Apesar de ser uma religião que cresce assustadoramente em diversas partes do mundo – sobretudo na Europa – o islamismo não tem apresentado o mesmo avanço na América Latina.
[img align=left width=300]https://thumbor.guiame.com.br/unsafe/840×500/smart/media.guiame.com.br/archives/2017/04/05/698218676-islamismo.jpg[/img]Segundo um estudo feito pelo Centro de Pesquisas ‘Pew’, a América Latina é a única região do mundo onde a taxa de crescimento da população deve superar com folga o aumento de muçulmanos em 2050.
O levantamento tem coletado dados desde 2010 e faz uma estimativa para os 40 anos seguintes, ‘prevendo’ que a população geral terá um aumento de 27% em 2050, enquanto o aumento do número de muçulmanos deve ser de 13%.
Enquanto isso, a estimativa paro o crescimento populacional geral no restante do mundo neste mesmo período é estimado em 35% e do islamismo em 73%.
Intitulado “O Futuro das Religiões do Mundo”, estudo prevê que em 2050, o número de muçulmanos em todo o mundo será “quase igual ao de cristãos” e que ao final do século deve ultrapassar a quantidade de cristãos, se continuar no ritmo de crescimento atual.
Com relação à América Latina e Caribe, o estudo usa dados de 19 países, estimando que em 2050, o número de muçulmanos na região deve ser de 940 mil – número ainda inferior ao número de adeptos da fé islâmica em países como Espanha ou Itália em 2010.
Mas o que poderia explicar este baixo crescimento do islamismo no Brasil? Segundo um pesquisador e demógrafo, há três aspectos que poderiam explicar um pouco mais este contexto.
[b]Pouco apelo aos imigrantes[/b]
Atualmente, a América Latina é considerada a região que abriga a menor porcentagem dos 1,6 bilhão de muçulmanos em todo o mundo e também não registra um intenso fluxo de chegada de imigrantes vindos de países onde o islamismo é predominante.
“Estimamos que em 2010, havia 840 mil [muçulmanos] vivendo em todos os países da região, incluindo o Caribe”, disse o demógrafo Conrad Hackett à BBC. O pesquisador é associado ao ‘Pew Center’.
Hacket também afirmou que não vê grande possibilidade de acontecer na América Latina, o mesmo que tem ocorrido em países como Estados Unidos e Canadá: um crescimento notával da população islâmica.
“Na América do Norte, a população muçulmana não é muito numerosa, mas vemos uma tendência migratória em curso com grandes quantidades de pessoas chegando de países onde a maioria segue o islã. Nem todos os migrantes são muçulmanos, mas ele são a maioria”, explicou.
[b]Poucas conversões[/b]
O levantamento do Centro de Pesquisas ‘Pew’ também apontou que não há uma forte evidência de que as pessoas estão se convertendo de suas religiões para o islamismo na América Latina.
“Poderia fazer a diferença se muita gente na região estivesse mudando de religião. Por exemplo: pessoas que cresceram como cristãs e se sentiram atraídas pelo islamismo. Mas não há evidência de que seja um fenômeno importante”, explicou o demógrafo
[b]Baixa taxa de natalidade[/b]
É comum ver uma alta taxa de natalidade em países onde o islamismo é maioria, também pelo fato de que ter muitos filhos é um costume entre os muçulmanos. Porém esta já não é mais uma realidade tão presente em países latino-americanos.
“Na África, onde o islã é muito forte, cada mulher tem quatro, cinco ou seis filhos. O que acelera o ritmo de crescimento da população. Mas na América Latina, ainda que os países tenham mostrado taxas de natalidade elevadas no passado, em muitos países, as mulheres tem um, dois ou três filhos”, contou Hacket.
No Brasil, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou 35 mil seguidores do islã em todo país, enquanto a população geral brasileira é constituída por 190,7 milhões de pessoas. Um terço dos muçulmanos que foram registrados pelo IGBE vivem na região metropolitana de São Paulo – e muitos deles são convertidos de outras religiões.
Porém Hacket ainda frisou que a população muçulmana no Brasil é tão pequena que que, mesmo se houvesse uma grande onda de imigração de seguidores do islã para a região, ainda levaria muito tempo para que este grupo acompanhasse o crescimento populacional do continente, diferente do que tem acontecido em países da Europa e Ásia.
[b]Fonte: Guia-me[/b]