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Em livro-entrevista no qual quebra o silêncio sobre temas polêmicos da Igreja Católica, o papa Bento 16 afirmou que foi bem-sucedido no combate a um grupo de lobby gay dentro do Vaticano. Segundo o papa emérito, tratava-se de um grupo de quatro ou cinco pessoas. “Nós o dissolvemos”, afirmou o papa emérito. “Se algo semelhante vai se formar de novo, não sei”, ressalvou.

Trechos da obra “Últimas conversas”, com entrevistas concedidas ao jornalista alemão Peter Seewald, foram publicados nesta quinta-feira (08/09) por jornais europeus, como o italiano “Corriere della Sera” e o alemão “Süddeutsche Zeitung”. O livro será lançado nesta sexta-feira (9).

Bento 16 negou que tenha renunciado por estar decepcionado com intrigas relacionadas ao escândalo Vatileaks. “Não se deve renunciar quando as coisas dão errado, mas quando elas estão tranquilas. Eu pude renunciar porque, nesse caso, a situação voltou a ficar tranquila”, afirmou. Ele também descartou que houve pressões pela sua renúncia e disse que ela foi motivada por questões de saúde.

O papa emérito também assumiu ter cometido erros. Ele disse que lhe faltou uma liderança clara e objetiva e afirmou que não foi suficientemente de encontro às pessoas. Porém, Bento 16 disse que não se considera um “fracassado”.

[b]Elogios a Francisco
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Bento 16 também disse ter ficado surpreso com a escolha do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio para ser seu sucessor, mas que logo percebeu que a escolha havia sido correta. “Quando ouvi o nome, no começo, não tive certeza. Mas quando vi a forma como, de um lado, ele falava com Deus e, de outro, com os homens, fiquei muito satisfeito. E feliz”, afirmou.

O papa emérito destacou que o argentino tem um perfil reformista, prático e organizacional. “Eu sabia que este não é o meu ponto forte”, admitiu. Para Bento 16, Francisco trouxe, para a Igreja, “um novo frescor, uma nova alegria, um novo carisma que fala às pessoas, e isso é algo bonito”. Ele disse gostar da maneira direta como Francisco se dirige aos fiéis e descartou que haja uma ruptura com o seu pontificado.

Bento 16 foi o primeiro papa alemão em quase 500 anos. Os oito anos de seu pontificado foram marcados por diversos escândalos, como o de pedofilia por padres e o Vatileaks.

[b]Fonte: G1[/b]

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