Ativistas de direitos humanos dos Estados Unidos estão incitando o público a não ir a Pequim para assistir à Olimpíada de 2008 a menos que a China garanta à agência de refugiados da ONU o acesso aos norte-coreanos escondidos em território chinês.
Os ativistas civis e religiosos ainda disseram que a mídia internacional deveria limitar a cobertura dos eventos esportivos como parte do esforço para negar publicidade à China.
Eles exigiram que os EUA mantenham o tema dos direitos humanos na Coréia do Norte no topo da agenda do encontro de seis membros (EUA, União Européia, China, Japão, Rússia e Coréia do Sul) que busca acabar com o programa nuclear do país comunista.
“A mensagem é muito simples: China, se vocês desejam abrigar a Olimpíada de 2008, parem de perseguir refugiados norte-coreanos”, disse Sam Kim, diretor-executivo da Coalizão da Igreja Coreana, em uma conferência de imprensa.
O aglomerado nacional de igrejas coreano-americano lançou uma campanha em abril com cartazes e adesivos dizendo “Liberte meu povo” em igrejas, sinagogas e organizações de direitos humanos.
Essa coalizão, que organizará atividades semelhantes no Japão e na Coréia do Sul no mês que vem para divulgar o sofrimento dos refugiados norte-coreanos, propõe que os atletas participem das Olimpíadas de Pequim, mas que os espectadores boicotem os jogos.
Pequim não reconhece os norte-coreanos que fugiram de seu país em busca de trabalho e alimento na China como refugiados, impedindo-os de conseguir ajuda do Escritório do Alto Comissariado da ONU para pedir asilo nos EUA ou em outros países.
Alguns norte-coreanos têm sido repatriados contra sua vontade e encarado punições severas, enquanto mulheres e meninas têm sido vendidas como escravas sexuais, declarou a coalizão.
As estimativas do número de pessoas que buscaram refúgio na China desde que uma crise de fome matou um milhão de pessoas no final dos anos 1990 oscilam entre 30 e 300 mil. Cerca de 10 mil se estabeleceram na Coréia do Sul depois de deixar a Chia pelo sudeste da Ásia.
Os ativistas disseram que desejam forçar Pequim a se colocar à altura de suas obrigações como signatária da Convenção da Situação dos Refugiados de 1951 da ONU.
Fonte: Reuters