ora mais pela dor dos que ficam”, pois “não tem qualquer sentido rezar
ou celebrar a memória dos defuntos”, disse à Lusa o pastor Artur Machado.

“A Bíblia diz que somos um todo e que quando morremos acaba tudo, não há uma alma imortal que vai para o céu ou para o inferno.
Ficamos à espera da Ressurreição, da segunda vinda de Jesus Cristo, altura em que voltamos a viver e em que nos reencontramos, em carne e osso, com todos os que já partiram”, acrescentou.

Para o pastor Samuel Pinheiro, da Aliança Evangélica Portuguesa, à luz da Bíblia “não existe lugar à intercessão por aqueles que já
faleceram”, uma vez que não se encontra no livro sagrado qualquer sustentação para a existência de um purgatório.

“Todo o peso e responsabilidade que são colocados nos vivos em relação ao destino dos mortos não encontra suporte em nenhum
texto da Bíblia, seja no Antigo ou no Novo Testamento”, acentuou, referindo que não se pode interceder junto de Deus por aqueles
que já morreram.

Para os evangélicos, pela morte e ressurreição de Cristo todos têm a “certeza absoluta da vida eterna, pela graça (favor divino) e
não mediante as obras”, não sendo igualmente de temer qualquer interferência dos mortos na existência dos vivos.

Fonte: Angola Press

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