Investimentos como guardas, câmeras e a contratação de empresas de seguranças se tornam cada vez mais comuns nas igrejas.
O que deveria ser uma noite de paz e religiosidade se transformou em dores de cabeça para a secretária Eliana Midori Uwaide, 30 anos. Após sair de uma missa na Paróquia Beato Frederico Ozanan, no Parque do Colégio, por volta das 20h, não encontrou mais seu carro, um VW Gol ano 2009.
Um mês depois e com um carro novo pago pelo seguro, ela diz que não dá para deixar mais seu veículo na rua, pois a bandidagem não tem limites. “Agora deixo só no estacionamento da igreja”, explica. “O jeito é chegar um pouco mais cedo para encontrar lugar.”
O caso de Eliana não é o único. Nos três primeiros meses do ano, são pelo menos seis casos de carros furtados na frente de igrejas e registrados no Plantão Policial.
No último dia 27, uma Parati 2006 que pertencia a uma escrivã de Jundiaí foi furtada nas proximidades da Paróquia da Vila Cristo, em Várzea Paulista.
“Tivemos de contratar um guarda de rua”, diz o pastor Ademir Guido Junior, 41, da igreja Aliança Eterna, na Vila Progresso, próxima da Paróquia da Vila Cristo, por onde passam cerca de 300 fiéis a cada fim de semana.
Há dez dias, o guarda contratado conseguiu frustar um furto de um carro estacionado nas proximidades da igreja, quando dois homens forçavam a porta do veículo.
Segundo o tenente-coronel da Polícia Militar Wagner Facchini, as igrejas são alvos dos ladrões, pois eles sabem que a vítima tem hora para entrar e para sair.
“É importante que as pessoas reparem se estranhos circulam pela quadra onde a igreja está e qualquer forma de segurança para proteger o veículo é bem-vinda.”
[b]INVESTIMENTOS[/b]
Na paróquia Nova Jerusalém, na região do Vianelo, o estacionamento para fiéis foi fechado, há oito câmeras de segurança instaladas e um vigia acabou contratado. De acordo com o advogado da Cúria Diocesana, William Munarulo, 35, foram investidos R$ 20 mil.
[b]Itens de segurança prejudicam o visual
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Protegidas por portões, com câmeras ao redor, as Igrejas Católicas que investiram em segurança correm o risco de perderem seus aspectos originais. Segundo o administrador da Cúria Diocesana, Diógenes Faustino, 58, em alguns casos as igrejas perdem um pouco de suas belezas justamente para que o frequentador ganhe em segurança. “De uns tempos para cá, as igrejas mudaram muito e tivemos de acompanhar as inovações”, diz.
Um dos cuidados tomados, afirma o advogado William Munarulo, é não cercar demais as instituições e perder a cara de uma igreja. “A capela do Santíssimo, por exemplo, tem de ficar aberta.”
27
É o número de paróquias de Jundiaí. Em 11 cidades da Diocese, são 62 paróquias.
1.482
É o número de veículos furtados em Jundiaí em 2010. Foram 484 roubos no mesmo período.
[b]Fonte: Rede Bom Dia Bauru[/b]