Um grupo de arqueólogos acredita ter descoberto “a primeira igreja cristã do mundo” na localidade jordaniana de Rihab, 40 quilômetros ao nordeste da capital Amã, revelou o chefe do Centro de Estudos Arqueológicos local, Abdul Qader Hussan, ao jornal Jordan Times.
“Localizamos o que acreditamos ser a primeira igreja cristã do mundo, construída entre os anos 33 e 70 de nossa era”, disse o arqueólogo na entrevista.
O templo está soterrado e sobre ele foi construída outra igreja, que ainda está de pé, em honra a São Jorge. “Trata-se de uma descoberta incrível, pois temos provas que nos fazem acreditar que o prédio recebeu os primeiros cristãos e os discípulos de Jesus Cristo” mencionados pelo evangelista Lucas, afirmou Hassan.
Segundo o arqueólogo, a caverna subterrânea serviu de residência e local de oração para os cristãos quando sua religião ainda era perseguida. “Acreditamos que não deixaram a caverna até que os romanos abraçaram o cristianismo”, acrescenta Hassan, que acredita que a Igreja de São Jorge teria sido construída nesta época.
Assim, o templo teria servido de abrigo aos 70 discípulos de Jesus Cristo que, segundo a tradição, foram obrigados a fugir de Jerusalém por causa das perseguições religiosas para se refugiarem no norte da atual Jordânia, principalmente em Rihab.
De fato, a Igreja de São Jorge tem um mosaico no qual menciona “os 70 amados de Deus”. Segundo a descrição de Hassan, o templo tem poucos degraus, sua estrutura é circular e conta com vários assentos de pedra para os sacerdotes.
Para o auxiliar do Bispo da Arquidiocese Grega Ortodoxa da região, Archimandrite Nektarious, a descoberta é “um marco importante para todos os cristãos do mundo” e lembrou que a única caverna semelhante em forma e propósito se encontra em Tessalônica, na Grécia.
Além disso, o especialista destacou o valor dos objetos encontrados em um cemitério próximo à caverna. “Encontramos objetos de cerâmica que datam de um período entre os séculos III e VII. As descobertas mostram que os primeiros cristãos e seus descendentes viveram aqui até a queda dos romanos”, declarou Hassan.
Fontes do Ministério do Turismo jordaniano confirmaram que o governo assumirá o controle da área da descoberta com o objetivo de atrair o maior número possível de visitantes.
Fonte: EFE