Paul Diamond, advogado que se especializou em defender cristãos. (Foto: Captura de tela)
Paul Diamond, advogado que se especializou em defender cristãos. (Foto: Captura de tela)

Paul Diamond é um advogado sênior do Reino Unido que tem mais de 30 anos de experiência representando cristãos na Suprema Corte e na Corte Europeia de Direitos Humanos.

Em entrevista ao Christian Post, ele disse por que escolheu focar nos direitos dos cristãos em vez de atuar de forma mais ampla como profissional da área.

Segundo Paul, que trabalhou de 2008 a 2018 no Christian Legal Center — organização do Reino Unido que fornece apoio gratuito aos cristãos que sofrem discriminação — o motivo é o tempo em que vivemos “assustador e de grande hostilidade ao cristianismo”.

Para o advogado, há claras tendências autoritárias e um colapso total da confiança ao governo na Grã-Bretanha. “Nunca vi o país tão hostil ao cristianismo e também tão dividido em questões como a Covid”, relatou.

“Não precisamos ir muito longe para ver como algumas sociedades saíram dos trilhos, então estamos em águas muito agitadas no momento”, continuou.

Escalada de discriminação aos cristãos

O advogado aponta para uma escalada de dicriminação aos cristãos sem precedentes nos últimos tempos. “O país está se tornando muito laico. O paganismo está crescendo, assim como outras religiões que têm seus próprios valores e seu próprio senso de certo e errado”, disse.

“E a Igreja, infelizmente, carece de liderança adequada. Por isso, tem havido essa proliferação de teorias bastante extremas. Quando você olha para a introdução do ensino LGBT para crianças de 3 anos, por exemplo, percebe que isso não é feito por alguma organização internacional secreta. É o nosso próprio governo que está fazendo isso porque acha que é politicamente conveniente e espera ganhar votos”, disparou.

Paul disse que é preciso haver uma resistência sensata. “Há muitas coisas práticas que podemos fazer para responder a tudo isso, como pais se reunindo para falar do assunto ou cristãos escolhendo ser diretores de escolas. Há muitas abordagens sensatas que podemos adotar em vez de alegar desamparo”, aconselhou.

Discurso de ódio e liberdade de expressão

Com sua experiência de décadas defendendo cristãos, o advogado disse que há casos dos mais absurdos passando pelos tribunais e que ferem diretamente a liberdade de expressão e de religião.

Ele cita, por exemplo, as acusações de “discurso de ódio” contra excelentes funcionários e pessoas honestas. “O que me surpreende em tudo isso é que esses funcionários cristãos são muitas vezes os melhores. São pessoas boas, corretas e honestas que há 50 anos os empregadores teriam se esforçado para contratar”, comentou.

Para Paul, tais leis sobre discurso de ódio deveriam ser removidas do Estatuto. “São leis incoerentes. Ninguém sabe realmente o que é um crime de ódio. E as leis não são aplicadas de forma consistente, por isso acabam não abordando os problemas reais, mas apenas criando mais problemas”, disse ainda.

“A lei deve ser aplicada de forma neutra e igual a todos. Mas tudo geralmente reflete um enfraquecimento dos fundamentos cristãos de nossa sociedade, pois não há mais acordo sobre o que é certo ou errado”, explicou.

Esperança de dia melhores

Com sua atuação, o advogado disse esperar mais vitórias para os cristãos em questões judiciais. “É por isso que quero me aprofundar mais nisso. Se uma pessoa não gosta do ponto de vista de um cristão, não tem o direito de silenciá-lo”, defendeu.

A realidade, porém, mostra que cada vez mais empresas, escolas e hospitais estão demitindo professores, médicos, advogados e outros profissionais por causa de suas crenças.

Além disso, há uma cooperação crescente entre a mídia e o governo de certos países para tentar controlar a liberdade de expressão e de comunicação. “É o caso da Rússia. Putin controla várias estações de TV. Em Moscou, as pessoas não podem expor suas ideias”, lembrou.

Paul comparou o Reino Unido, comentando que se preocupa com a situação de repressão que não afeta apenas os cristãos. “Quando as pessoas não puderem ser ouvidas, elas vão ficar desesperadas”, concluiu.

Fonte: Guia-me com informações de The Christian Today

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