A minoria cristã da China tem estado sob pressão cada vez maior à medida que as autoridades do regime comunista aplicam medidas coercitivas para obrigá-los a renunciar às suas crenças.
Em 23 de agosto, o padre sino-americano Francis Liu escreveu no Twitter que os cristãos chineses em muitas cidades, incluindo Anyang da província de Henan e Ma’Anshan da província de Anhui, têm sido pressionados a assinar uma declaração afirmando que abandonaram o cristianismo.
Uma declaração típica, preparada pelas autoridades para ser assinada pelos crentes fervorosos, diz: “Minhas crenças foram o resultado de seguir cegamente uma tendência. […] Cheguei a um entendimento mais sóbrio das minhas necessidades espirituais. De agora em diante eu decidi parar de participar de atividades religiosas cristãs e afirmo que já não acredito mais no cristianismo”.
Um cristão frequentador da “Igreja Urbana” na província de Henan, no centro da China, declarou à NTD, uma rede de televisão associada ao jornal Epoch Times, que tinha visto a declaração de renúncia, e que ela havia sido distribuída por funcionários locais do Partido Comunista Chinês (PCC).
“O chefe da comunidade entregou a declaração a um líder da igreja. O oficial pediu-lhe para distribui-la entre outros cristãos para que a assinassem. O líder da igreja disse que não distribuiria a declaração nem a assinaria. Mais tarde, ele mostrou a declaração a todos os trabalhadores da unidade. Em nossa igreja, um cristão mencionou que o chefe de sua comunidade e o secretário do PCC local também lhe deram tais declarações e instaram para que ele a assinasse, mas ele se negou”.
Francius Liu contou que houve incidentes semelhantes na província de Jiangxi no ano passado, envolvendo os cristãos que haviam solicitado benefícios do governo.
“Os cristãos e os sacerdotes locais me disseram que na província de Jiangxi os funcionários pediram aos cristãos que atendiam aos requisitos para receber assistência social ou que estavam recebendo benefícios do governo para que abandonassem sua fé”, informou Liu à NTD. “No ano passado eles não abordaram todos os cristãos”.
Agora, nas províncias de Henan e Anhui, a campanha do PCC para fazer os cidadãos renunciarem ao cristianismo estendeu-se à comunidade cristã em geral.
Até agora, a NTD só recebeu notícias da campanha nessas duas províncias. É difícil saber se a campanha foi uma iniciativa dos funcionários locais ou se foi organizada por autoridades superiores como um teste em lugares onde vivem muitos cristãos.
No entanto, alguns cristãos em Henan disseram à NTD que desde que o novo Regulamento Sobre Assuntos Religiosos entrou em vigor em fevereiro deste ano, as autoridades reforçaram a vigilância e restringiram as atividades das principais religiões, interferindo com seus ensinamentos e serviços.
“Foram instaladas câmeras de vigilância na igreja, e a igreja deverá ostentar a bandeira vermelha [comunista]”, explicou um cristão da província de Henan chamado Chen. “A Igreja também terá que incluir propaganda do PCC. Os sacerdotes terão que passar por uma avaliação imposta pelas autoridades e será proibida a entrada de menores de 18 anos de idade.
“Enquanto fazemos nossas orações, seremos obrigados a cantar canções patrióticas. Nós não desgostamos do nosso país, mas eles não nos deixam adorar a Deus. Eles nos forçarão a cantar essas músicas antes da missa. O objetivo disso é atacar a essência da nossa fé”.
Em algumas cidades chinesas, incluindo aquelas de Henan, as autoridades do PCC eliminaram um grande número de crucifixos e iconografia com a desculpa de reformar edifícios em situação ilegal.
Nas igrejas do Movimento Patriótico das Três Autonomias, controladas pelo PCC, existe um limite para o número de fiéis e o clero deve pregar os “valores centrais socialistas” do Partido com o objetivo de “sinificar” a religião.
Francis Liu disse: “Por ser um partido ateu, o PCC não confia em nenhuma religião. Ele sabe que não há maneira de controlar plenamente a fé religiosa usando sua própria ideologia. A chamada religião ‘sinificada’ na verdade significa que ela está sendo controlada pelo Partido Comunista. Significa que a religião e seus fiéis devem estar subordinados ao Partido e ao seu regime”.
O PCC suprimiu as religiões chinesas e outras crenças espirituais desde que tomou o poder em 1949. Na década de 1950, milhões de fiéis foram executados ou aprisionados, e os ensinamentos tradicionais de Confúcio, Buda e Lao Tse foram severamente denegridos durante a década em que durou a Revolução Cultural.
O PCC se infiltrou em templos e igrejas com seus agentes para distorcer os ensinamentos e adaptá-los a seu molde ideológico ateu. Em 1999, o PCC iniciou uma campanha violenta contra os praticantes do Falun Dafa, uma disciplina espiritual, muitos dos quais foram assassinados por se recusarem a renunciar às suas crenças.
Fonte: Epoch Times