Pais que permitem que seus filhos experimentem bebidas alcoólicas na esperança de encorajar a moderação do consumo na vida adulta podem estar fazendo mais mal do que bem, de acordo com uma nova pesquisa britânica.

O estudo do Instituto Nacional de Abuso do Álcool e Alcoolismo (NIAAA, na sigla em inglês) diz que beber antes dos 15 anos de idade aumenta o risco de um adolescente ingerir bebidas alcoólicas em exagero na vida adulta.

Os especialistas afirmam que o cérebro dos adolescentes, em rápido desenvolvimento, fica programado para ligar o álcool ao prazer.

A pesquisa indica que, aos sete anos de idade, a maioria das crianças já experimentou bebida alcoólica.

Uma enquete realizada na Inglaterra com crianças de 11 a 15 anos de idade pelo Centro de Informações do Serviço Nacional de Saúde descobriu que cerca de 640 mil provavelmente consumiram bebidas alcoólicas nos sete dias anteriores.

Dados de 2006 e 2007 indicam que os hospitais públicos atenderam quase um cada dez jovens com menos de 18 anos por males ligados ao consumo de bebidas alcoólicas.

Faixas etárias

Na nova pesquisa, meninos e meninas foram divididos em três grupos – os que consumiram sua primeira dose de bebida alcoólica com menos de 15 anos, os que tiveram essa experiência entre 15 e 17 anos e os que tomaram sua primeira dose de bebida alcoólica com 18 anos ou mais.

No caso da primeira e da segunda faixa etária, os jovens apresentaram uma maior probabilidade de se tornar dependentes de álcool quando adultos se comparadas com os que esperaram até os 18 anos ou mais para começar a consumir bebidas alcoólicas.

Essa relação se manteve mesmo quando os pesquisadores levaram em conta fatores como a duração da exposição ao álcool, o histórico familiar e uma ampla gama de fatores de risco.

A pesquisa britânica também indica que a probabilidade de desenvolvimento de males ligados ao consumo de bebidas alcoólicas na vida adulta é cerca de 50% mais alta para pessoas que começam a beber antes dos 15 anos de idade, em comparação com os que optam pela abstinência até os 18 anos ou mais.

“Podemos ver pela primeira vez a associação entre uma ‘idade do primeiro copo’ prematura e um aumento do risco de males ligados ao consumo de álcool que persistem na vida adulta”, diz Deborah Dawson, da NIAAA.

O estudo será publicado na edição de dezembro da revista Alcoholism: Clinical & Experimental Research .

Fonte: BBC Brasil

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