Um ataque contra uma igreja católica em Burkina Faso deixou seis mortos na manhã deste domingo (12), incluindo o padre que conduzia uma missa no local.
O ataque ocorreu na cidade de Dablo, na região norte do país, informaram fontes locais e forças de segurança.
“Por volta das 9h, durante a missa, homens armados invadiram a igreja católica e começaram a atirar enquanto os fiéis tentavam fugir”, disse o prefeito de Dablo, Usmane Zongo.
Os agressores “conseguiram imobilizar alguns dos fiéis. Mataram cinco pessoas. O padre que celebrou a missa também morreu, elevando o número de mortos para seis”, acrescentou. Em seguida, os invasores queimaram a igreja.
Segundo uma fonte de segurança, o ataque foi realizado por “um grupo de homens armados estimado entre 20 e 30”.
“Eles queimaram a igreja e depois lojas e maquis [pequenos restaurantes ou bares], antes de invadirem o centro de saúde. Lá, incendiaram o veículo da enfermeira-chefe”, disse Zongo.
O ataque ocorre dois dias depois da libertação, no norte de Burkina Fasso, de quatro reféns por forças especiais francesas que perderam dois homens.
No final de abril, um ataque contra uma igreja deixou cinco mortos em Silgadji, a 60 km de Djibo, capital da província de Soum, na região norte.
“Indivíduos armados não identificados atacaram a igreja protestante de Silgadji. Eles mataram quatro fiéis e o principal pastor. Ao menos duas pessoas continuam desaparecidas”, afirmou uma fonte das forças de segurança
No início de março, ataques coordenados atingiram Uagadugu, a capital do país, tendo como alvos a região onde fica o escritório do primeiro-ministro, um batalhão do Exército e a embaixada francesa.
Cinco militares e três civis morreram. A polícia matou ao menos oito pessoas que participavam dos ataques: quatro no batalhão e quatro na embaixada. Dois criminosos foram presos.
O embaixador francês para o Sahel (região do oeste africano), Jean-Marc Châtaigner, afirmou à época que o ato é um atentado terrorista.
Burkina Fasso tem sofrido uma série de atentados terroristas nos últimos quatro anos, cada vez mais sangrentos e frequentes.
Em agosto de 2017, 18 pessoas morreram em um ataque contra um restaurante em Uagadugu. A capital já tinha sofrido outro atentado em 2016, quando 30 pessoas foram mortas por militantes ligados a Al Qaeda. Além deste grupo, o Estado Islâmico também tem agido na região.
A maioria dos ataques são atribuídos a grupos jihadistas, entre eles o Ansarul Islam, o Grupo de Apoio ao Islã e os Muçulmanos (GSIM) e a Organização Estado Islâmico do Grande Saaara (EIGS).
Fonte: AFP via Folha de S. Paulo