O cardeal arcebispo do Rio, Dom Eusébio Oscar Scheid, criticou a atual política de segurança pública ao comentar ontem o relatório da Secretaria Nacional de Direitos Humanos que confirmou as suspeitas de execução na operação no Complexo do Alemão, na zona norte da cidade, que deixou 19 mortos, no dia 27 de junho.

“Não adianta usarmos estratégias que não sejam baseadas nos princípios do respeito à pessoa de ambas as partes, sejam das autoridades que zelam pelo bem comum, sejam dos que zelam pela ordem e sejam aqueles que causam a desordem. Estratégias só valem aquelas que são baseadas no respeito”, disse o arcebispo, após celebrar missa pela paz e em homenagem às vítimas da violência no Cemitério de Campo Grande, na zona oeste do Rio.

A reação do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, que desqualificou o relatório encomendado pelo governo estadual provocou reações da sociedade. Um manifesto liderado pelo músico Marcelo Yuka, que ficou tetraplégico após ser baleado em um assalto em 2000, classifica a política de segurança como “política de extermínio” e critica as recentes declarações do governador Sergio Cabral Filho que chamou as favelas de “fábricas de marginais” e defendeu o aborto como forma de reduzir a criminalidade.

O documento também é assinado pela Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro, Movimento da Magistratura Fluminense pela Democracia, Associação Juízes para a Democracia, entidades civis, além de escritores, músicos e artistas, como a atriz Letícia Sabatella.

Fonte: Agência Estado

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