A Sociedade dos Pensadores Livres do Arkansas (ASF) vai se opor a qualquer esforço para fazer da Bíblia o livro oficial do estado. A informação foi confirmada pela própria presidente da organização ateísta, Anne Orsi disse ao jornal ‘Talk Business & Politics’.
[img align=left width=300]https://thumbor.guiame.com.br/unsafe/840×500/smart/media.guiame.com.br/archives/2017/03/28/1770048433-biblia-em-ingles.jpg[/img]Uma resolução foi aprovada sem oposição na Câmara do Arkansas há duas semanas para tornar Bíblia um símbolo oficial de seu estado. A resolução não é juridicamente vinculativa, mas Orsi disse que a medida é uma clara violação da separação entre a Igreja e o Estado.
“Ela flagrantemente viola a Primeira Emenda”, disse Orsi. “Eu não penso que ela promova algo sobre Arkansas … é algo divisivo. Não une o estado do Arkansas … há muitas pessoas neste estado que foram feridas pela religião, especialmente pelo cristianismo”.
A Associação ateísta foi formada em 1996, tendo como seu principal objetivo manter a separação entre a Igreja e o Estado, segundo informou Orsi.
O deputado Dwight Tosh, de Jonesboro, apresentou a resolução no plenário da Câmara. Ele disse que pensa que a maioria dos cidadãos do Arkansas acredita que a Bíblia é o “livro que traz a verdade consigo”.
“Este livro representa o que buscamos: a verdade”, disse ele. “Nossa sociedade é baseada em princípios cristãos e a Bíblia desempenhou um papel importante nisso”.
O projeto de lei não foi arquivado em conjunto, o que significa que o Senado provavelmente não vá considerar a proposta. Tosh disse que ele pode levar a proposta à próxima sessão para permitir que os senadores votem sobre ela.
O deputado afirmou já estar ciente que sua proposta poderia enfrentar muitos desafios legais, mas destaca que recebeu amplo apoio de ambas as partes (republicanos e democratas). A deputada Vivian Flowers, de Pine Bluff, por exemplo, disse ao ‘Talk Business & Politics’ que a resolução não era legalmente obrigatória e muitos cidadãos do estado leram e apreciaram a Bíblia.
Apesar de ser um costume entre os estados norte-americanos, adotar objetos e até mesmo animais como símbolos oficiais, nenhum deles ainda conseguiu adotar um livro oficial.
O Tennessee, por exemplo tentou adotar uma lei que designa a Bíblia como o livro oficial do estado, em 2016. O governador Bill Haslam vetou a legislação, dizendo na época que o livro é um “texto sagrado”, e não precisa ser banalizado por uma designação.
Já a câmara de West Virginia estão considerando um projeto de lei para fazer da Bíblia o livro oficial de seu estado. Tem havido esforços semelhantes em estados como Mississippi, Louisiana, entre outros. Porém os esforços nesses acabaram sendo infrutíferos.
A prática de adotar símbolos oficiais para os estados tem sido uma prática comum nos EUA, desde 1893. Na época, cada estado designou uma flor oficial. Especialistas jurídicos têm debatido nos últimos anos se a adoção de qualquer texto religioso viola a separação entre Igreja e Estado, uma vez que é apenas um gesto simbólico. Orsi disse que é inapropriado para qualquer órgão governamental promover qualquer religião.
Se houver mais tentativas de promover a Bíblia como o livro do estado, a ASF pedirá aos legisladores que se oponham.
[b]Fonte: Guia-me[/b]