Com as galerias da Câmara de Cuiabá lotadas por dois grupos com interesses diferentes, o projeto de lei que pretende criar um novo feriado municipal para comemorar o “Dia do Evangélico” foi retirado da pauta durante sessão extraordinária na manhã da sexta-feira, 27, a última de 2019.
De autoria do vereador Marcrean dos Santos (PRTB), o projeto é rechaçado por comerciantes e empresários que se uniram contrários à criação de mais um feriado. Eles alegam que isso significa prejuízo de milhões de reais para a economia da Capital.
“Os feriados causam grande impacto nos negócios das empresas e na economia do município, já que no feriado o empresário se obriga a pagar horas extras e outros dispêndios previstos na legislação. O comércio precisa continuar gerando emprego e renda e, para isso, contamos com a ajuda dos nossos vereadores”, ressaltou, na semana passada, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Cuiabá (ACC), Jonas Alves.
Membros da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio-MT) e representantes de outras entidades empresariais marcaram presença na Câmara de Vereadores, todos se posicionando contra o projeto de lei do vereador Marcrean.
Diante da pressão vinda de ambos os lados, o próprio autor retirou o projeto da pauta e justificou sua decisão. “Fui chamado por alguns vereadores que me pediram para retirar. Pois o momento não era oportuno. Entendendo que nós trabalhamos entre um colegiado, com companheiros e amigos decidi atender os vereadores neste momento. Vamos aguardar ano que vem”, disse Marcrean.
Ponderou, no entanto, que em 2020 o projeto volta ao plenário para ser apreciado pelos vereadores. “O projeto foi retirado de pauta e não de tramitação”, ressaltou o parlamentar ao argumentar que Lei Orgânica do Município permite criar mais um feriado, pois, segundo ele, ainda existe esta data em aberto.
“Queremos apoiar a fé. Entendo as opiniões contrárias, mas não estamos fazendo nada ilegal”, afirmou o vereador Marcrean. Por fim, ele ainda contestou os argumentos dos representantes do comércio tentando comparar com outros feriados já tradicionais.
“Por que a CDL fala que pode trazer prejuízos? Uma semana de Carnaval não traz prejuízos? Dia da Imaculada da Conceição não traz? Por que só o Dia do Evangélico traz, será que não é perseguição contra o povo de Deus?”, indagou.
Fonte: Agora MT