A Amazon anunciou que pagará as despesas de viagem anualmente para “tratamentos médicos sem risco de vida, incluindo abortos”, a funcionárias da empresa que tiverem de sair de seu estado para realizar o procedimento.
A decisão segue a uma tendência de empresas como o banco americano Citigroup, Match Group (proprietária do Tinder) e Yelp, que decidiram confrontar leis de estados americanos — geralmente governados por republicanos — que proíbem a interrupção da gravidez.
A agência de notícias Reuters teve acesso à mensagem da empresa, que especifica que o novo benefício somente está disponível caso as operações não estejam disponíveis em um raio de 161 quilômetros da casa da funcionária. Se houver cuidado virtual, o benefício não pode ser acessado.
Segunda maior empregadora dos Estados Unidos, a Amazon informou que pagará às suas funcionárias até US$ 4 mil para ajudar nos custeios dos procedimentos.
Os funcionários e funcionárias poderão conseguir esse benefício em um período retroativo a 1º de janeiro, sendo aberto para empregados americanos participantes de somente alguns planos de saúde.
Os reembolsos anunciados não são específicos para o aborto. Eles fornecem outros tratamentos considerados não fatais, como cardiologia, terapias genéticas celulares e serviços de transtorno de abuso de substâncias. Separadamente, a Amazon oferece até US$ 10 mil em reembolsos anuais de viagem para problemas que envolvam risco de vida.
Batalha judicial
Até o fim de junho, a Suprema Corte dos EUA deve decidir um caso que pode dar à ala conservadora do parlamento americano a chance de alterar a regras de direito ao aborto, já liberado em alguns estados, ou até mesmo derrubar a decisão judicial conhecida como Roe x Wade, que legalizou o aborto nos Estados Unidos e que vigora desde 1973.
Alguns dos estados americanos, como Oklahoma e Alabama, têm leis destinadas a limitar o acesso ao aborto e endureceriam a legislação caso a medida seja aprovada.
Se a lei for revogada, cada Estado dos EUA pode ter permissão para determinar suas próprias regras sobre o aborto. Se isso acontecer, há uma previsão de que mais de 20 Estados limitem de alguma maneira o atendimento ao procedimento ou até mesmo venham a proibir o aborto na maioria dos casos.
No Texas — que tem uma das leis de aborto mais rígidas do país e proíbe o procedimento após seis semanas de gravidez — um estudo recente descobriu que cerca de 1.400 mulheres viajavam para fora do Estado para fazer abortos mensalmente.
Folha Gospel com informações de Exame, UOL e BBC News