Ataque em igrejas da Espanha deixa um morto (Foto: Reprodução/Twitter)
Ataque em igrejas da Espanha deixa um morto (Foto: Reprodução/Twitter)

Uma pessoa morreu e outras quatro pessoas ficaram feridas esta quarta-feira num ataque a duas igrejas em Algeciras, no sul de Espanha. As vítimas foram feridas com uma arma branca por um homem que já foi detido, segundo as autoridades espanholas.

O homem dirigiu-se a pelo menos duas igrejas no centro de Algeciras e, com gritos de “Alá”, atacou várias pessoas com uma arma semelhante a uma catana, que é uma tradicional espada japonesa que foi usada pelos samurais do Japão antigo.

Uma das pessoas atacadas foi um padre que, segundo as mesmas fontes, ficou ferido com gravidade.

“Pouco depois das 19h [15h em Brasília] desta tarde, um homem entrou na igreja de San Isidro de Algeciras, onde, armado com um facão, atacou o sacerdote, o deixando gravemente ferido”, explicou o Ministério do Interior em comunicado.

“Posteriormente, [o agressor] compareceu à igreja de Nossa Senhora de La Palma onde, depois de provocar bastante destruição, atacou o sacristão”, acrescentou.

“O sacristão conseguiu sair da igreja, mas foi alcançado pelo agressor do lado de fora, que lhe provocou ferimentos mortais”, prosseguiu o ministério.

“Instantes depois, [o suspeito] foi neutralizado e detido, e se encontra nas dependências da Polícia Nacional”, concluiu.

Segundo uma fonte policial, o agressor usava uma jelaba – peça de roupa tradicional dos árabes da região do Magrebe, no Norte da África – e “gritou algo” no momento do ataque.

Em um vídeo difundido pelas autoridades, é possível ver o agressor, vestido com calças pretas e uma blusa cinza com capuz branco e preto, com as mãos algemadas atrás das costas caminhando escoltado por dois policiais.

“Estão investigando e analisando os fatos, sem que, por ora, seja possível determinar a natureza do ataque”, prosseguiu o ministério.

Uma porta-voz do serviço de emergência explicou à AFP que começou a receber muitas chamadas depois das 19h30 de pessoas que viram um homem armado com um facão atacar uma pessoa em frente a uma igreja, antes de atacar outra pessoa perto da igreja de La Palma.

Um comunicado da ordem religiosa dos salesianos falou de um terceiro ataque à “capela da Europa” e explicou que o religioso ferido “se encontra estável dentro de um estado de gravidade”.

A Audiência Nacional, um tribunal superior responsável por julgar os casos de terrorismo na Espanha, está a cargo das investigações, explicou à AFP o Ministério Público da Espanha.

As reações de responsáveis políticos se sucederam após o atentado.

“Quero transferir minhas mais sinceras condolências aos familiares do sacristão falecido no terrível ataque de Algeciras”, escreveu nas redes sociais o presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez.

“Desejo pronta recuperação aos feridos. Todo o nosso apoio ao trabalho que estão realizando as Forças e os Corpos de Segurança do Estado”, acrescentou.

Estamos “consternados pelos ataques cometidos esta tarde em Algeciras. Meus pêsames à família do sacristão falecido e meus desejos de pronta recuperação aos feridos”, tuitou o líder da oposição, Alberto Núñez Feijóo, do Partido Popular (PP).

O presidente do governo regional da Andaluzia, Juan Manuel Moreno, descreveu o ataque como “terrível e devastador”.

“Assassinaram um sacristão e feriram, pelo menos, um sacerdote em um ataque que foi produzido em Algeciras”, explicou, antes de pedir que se evite conclusões precipitadas e reações intempestivas.

“Prudência, os fatos estão sendo investigados”, ressaltou.

A Igreja Católica da Espanha, através do secretário-geral da Conferência Episcopal, Francisco César García Magán, lamentou os fatos.

“Com dor, recebi a notícia dos acontecimentos em Algeciras. Neste momento de tristeza, de sofrimento, nos juntamos às dores das famílias das vítimas e da diocese gaditana [relativo a Cádis] e pedimos ao Deus da vida e da paz a pronta recuperação dos feridos”, explicou García Magán.

Os últimos atentados jihadistas na Espanha remontam a agosto de 2017 e ocorreram em Barcelona e no balneário de Cambrils, ambos na Catalunha. Os ataques, reivindicados pelo grupo Estado Islâmico, deixaram 16 mortos e 140 feridos.

Os três sobreviventes da célula terrorista foram condenados a oito, 46 e 53 anos de prisão.

Fonte: UOL e Publico (Portugal)

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